19 de junho de 2019

Roglic admitiu que queda na 15ª etapa deixou marcas

Primoz Roglic liderou durante cinco dias o Giro
(Fotografia: © Giro d'Italia)
Chegou à Volta a Itália como o ciclista imbatível em todas as corridas que tinha feito até então, o que fez dele... um homem a bater. Mesmo não tendo qualquer pódio numa grande volta, Primoz Roglic era um dos principais favoritos, para não dizer o principal. Porém, depois de um começo muito forte, o sonho de conquistar a sua primeira corrida de três semanas foi-se desvanecendo na montanha. O esloveno confessou agora que sofreu com algumas dores, incluindo no estômago, depois de ter caído na etapa 15, mas não foi só por isso que não ganhou o Giro.

Foram 21 etapas - duas vitórias e cinco de camisola rosa - durante as quais Roglic viveu todo o tipo de emoções. Não surpreende por isso que não o perturbe nada ter ficado de fora dos eleitos do Tour que arranca dia 6 de Julho: "Gostaria de descansar e fazer coisas que não são tão dolorosas!" E depois de uma primeira fase da temporada em que venceu a Volta aos Emirados Árabes Unidos, Tirreno-Adriatico e Volta à Romandia, tendo fechado o pódio no Giro, o esloveno bem pode dizer que merece uma pausa.

Porém, é também necessário tirar ilações desta primeira aposta em ganhar uma grande volta por parte de Roglic. Para o ciclista e para a Jumbo-Visma, equipa que voltou a sonhar no Giro, mas depois de Steven Kruijswijk em 2016, também não conseguiu com Roglic. "Aprendi muito neste Giro e a equipa também. Penso que precisávamos desta experiência para o futuro. Precisamos de analisar e aprender com os nossos erros", referiu o ciclista à STA, agência eslovena de notícias.

E um desses erros foi: "A diferença para com os outros favoritos foi que fiquei sozinho nos momentos-chave. E todos correram contra mim. Todos tinham medo de mim, todos sabiam que eu era um problema, por isso, correram para evitar que eu ganhasse." Ainda antes do Giro, Robert Gesink foi excluído devido a uma queda na Liège-Bastogne-Liège, na qual fracturou a clavícula e a pélvis. Já durante a Volta a Itália, Roglic perdeu o ciclista que se tornou este ano no seu braço-direito: Laurens de Plus abandonou na sétima etapa devido a doença. Os jovens companheiros fizeram o que poderam, mas ainda estão em fase de evolução e os mais velhos desiludiram um pouco.

Depois, aquela 15ª tirada marcou definitivamente o Giro de Roglic. Caiu quando estava na bicicleta de um colega, pois o seu director desportivo tinha parado para urinar e não pôde ajudar o seu ciclista quando este sofreu um problema mecânico. Na ânsia de recuperar tempo para o grupo de favoritos, Roglic caiu, batendo com o corpo, num rail de protecção. Esse dia deixou afinal marcas físicas no esloveno.

Notório foi como Roglic nunca conseguiu fazer alianças. Aliás, o que conseguiu foi irritar bastante Vincenzo Nibali. O líder da Jumbo-Visma assumiu uma postura sempre muito defensiva, sempre mais a observar e a responder ataques, do que a mexer a corrida. Nibali chegou mesmo a dizer que não "puxaria" Roglic e que poderia não ganhar o Giro, mas Roglic também não o faria. E assim foi, Richard Carapaz surpreendeu ao ficar com a camisola rosa.

Roglic garantiu que "não há nenhum problema" entre os dois e até congratulou o italiano pela presença no pódio. Aos 29 anos, Roglic tornou-se na esperança eslovena de ver o país ter um vencedor de uma grande volta. Ainda não está confirmado se irá à Vuelta, ficando-se também à espera de saber como irá enfrentar os Mundiais. É um dos melhores contra-relogistas do mundo e foi segundo há dois anos, em Bergen. Em Innsbruck abdicou dessa vertente para se concentrar na prova em linha. Contudo, o título mundial de contra-relógio começa a chamar por Roglic. Esta época, em cinco individuais ganhou três.

Vai assistir à Volta a França pela televisão, depois de em 2018 ter ficado à porta do pódio. A Jumbo-Visma vai apostar na geral com Steven Kruijswijk, que na edição passada foi quinto, atrás do companheiro de equipa. Porém, ao contrário de Roglic na Giro, o holandês não terá toda a equipa em seu redor. Dylan Groenewegen vai à procura de vitórias ao sprint e cresceu a curiosidade de ver Wout van Aert, depois de ganhar duas etapas no Critérium du Dauphiné e a classificação dos pontos. Laurens de Plus espera ser o braço-direito de Kruijswijk que não conseguiu ser de Roglic, com George Bennett a ser o outro homem forte para a montanha.


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