(Fotografia: © PhotoGomezSport/La Vuelta) |
Se Ruben Guerreiro não tiver um contrato a surgir-lhe em breve (se é que já não apareceu) então será de estranhar. O ciclista português pode ter duas temporadas iniciais de World Tour algo inconstantes, mas é bem conhecido o seu talento e potencial. Na terceira época, eis a estreia fabulosa numa em grandes voltas. Já tinha sido quarto na oitava tirada e foi 11º do difícil subida de Los Machucos, na sexta-feira. As boas exibições estão a ser constantes e reflectem-se também na geral. É 16º, ainda que a mais de 16 minutos de Primoz Roglic. A diferença não perturbará em nada Guerreiro, que assim poderá continuar a ter liberdade para entrar em mais alguma fuga (ou fugas) até ao final da Vuelta.
As performances do corredor da Katusha-Alpecin estão a chamar a atenção de todos, incluindo dos meios de comunicação social (só é pena não aparecerem fotografias do português nas melhores do dia da organização). O desentendimento com Tao Geoghegan Hart no final da etapa ajudou a chamar mais a atenção, mas já antes os jornalistas "perseguiam" o português para o ouvir. Ruben Guerreiro destacou como não é um trepador puro, mas que está em boa forma. E nota-se. O ciclista de 25 anos tem estado em grande nível na maioria das principais subidas da Vuelta.
O contrato com a Katusha-Alpecin está a chegar ao fim e há que não esquecer que a equipa não tem continuidade garantida para 2020. Custou, mas Ruben Guerreiro está a mostrar na Vuelta o potencial que o levou até à Hagens Berman Axeon (nome actual da formação americana), dando depois o salto para o World Tour, então para a Trek-Segafredo. Não foi por acaso que em 2017 foi considerado por muitos um dos jovens a seguir com atenção. Na Vuelta já não há ninguém que não esteja atento.
Valverde atacou e acabou a aliar-se com Roglic
Num dia com quatro primeiras categorias em 154,4 quilómetros entre Tineo e Santuario del Acebo, a luta pela geral ficou guardada para a última das subidas. Entretanto, a Movistar e a Astana tinham feito a jogada habitual de colocar homens na fuga para depois ajudarem os líderes, com a Jumbo-Visma a optar por fazer o mesmo, com Sepp Kuss. Contudo, com Roglic tão forte, a equipa holandesa deu-se ao luxo de dar liberdade ao americano, que, aos 24 anos, aproveitou a oportunidade para conquistar a sua primeira vitória no World Tour, numa das etapas mais difíceis da Volta a Espanha.
Kuss deixou a concorrência a 39 segundos, com Guerreiro e Hart a não reagirem de imediato ao ataque do americano e depois tornou-se numa missão impossível apanhá-lo. O ciclista até teve tempo para celebrar a vitória com o público nos últimos metros da subida.
Enquanto na frente da corrida era o espectáculo Kuss, um pouco mais atrás era o espectáculo Roglic. Desta feita aliou-se com Valverde. Ou melhor, o espanhol percebeu que era melhor aliar-se com o esloveno, já que não ia conseguir quebrá-lo. O líder da Movistar atacou e Roglic até fez parecer fácil seguir na roda do campeão do mundo, ao contrário de Nairo Quintana que ficou para trás e nem Tadej Pogacar conseguiu desta vez manter-se ao lado do compatriota, talvez com a queda da véspera a ter influência na sua condição física.
Roglic está simplesmente mais forte do que todos e se Valverde manteve os 2:25 minutos de diferença, Pogacar (UAE Team Emirates) está agora a 3:42, após os 41 segundos perdidos neste domingo. Miguel Ángel López (Astana) não quis aliar-se ao esloveno, o que se percebe já que ambos estão na luta pela juventude. Porém, pagaram um preço caro na luta pela geral. Para Pogacar o terceiro lugar será sempre uma grande vitória, já López vê esta Vuelta começar a tornar-se num pesadelo. 3:59 minutos para recuperar já deverá ser de mais, a não ser que Roglic tenha uma quebra enorme.
Se já não é fácil ver López como candidato à camisola vermelha, Quintana ficou fora da corrida ao perder mais de um minuto. Já são 5:09 para Roglic.
Nesta edição da Vuelta, a folga é só na terça-feira e apesar de ainda haver pela frente mais duas importantes etapas de montanha na última semana, se alguém quiser fazer frente a Roglic tem de cortar tempo na 16ª tirada, ou então ficará muito dependente de algo ter de acontecer ao esloveno. E para já, o Roglic e a Jumbo-Visma têm a Vuelta muito bem controlada.
