(Fotografia: © João Fonseca Photographer/Fullsport) |
A corrida, que arrancou na terça-feira, 4 de Junho, e que terminou no feriado desta segunda-feira, teve uma primeira fase em que a W52-FC Porto se impôs. O dia que se revelaria decisivo foi o quarto, neste caso o primeiro sector da terceira etapa (estava dividida em duas, com um contra-relógio por equipas da parte da tarde). Uma fuga fez com que Ricardo Mestre ganhasse 2:05 minutos sobre vários rivais, com destaque para Joni Brandão, o homem que foi a figura das três últimas tiradas. O líder da Efapel venceu-as e a grande recuperação ficou a 36 segundos de valer a geral.
A W52-FC Porto fez uma das coisas que faz melhor quando Mestre vestiu a amarela em Matosinhos, no contra-relógio colectivo, o segundo sector da terceira etapa: controlou. Num excelente trabalho colectivo, a equipa de Nuno Ribeiro não facilitou a vida a Joni Brandão. Mas este ciclista meteu e muito respeito. Está definitivamente de regresso o melhor Joni.
São já seis vitórias em 2019, com Antonio Angulo a ser o único que quebrou esta hegemonia dentro da Efapel. E são seis apenas desde 14 de Abril, quando venceu a terceira etapa do Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela. Este regresso à equipa que o projectou no ciclismo, depois de dois anos menos felizes no Sporting-Tavira e marcados por um problema de saúde, dificilmente poderia estar a correr melhor.
(Fotografia: © João Fonseca Photographer/Fullsport) |
Brandão fala no plural, destacando o importante trabalho dos seus companheiros. Porém, é aqui que a Efapel ainda não atinge o nível de uma W52-FC Porto com mais opções para controlar corridas ou para as atacar. No entanto, este colectivo escolhido pelo director desportivo Américo Silva revelou ser interessante e estará perto do que será eleito para a Volta, se não for mesmo este: Henrique Casimiro, Sérgio Paulinho, Bruno Silva, Rafael Silva, Nikolay Mihaylov e Fabricio Ferrari.
Um super Joni Brandão pode criar algumas preocupações, mas será necessário ter companheiros bem perto dele nos momentos mais importantes da Volta a Portugal. A Efapel precisa de um Sérgio Paulinho a ser um gregário de excelência, fazendo uso de toda a sua experiência. Também precisa de um Henrique Casimiro em grande, pois talvez possa estar desiludido por ter perdido o papel de co-líder, mas pode ser um elemento essencial para levar esta equipa a enfrentar olhos nos olhos a W52-FC Porto. E há que não esquecer Bruno Silva. Prima pela discrição, mas é um ciclista fundamental e em quem Américo Silva muito confia.
(Fotografia: © João Fonseca Photographer/Fullsport) |
Como tem sido habitual e mesmo com a subida de escalão, a Profissional Continental, a mentalidade não mudou na estrutura e todos vão tendo as suas oportunidades de vencer. Foi a vez de Ricardo Mestre que sucedeu no historial da corrida a António Carvalho (dois triunfos) e Rafael Reis, que também estiveram na prova. Raúl Alarcón venceu em 2017. Gustavo Veloso, Samuel Caldeira e Edgar Pinto, este último um dos homens em destaque em 2019 na equipa, completaram a formação do Sobrado no Grande Prémio Jornal de Notícias que venceu colectivamente. Carvalho e Pinto terminaram no top dez.
Se houve algo que esta corrida demonstrou, quando já se está em contagem decrescente para a Volta a Portugal, é que a Efapel está determinada e vai mostrando algumas armas para tentar enfrentar o esperado domínio da W52-FC Porto. Até ao momento, ainda mais nenhuma equipa portuguesa mostrou ter essas condições.
O pódio do Grande Prémio Jornal de Notícias foi fechado por Alejandro Marque (Sporting-Tavira) que ficou a 59 segundos de Mestre, tendo sido um dos ciclistas a tirar partido da fuga daquela terceira etapa. Joni Brandão levou a camisola dos pontos e venceu as metas volantes, com o companheiro Bruno Silva a ganhar mais uma camisola da montanha. A juventude foi para Rafael Lourenço, da UD Oliveirense-InOutBuild, que quase ganhou o primeiro sector da terceira etapa, mas celebrou cedo de mais e Vincente García de Mateos (Aviludo-Louletano) "atirou" a bicicleta para ganhar por muito, muito pouco.
Aqui fica a lista de vencedores das etapas, com o pelotão nacional a regressar à estrada entre 19 e 23 de Junho, no Grande Prémio Abimota.
Prólogo, Monção - Monção (6,2 quilómetros): Rafael Reis (W52-FC Porto). Camisola amarela: Rafael Reis
1ª etapa, Monção - Viana do Castelo (166,1): João Matias (Vito-Feirense-PNB). Camisola amarela: Rafael Reis
2ª etapa, Vianal do Castelo - Ovar (178,4): Leangel Meneses (Kuota-Construcciones Paulino). Camisola amarela: Rafael Reis
3ª etapa - primeiro sector, Vila Nova de Gaia - Vila Nova de Gaia (79,6 quilómetros): Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano). Camisola amarela: Vicente García de Mateos
3ª etapa - segundo sector, Matosinhos - Matosinhos (9,2 quilómetros - contra-relógio por equipas): W52-FC Porto. Camisola amarela: Ricardo Mestre
4ª etapa, Valongo - Valongo (130,6): Joni Brandão (Efapel). Camisola amarela: Ricardo Mestre
5ª etapa, Santo Tirso - Senhora da Assunção (7,1 quilómetros - crono-escalada): Joni Brandão (Efapel).Camisola amarela: Ricardo Mestre
6ª etapa, Porto - Gondomar (187,2): Joni Brandão (Efapel). Camisola amarela: Ricardo Mestre
Pode ver neste link as classificações completas, via Federação Portuguesa de Ciclismo (documento pdf).
Aqui encontra as vitórias das nove equipas do pelotão de elite nacional (inclui as três sub-25 Continentais).
»»"A Torre por si só 'mata' muitos atletas no pensamento"««
»»Percursos exigentes para decidir os campeões nacionais««
Sem comentários:
Enviar um comentário