21 de setembro de 2019

Contra-relógio misto em teste a pensar nos Jogos Olímpicos

(Imagem: Facebook Mundiais de Yorkshire)
O presidente da UCI não perdeu tempo depois de ser eleito presidente ao dizer que queria acabar com o contra-relógio por equipas nos Mundiais. Em 2018, assim foi. No entanto, David Lappartient encontrou outra solução para manter uma prova de abertura dos Mundiais que não fosse um simples regresso a um contra-relógio de selecções. A escolha foi juntar homens e mulheres, num contra-relógio feito em estafeta. Dez países vão participar, mais uma equipa que contará com ciclistas de diferentes nacionalidades.

Durante uma semana, Yorkshire, na Grã-Bretanha, vai receber os Mundiais de ciclismo e começará então com uma novidade. Este é um local no qual os adeptos vivem com grande intensidade a modalidade, proporcionando um ambiente fantástico para os ciclistas. A corrida de elite masculina será no próximo domingo (dia 29), mas até lá espera-se muito espectáculo. Há um ano ficou comprovado que tudo pode acontecer em qualquer dos eventos, afinal em Innsbruck, um dos melhores momentos foi na prova de juniores com aquela fenomenal prestação de Remco Evenepoel, que este ano vai competir já na elite.

Mas haverá tempo para se falar do jovem belga. Para começar as atenções centram-se na novidade do contra-relógio colectivo misto em estafeta. Ou seja, primeiro partirão os homens para dar uma volta ao circuito de Harrogate e quando dois dos três cortarem a meta, partem as senhoras. O tempo final é tirado quando a segunda completar a corrida. Serão 27,6 quilómetros.


Este contra-relógio está, naturalmente, a criar alguma expectativa, mais por ser novidade, pois será preciso ver para perceber se convence. Porém, a UCI já pensa em levar mais longe esta prova. "A UCI analisará como irá evoluir o evento durante os Mundiais e está aberta em trabalhar com o COI [Comité Olímpico Internacional] para apresentar uma nova e inovadora prova para o programa de ciclismo nos Jogos Olímpicos", lê-se no site espanhol da Marca. A concretizar-se, a prova poderia ser incluída nos Jogos de 2024, em Paris.

Yorkshire será então um teste para a mais recente ideia da UCI e até contará com alguns especialistas da vertente. Tony Martin, quatro vezes campeão do mundo, vai competir pela Alemanha, regressando à competição depois da aparatosa queda que o levou a abandonar a Vuelta na antepenúltima etapa. E claro que muito se vai olhar para a jovem sensação dessa grande volta. Tadej Pogacar (terceiro na Volta a Espanha e vencedor de três etapas) é campeão nacional da Eslovénia no contra-relógio, mas não vai ter a seu lado Primoz Roglic, o vencedor da Vuelta, que estava na lista de pré-convocados. O holandês Jos van Emden também sabe o que é ganhar em grandes palcos no esforço individual (conta, por exemplo, com uma vitória no Giro), enquanto Jonathan Castroviejo foi campeão europeu em 2016.

Fica claro que a maioria dos que ambicionam o título de contra-relógio na prova individual preferiram poupar-se para esse objectivo, tanto nos homens, como nas mulheres. A prova masculina realiza-se quarta-feira e a das senhoras no dia antes. Além da Alemanha, Eslovénia, Holanda e Espanha, estarão presentes a Itália, Dinamarca, França, Suíça, Grã-Bretanha, Bélgica e a equipa com um conjunto de ciclistas de várias nacionalidades. Pode confirmar a lista de inscritos neste link, via o site FirstCycling. A nova prova será transmitida no Eurosport 2, a partir das 14:30, segundo a programação do canal.

A estreia dos ciclistas portugueses está marcada para segunda-feira, com a júnior Daniela Campos (5Quinas/Município de Albufeira/CDASJ) a participar no contra-relógio individual do seu escalão. Toda a informação sobre a presença da selecção nacional no link em baixo.

Sem comentários:

Enviar um comentário