5 de junho de 2019

Percursos exigentes para decidir os campeões nacionais

Os Nacionais de ciclismo não têm sido tradicionalmente fáceis. Ainda ninguém esqueceu o difícil percurso de Gondomar, há dois anos, escolhido pelo então ciclista da casa André Cardoso, por exemplo. Uma das provas mais importantes do calendário vai, no final do mês, bem ao norte do país, com Melgaço a prometer exigir bastante dos campeões em título e daqueles que ambicionarem em envergar as camisolas que estão agora com Domingos Gonçalves e Daniela Reis, no que há elite diz respeito.

Serão três dias de muito ciclismo, entre 28 e 30 de Junho, nuns Nacionais que este ano serão organizados pela Associação de Ciclismo do Minho. Mas vamos então aos percursos.

Tudo começa na sexta-feira com o contra-relógio feminino ao meio-dia, seguindo-se os sub-23 masculinos. As duas corridas serão feitas num traçado de 24,6 quilómetros. Daniela Reis e Ivo Oliveira são os campeões em título, com o gémeo a não poder defender o título, pois já não compete neste escalão. Agora pertence à elite.


A elite masculina partirá às 13:30 para um percurso de 32,3 quilómetros. Domingos Gonçalves é o bicampeão nacional da especialidade. Todos os contra-relógios vão ligar o Centro de Estágios de Melgaço à Câmara Municipal.



No sábado arrancam as provas em linha, numa corrida com circuito. Primeiro as senhoras, às 10:00. Serão 88,6 quilómetros, terminando à quarta passagem pela meta, mais uma volta do que as juniores, que vão pedalar 66,1 quilómetros e mais duas do que as cadetes e as masters, que terão de enfrentar 43,6 mil metros. Como foi dito, Daniela Reis é a campeã em título.



"Poder vestir a bandeira portuguesa ao peito durante toda uma época é um orgulho enorme. No meu caso, a correr no estrangeiro, as equipas dão imenso valor a um campeão nacional e acaba por dar também mais alguma visibilidade ao ciclismo feminino português. A corrida de fundo antevê-se realmente dura, pelo percurso e pelo calor que costuma estar nesta altura do ano. O contra-relógio parece me mais acessível do que no ano passado, mas não deixa de ser bastante duro para o que o pelotão feminino está habituado", afirmou Daniela Reis, ciclista da Doltcini-Van Eyck Sport, citada pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

Seguir-se-ão os sub-23 masculinos, às 14:30. O percurso terá um total de 144,4 quilómetros. Rui Oliveira, foi o campeão de 2018, em Belmonte, numa grande exibição do gémeo num circuito final nada fácil. Era um título muito desejado, já que era a despedida do escalão, antes da passagem ao de elite. A sua ausência não significa portas abertas ao vice-campeão do ano passado, João Almeida, pois a concorrência adivinha-se forte.

"Acredito que será uma corrida dura e bem disputada. O nível no Nacional é sempre muito alto. A corrida é sempre muito aberta e o factor sorte/oportunidade é muito importante. Estar no sítio certo a hora certa é meio caminho andado para a vitória. Lutar pela vitória é algo muito importante para mim, uma vez que significa representar o nosso país e a nossa bandeira lá fora, dando visibilidade às cores nacionais", afirmou.

Estas duas corridas começam e terminam na Câmara Municipal de Melgaço.



Domingo, às 11:00 teremos a elite masculina em acção. A partida será em Castro Laboreiro e a chegada na Câmara de Melgaço, à oitava passagem pela meta, depois de percorridos 181 quilómetros. As provas de fundo vão então desenrolar-se num circuito exigente, o chamado rompe-pernas, com pouco terreno digno de ser considerado plano. A meta está instalada no topo de uma rampa de um quilómetro, com inclinação média de 8,5%, destacando-se os 500 metros finais, em empedrado, e com uma pendente de 11%. 



Mais há um pormenor especial nas corridas de elite masculina e de sub-23. Haverá uma subida de três quilómetros com inclinação média de 4%, que será transposta apenas na última volta e poderá ser importante na decisão do campeão. Domingos Gonçalves fez a dobradinha em Belmonte, mas na Volta a Catalunha caiu e fracturou a omoplata e o ombro. Mais de dois meses depois, o ciclista da Caja Rural regressou neste último fim-de-semana à competição, em duas corridas de um dia em França e a ver vamos se conseguirá apurar a forma a tempo de se apresentar competitivo em Melgaço.

"O local escolhido para a edição de 2019 foi Melgaço, uma decisão feliz porque leva a animação e o entusiasmo do desporto ao alto nível a um município que investe no desporto e que gosta de ciclismo, recebendo provas de referência em diferentes vertentes e disciplinas da modalidade", afirmou Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.

E fica desde já o convite para visitar esta bonita vila do distrito de Viana do Castelo e conhecer in loco os campeões nacionais de 2019.

NOTA: Acrescentado o perfil da etapa da prova masculina de elite às 23:08.

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