14 de junho de 2019

"A ideia é ter um projecto com continuidade e formar campeões"

Num escalão de sub-23 no qual não se vivem tempos nada fáceis, nasceu um projecto que quer vingar, tornando-se numa escola de formação para uma equipa de elite. A JV Perfis-Gondomar Cultural é uma das duas novas estruturas de jovens que esta temporada integram o pelotão, com a outra a ser a alentejana Crédito Agrícola-Jorbi-Almodôvar. José Barros admite que a equipa foi "feita um pouco à pressa", mas acredita que os ciclistas estão a melhorar e que este é um projecto que pode ter continuidade.

"Quando estiverem nas provas para sub-23, queremos que eles consigam dar o máximo para mostrar as suas capacidades. Tenho aqui atletas de valor de sub-23", garantiu ao Volta ao Ciclismo o director desportivo, salientando como a maioria dos ciclistas escolhidos estão no seu primeiro ano deste escalão. Uma vitória seria perfeito, mas José Barros quer pelo menos ver os seus ciclistas na luta e sempre combativos, neste último aspecto também nas corridas de elite, como se viu recentemente no Grande Prémio Jornal de Notícias.

Com um orçamento de 50 mil euros, o responsável considera ser o ideal para começar. "Este projecto nasce com uma parceria com o José Santos, como presidente do Gondomar Cultural. Contactou-me para fazer uma equipa de sub-23, visto que já tínhamos alguns apoios e assim fizemos. Temos uma equipa de oito atletas feita um pouco à pressa", admitiu, mas elogiando os jovens que fazem parte da JV Perfis-Gondomar Cultural. São eles: Francisco Pereira, Rafael Torres, Luís Silva, Rodrigo Silva, Júlio Gonçalves, Luís Pereira e Vinício Rodrigues. Já com a época a decorrer chegou um sul-africano de 23 anos, Jacobus Christian Jooste, que tentou mostrar-se às equipas profissionais, pois a ambição passa por assinar por uma das formações de elite.

"É fundamental haver estas ligações [com equipas profissionais] para haver uma continuidade e dar seguimento à formação"

E é precisamente poder ser uma estrutura que possa servir de trampolim para o profissionalismo, que José Barros quer ver a sua equipa transformar-se. José Santos é também o director da Rádio Popular-Boavista e um nome que se confunde com a história do ciclismo nacional. "A ideia é ter um projecto com continuidade e formar campeões", explicou José Barros, que referiu a JV Perfis-Gondomar Cultural como "uma equipa satélite do Boavista".

Esta relação é mais um factor de motivação para os jovens atletas, que assim têm a certeza que estão a ser observados de perto por um director desportivo de uma equipa profissional: "Eles encaram positivamente visto haver uma ligação forte com o professor José Santos. Sabem que são seguidos. É fundamental haver estas ligações para haver uma continuidade e dar seguimento à formação", realçou José Barros.

A missão de formar ciclistas não é fácil. 2019 tornou-se num ano em que as dificuldades de manutenção de projectos de sub-23 (ou de clube) aumentaram. A ausência de convite para a Volta ao Alentejo foi um rude golpe para as seis formações. "Temos de pensar positivamente, mas também depende muito das organizações e da federação. Quando haviam poucas equipas, existam provas e corríamos algumas com os profissionais. Agora há muitas equipas e não há corridas. Têm de repensar se querem formação ou não", alertou. No Grande Prémio Jornal de Notícias três destas estruturas não estiveram presentes.

A Volta a Portugal do Futuro é sempre um dos grandes objectivos das equipas deste escalão e a JV Perfis-Gondomar Cultura não irá fugir à regra. Porém, até Setembro (de 5 a 8), é certo que estes jovens estarão determinados em mostrar o seu valor, numa estrutura que lhes pode abrir outras portas, com a Rádio Popular-Boavista à espera de poder tirar partido da evolução que tiverem sob a orientação de José Barros.

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