12 de junho de 2019

Primeira vitória World Tour para Van Aert... Não foi bem como se esperaria

(Fotografia: © ASO/Alex Broadway)
Aí está a primeira vitória World Tour de Wout van Aert. Não foi bem como se esperaria, mas certamente que ninguém se estará a queixar, desde o ciclista, à equipa. A grande contratação para as clássicas mostrou dotes de contra-relogista e logo num Critérium du Dauphiné. Isto depois de já ter demonstrado que não tem problema nenhum em intrometer-se entre os sprinters. O belga foi anunciado para a Volta a França pela Jumbo-Visma e não demorou em demonstrar porquê.

Num dia em que a queda e confirmação que Chris Froome (Ineos) não irá ao Tour acabou por marcar o Critérium du Dauphiné, a vitória de Van Aert como que ficou para segundo plano. Mas o belga merece o seu lugar de destaque. A época de clássicas não foi má. Longe disso. Somou dois pódios e andou quase sempre entre os primeiros. Porém, faltou a desejada vitória e claro que numa perspectiva de rivalidades, as comparações com Mathieu van der Poel não ajudaram, pois o holandês da Corendon-Circus tomou de assalto a fase de clássicas.

É uma rivalidade que vem do ciclocrosse e que ainda dará muito que falar. Para já, um destacou-se onde se esperava, enquanto Van Aert parece estar finalmente na rota para confirmar o seu valor, mas, por agora, em palcos diferentes. E fica já demonstrado que é muito mais que um ás no ciclocrosse e que uma enorme promessa para as clássicas.

"Trabalhámos nas minhas capacidades de contra-relogista nas últimas semanas, mas não sabia que era possível ganhar a este nível. Estou super feliz", afirmou Van Aert, que terá Roanne como um local especial na sua carreira, já que foi o local dos 26,1 quilómetros da quarta etapa do Critérium du Dauphiné.

Um contra-relógio longo, com uma subida para dificultar, mas que não impediu Van Aert de se superiorizar a especialistas. Senão vejamos: completou a distância em 33:38 minutos, deixando Tejay van Garderen (EF Education First) a 31 segundos e Tom Dumoulin (Sunweb) a 47. O holandês pode ainda não estar no seu melhor depois da lesão no joelho após queda no Giro, mas ainda assim não tira qualquer mérito à prestação de Van Aert que voou neste contra-relógio.

Todos os problemas que enfrentou desde que quebrou contrato com a antiga equipa, as incertezas quanto à possibilidade de ficar um ano sem competir e o processo em tribunal que ainda decorre com a ex-equipa a considerar que Van Aert não teve razões para terminar o vínculo, abalou muito o ciclista. A época de ciclocrosse foi fraca comparada com anos anteriores e quando começou a de estrada, apesar de alguns bons resultados, não foi o ciclista de 2018. Estabilidade alcançada, completamente integrado na Jumbo-Visma e Wout van Aert pode muito bem ter aberto a porta das grandes vitórias que se esperam dele.

De referir que Van Aert é ainda o líder dos pontos e da juventude no Critérium du Dauphiné, que tem Adam Yates com a camisola amarela. O ciclista da Mitchelton-Scott não é conhecido por ser um contra-relogista digno de nota, mas tal como o irmão está a melhorar e o sexto tempo no dia permitiu que subisse à liderança. Boas indicações do britânico para o Tour.

Pode ver aqui os resultados completos da quarta etapa, via ProCycling Stats.

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