Para Valverde foi um mal menor ter terminado a etapa com o rival. Pelo menos ganhou tempo a Pogacar e López, estando assim mais perto de um novo pódio numa grande volta e de segurar o segundo lugar. Mas ainda não quer deixar Roglic descansado.
Classificações completas, via ProCyclingStats.
16ª etapa: Pravia - Alto de la Cubilla (144,4 quilómetros)
A tirada de segunda-feira terá a última categoria especial da Volta a Espanha. Estar de vermelho no Alto de la Cubilla poderá ser um passo de gigante rumo à vitória final. Não é das maiores dificuldades da Vuelta, numa perspectiva de ter pendentes muito complicadas. Não chega aos 10% de máxima, mas depois de tantos quilómetros, tantas montanhas, o desgaste é enorme e pode pesar numa subida tão longa como esta. Depois de uns primeiros quilómetros mais planos, são pouco mais de 100 sempre a subir e descer e qualquer uma das subidas a acabar sempre acima dos mil metros de altitude. Puerto de San Lorenzo: 10 quilómetros com 8,5% de pendente média; Alto de Cobertoria, 8,3 a 8,2%; Alto de la Cubilla, 17,8 a 6,2%.
»»Dois dias em que falhar poderá ser o adeus à luta pela Volta a Espanha««
»»A aliança perfeita. Até quando?««
(Fotografia: © PhotoGomezSport/La Vuelta) |
Kuss deixou a concorrência a 39 segundos, com Guerreiro e Hart a não reagirem de imediato ao ataque do americano e depois tornou-se numa missão impossível apanhá-lo. O ciclista até teve tempo para celebrar a vitória com o público nos últimos metros da subida.
Enquanto na frente da corrida era o espectáculo Kuss, um pouco mais atrás era o espectáculo Roglic. Desta feita aliou-se com Valverde. Ou melhor, o espanhol percebeu que era melhor aliar-se com o esloveno, já que não ia conseguir quebrá-lo. O líder da Movistar atacou e Roglic até fez parecer fácil seguir na roda do campeão do mundo, ao contrário de Nairo Quintana que ficou para trás e nem Tadej Pogacar conseguiu desta vez manter-se ao lado do compatriota, talvez com a queda da véspera a ter influência na sua condição física.
Roglic está simplesmente mais forte do que todos e se Valverde manteve os 2:25 minutos de diferença, Pogacar (UAE Team Emirates) está agora a 3:42, após os 41 segundos perdidos neste domingo. Miguel Ángel López (Astana) não quis aliar-se ao esloveno, o que se percebe já que ambos estão na luta pela juventude. Porém, pagaram um preço caro na luta pela geral. Para Pogacar o terceiro lugar será sempre uma grande vitória, já López vê esta Vuelta começar a tornar-se num pesadelo. 3:59 minutos para recuperar já deverá ser de mais, a não ser que Roglic tenha uma quebra enorme.
Se já não é fácil ver López como candidato à camisola vermelha, Quintana ficou fora da corrida ao perder mais de um minuto. Já são 5:09 para Roglic.
Nesta edição da Vuelta, a folga é só na terça-feira e apesar de ainda haver pela frente mais duas importantes etapas de montanha na última semana, se alguém quiser fazer frente a Roglic tem de cortar tempo na 16ª tirada, ou então ficará muito dependente de algo ter de acontecer ao esloveno. E para já, o Roglic e a Jumbo-Visma têm a Vuelta muito bem controlada.
Para Valverde foi um mal menor ter terminado a etapa com o rival. Pelo menos ganhou tempo a Pogacar e López, estando assim mais perto de um novo pódio numa grande volta e de segurar o segundo lugar. Mas ainda não quer deixar Roglic descansado.
Classificações completas, via ProCyclingStats.
16ª etapa: Pravia - Alto de la Cubilla (144,4 quilómetros)
A tirada de segunda-feira terá a última categoria especial da Volta a Espanha. Estar de vermelho no Alto de la Cubilla poderá ser um passo de gigante rumo à vitória final. Não é das maiores dificuldades da Vuelta, numa perspectiva de ter pendentes muito complicadas. Não chega aos 10% de máxima, mas depois de tantos quilómetros, tantas montanhas, o desgaste é enorme e pode pesar numa subida tão longa como esta. Depois de uns primeiros quilómetros mais planos, são pouco mais de 100 sempre a subir e descer e qualquer uma das subidas a acabar sempre acima dos mil metros de altitude. Puerto de San Lorenzo: 10 quilómetros com 8,5% de pendente média; Alto de Cobertoria, 8,3 a 8,2%; Alto de la Cubilla, 17,8 a 6,2%.
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