(Fotografia: © Team Ineos) |
O espanhol, agora com 38 anos, ainda pode recorrer para o Tribunal Arbitral de Desporto, como a própria UCI realçou no comunicado hoje divulgado. "O Tribunal Anti-Doping considerou o ciclista retirado de violar uma regra anti-doping (uso de substâncias proibidas) baseado em anormalidades detectadas no passaporte biológico entre 2009 e 2011 e impôs uma período de inelegibilidade ao corredor de três anos", lê-se. De referir que o Tribunal Anti-Doping é um organismo da UCI, ainda que seja independente.
O site Ciclo21 explica que a análise do passaporte de Cobo por parte de responsáveis da UCI levantou suspeitas e foram efectuadas novas análises, nas quais foram detectadas uma substância dopante, não especificada. No site lê-se que não se trata de valores anómalos que podem acontecer em caso de algum tratamento médico, o que leva a que seja considerado um teste positivo. De recordar que a prescrição na reanálise de amostras ou do passaporte biológico só acontece ao fim de dez anos.
Como foi dito, Cobo pode ainda recorrer e tem um mês para o fazer. Se não o fizer ou se for dada razão à UCI, então o espanhol ficará mesmo sem Volta a Espanha de 2011 a sua grande conquista da carreira. Aquela vitória de Cobo foi uma das maiores surpresas dos últimos anos, ainda mais com o ciclista a estar então numa equipa Profissional Continental: a Geox-TMC Transformers.
Foi uma corrida de grande espectáculo, nos primórdios da Sky, então ainda sem vitórias em três semanas. Bradley Wiggins era o líder e um jovem Chris Froome o escudeiro. Porém, o líder começou a perder tempo, mas a equipa demorou a dar liberdade a Froome. Acabou por o fazer, mas já foi tarde de mais. O britânico perdeu a Vuelta por 13 segundos.
O resto é história. Wiggins ganhou o Tour no ano seguinte, Froome ganhou quatro, um Giro e uma Vuelta, esta em 2017. Porém, a história poderá ser rescrita. A confirmar-se a atribuição da vitória na Vuelta de 2011 a Froome, então o ciclista passará a ser o primeiro britânico a conquistar uma grande volta e não Wiggins. Também será a sua primeira grande conquista em três semanas e não o Tour de 2013 e somará sete ao todo.
Wiggins ficará com o segundo lugar nessa Vuelta, com Bauke Mollema a conseguir assim o seu primeiro pódio numa grande volta. E o holandês foi primeiro a reagir com um brinde.
Cheers on my first Grand Tour podium!? 🙈😅 #vuelta2011 #8yearslater #throwbackthursday #mollemalen pic.twitter.com/TljIqtPYdu— Bauke Mollema (@BaukeMollema) 13 June 2019
Ao vencer aquela Vuelta, Cobo foi contratado pela Movistar, mas nunca mais esteve perto do nível apresentado naquelas 21 etapas. Conquistou ainda a etapa do Anglirú, que pode agora perder para Wout Poels, ciclista que apesar de ser da Ineos (ex-Sky), estava na Vacansoleil-DCM. Cobo manterá no currículo o triunfo na geral da Volta ao País Basco em 2007 e a etapa na Volta a Portugal no ano seguinte, na Senhora da Graça. Depois de duas épocas na Movistar sem resultados, Cobo foi para a equipa Continental turca Torku Şekerspor, mas 2014 foi o seu último ano de profissionalismo.
Pode ler aqui o comunicado da UCI na íntegra (em inglês).
Froome de olhos postos no futuro
Por razões óbvias, Chris Froome não reagiu à notícia, até porque será preciso esperar pela decisão de Cobo em recorrer ou não. O britânico está mais preocupado com o seu futuro, do que com o que aconteceu em 2011. Depois da queda a cerca de 60 quilómetros/hora no reconhecimento do contra-relógio de quarta-feira do Critérium du Dauphiné, o ciclista foi operado, numa intervenção cirúrgica que durou seis horas. A Ineos confirmou que Froome tem fracturas no fémur, no cotovelo e em algumas costelas.
O ciclista está nos cuidados intensivos do Hospital de St. Etienne e vai ficar mais uns dias sob observação, segundo explicou o médico da equipa, Richard Usher. Mas Froome já está a pensar em como poderá recuperar. "Ele está activamente a discutir as suas opções de reabilitação, o que é muito encorajador", disse Richard Usher.
Froome pediu para agradecer as muitas mensagens de apoio que tem recebido e nos próximos dias ele próprio irá divulgar um comunicado. Para já, começa um processo de recuperação ainda sem qualquer previsão para quando poderá regressar à competição. Certo é que a luta por uma eventual conquista da quinta vitória no Tour fica adiada.
»»Froome está fora da Volta a França««
»»A nova geração está pronta para continuar o legado Sky na Ineos««
Pode ler aqui o comunicado da UCI na íntegra (em inglês).
Froome de olhos postos no futuro
Por razões óbvias, Chris Froome não reagiu à notícia, até porque será preciso esperar pela decisão de Cobo em recorrer ou não. O britânico está mais preocupado com o seu futuro, do que com o que aconteceu em 2011. Depois da queda a cerca de 60 quilómetros/hora no reconhecimento do contra-relógio de quarta-feira do Critérium du Dauphiné, o ciclista foi operado, numa intervenção cirúrgica que durou seis horas. A Ineos confirmou que Froome tem fracturas no fémur, no cotovelo e em algumas costelas.
O ciclista está nos cuidados intensivos do Hospital de St. Etienne e vai ficar mais uns dias sob observação, segundo explicou o médico da equipa, Richard Usher. Mas Froome já está a pensar em como poderá recuperar. "Ele está activamente a discutir as suas opções de reabilitação, o que é muito encorajador", disse Richard Usher.
Froome pediu para agradecer as muitas mensagens de apoio que tem recebido e nos próximos dias ele próprio irá divulgar um comunicado. Para já, começa um processo de recuperação ainda sem qualquer previsão para quando poderá regressar à competição. Certo é que a luta por uma eventual conquista da quinta vitória no Tour fica adiada.
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