(Fotografia: © Team Ineos) |
Aos poucos vão sendo revelados mais pormenores sobre as consequências da aparatosa queda que Chris Froome sofreu na quarta-feira. Além das lesões anunciadas no dia, sabe-se agora que o ciclista da Ineos também fracturou o esterno e uma vértebra na zona do pescoço. Um dos médicos que operou o britânico disse ainda que Froome perdeu cerca de dois litros de sangue devido ao acidente. O corredor enviou uma mensagem aos fãs e garantiu que está focado em regressar ao seu melhor.
Os pormenores que se vão conhecendo ajudam a explicar por que razão Daniel Martin, ciclista da UAE Team Emirates que assistiu à queda, admitiu que chegou a pensar o pior. Além da fractura no fémur, cotovelo e algumas costelas, Froome tem ainda fracturas no esterno, osso situado na parte anterior e média do tórax, e na vértebra C7. O ciclista poderá ficar no hospital até cerca de seis semanas e a recuperação será longa, ainda que Giorgio Gresta, o médico que operou o cotovelo de Froome, considera que em seis meses o ciclista poderá pensar regressar ao ciclismo.
O corredor está nos cuidados intensivos do Hospital de St. Etienne, para onde foi transportado depois de ser assistido em Roanne, onde sofreu a queda durante o reconhecimento do contra-relógio do Critérium du Dauphiné. "[Está nos cuidados intensivos] como uma medida de precaução devido à cirurgia a que foi submetido e tendo em consideração que perdeu muito sangue, cerca de dois litros", disse Gresta à Gazzetta dello Sport. Assegurou também que Froome não corre "nenhum risco específico" e que o importante é que "esteja calmo e relaxado". O tempo de recuperação também depende da vontade do paciente e a de Froome é muita. "Ele pode precisar apenas de seis meses para regressar mais forte do que nunca", afirmou o médico.
As palavras de Froome confirmam essa vontade. "É um revés e um dos grandes. Estou focado em olhar em frente. Tenho um longo caminho de recuperação pela frente, mas começa agora e estou completamente focado em regressar ao meu melhor", lê-se no comunicado divulgado pela equipa. O ciclista da Ineos agradeceu as muitas mensagens que recebeu, afirmando que não esperava e que lhe têm dado força. O maior agradecimento vai para todos os médicos que o ajudaram, tanto no local da queda, como no hospital de Roanne e de St. Etienne. "Sei a sorte que tenho em estar aqui hoje e quanto o devo a todos os paramédicos e pessoal médico", afirmou.
O sonho de igualar o recorde de cinco vitórias na Volta a França ficou adiado depois de Froome cair a cerca de 60 quilómetros/hora. O britânico tirou a mão do guiador para limpar o naríz e nesse momento uma forte rajada de vento acabou por provocar a queda. Agora assiste de fora ao que os seus companheiros estão a fazer e este sábado Wout Poels, um dos seus fiéis escudeiros, venceu a etapa rainha do Critérium du Dauphiné e dedicou-a a Froome.
O homem que irá agora ser líder da Ineos no Tour sem discussão, Geraint Thomas, começou a Volta à Suíça com o 13º tempo no contra-relógio de 9,5 quilómetros em Langnau im Emmental, a 17 segundos do vencedor, Rohan Dennis (Bahrain-Merida). Egan Bernal foi 26º, a 23 segundos. A equipa começa a reorganizar-se a pensar que fará um Tour sem Froome, mas há que não esquecer que Thomas foi o vencedor de 2018, sem contestação e com uma excelente e autoritária prestação.
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