24 de junho de 2019

Confirmada lesão de Raúl Alarcón mas Volta a Portugal não está excluída

(Fotografia: © Podium/Paulo Maria)
Num curto texto publicado no Facebook, a W52-FC Porto confirmou que Raúl Alarcón foi submetido a uma intervenção cirúrgica após a queda no domingo, no Grande Prémio Abimota. O espanhol fracturou a clavícula, mas a equipa não adiantou o tempo de recuperação. Não é impossível que possa estar presente na Volta a Portugal, mas será um contra-relógio para se apresentar em forma.

Esta é uma das lesões mais comuns entre os ciclistas e são vários os exemplos dos que em pouco tempo regressaram à competição. Egan Bernal é o mais recente. Fracturou a clavícula no início de Maio e ficou afastado do Giro, mas em cerca de duas semanas já estava a treinar e menos de dois meses depois da queda, venceu a Volta à Suíça.

Recuperar de uma fractura como esta pode demorar dois a três meses até estar novamente a 100%. No entanto, como se viu em Bernal, o tempo pode ser reduzido, dependendo também do tipo de lesão. Pelo menos nas duas primeiras semanas é recomendada a imobilização, ainda que se possa realizar simples tarefas. Andar de bicicleta não é uma delas.

Participar na Volta a Portugal é possível, mas irá levantar-se a questão em que forma estará Alarcón. Tem sido uma época relativamente discreta para o espanhol de 33 anos, com a aposta numa terceira vitória consecutiva na Volta a ser o principal objectivo, para não dizer único. A queda poderá obrigar o director desportivo Nuno Ribeiro a pensar num plano B. Tendo em conta a qualidade do plantel, nem é uma dor de cabeça muito grande.

João Rodrigues poderá ter a oportunidade mais cedo do que o esperado. A sua evolução na equipa está a ser pensada para que seja um futuro líder. Este ano respondeu muito bem quando foi chamado a assumir a responsabilidade, conquistando a Volta ao Alentejo. Pode ter apenas 24 anos, mas a sua maturidade já lhe confere estatuto na W52-FC Porto e depois há que contar que terá uma equipa muito experiente a ajudá-lo. Tem também a seu favor ser forte no contra-relógio e na Volta há um a abrir e um a fechar.

Outro forte candidato é Edgar Pinto. Chegou esta época à W52-FC Porto, oriundo da Vito-Feirense-BlackJack, tendo no currículo duas temporadas na Sky Dive Dubai. Aos 33 anos, o que não falta a Edgar Pinto é experiência, mas tem faltado sorte. Ainda assim, no ano passado parece ter afastado os azares - que se mostraram muito através de quedas, algumas graves, como na Volta de 2017 - e ficou à porta do pódio na Volta a Portugal. Trepador por excelência, o ciclista esteve muito bem na Volta à Turquia, corrida World Tour, sendo quinto na geral.

Se não há dúvidas que como gregário na W52-FC Porto seria um de luxo, como líder também dá garantias e, se for eleito como líder, terá a oportunidade por que tanto esperou: lutar pela Volta a Portugal numa equipa fortíssima e que não tem tido rival nos últimos anos.

Ricardo Mestre também é uma solução. Tem 35 anos e sabe o que é vencer a Volta a Portugal. Fê-lo em 2011 com a camisola do Tavira. Chegou à W52-FC Porto em 2016 e rapidamente tornou-se num dos homens de confiança de Nuno Ribeiro, mesmo cedendo o papel de destaque para ser um ciclista de trabalho. Sabe agarrar as oportunidades que tem e não teria qualquer problema em assumir-se novamente como líder. Nunca é de mais recordar que Mestre esteve no World Tour, na Euskaltel-Euskadi, infelizmente apanhou a fase final da equipa basca (2013).

António Carvalho adoraria estar nessa posição de líder, mas desde a grande Volta a Portugal de 2017, que o ciclista de 29 anos não tem conseguido repetir as exibições. A equipa conta com mais dois vencedores da corrida além de Mestre e Alarcón: Gustavo Veloso e Rui Vinhas. O primeiro está na recta final da carreira e aos 39 anos, vencer por uma terceira vez a Volta não parece já estar nos planos. Quanto a Vinhas, ainda se desconhece se estará na corrida, pois está a resolver a sua situação do resultado anómalo no teste anti-doping durante a Volta de 2018. Acusou betametasona, mas em causa poderão estar os medicamentos que tomou após a queda que o deixou muito mal tratado dias antes do controlo a que foi submetido.

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