20 de julho de 2017

Froome não entra em euforias. Diferenças são demasiado curtas para festejar antes do contra-relógio

(Fotografia: ASO/Pauline Ballet)
Um furo, uma avaria, uma queda (adeptos de Chris Froome batam na madeira!)... Será preciso um azar para tirar a quarta vitória na Volta a França, terceira consecutiva, a Chris Froome. Nunca o britânico chegou à penúltima etapa com uma distância curta, partindo de princípio que esta sexta-feira as diferenças não sofrerão alterações e antecipando o contra-relógio de sábado, em Marselha (a mais pequena foi 2:38 minutos para Nairo Quintana em 2015). Entre o trio da frente, o britânico é o melhor no esforço individual, mas lá está, a diferença é tão curta que basta um azar e tudo pode ficar perdido. É de Rigoberto Uran que vem a maior ameaça e a ver vamos se Romain Bardet não se arrepende da decisão de trabalhar menos o contra-relógio, onde é relativamente fraco. Se houver o tal azar, o francês poderá perder para o colombiano.

Não batam mais na madeira adeptos de Chris Froome! Não se falará mais de azares, mas sim de um Froome que fez o necessário na última alta montanha do Tour para ter praticamente garantido mais uma conquista. Tantas dúvidas houve sobre a sua forma, contudo, o objectivo de chegar melhor à terceira semana melhor do que nos anos anteriores foi cumprido e recompensado. Não foi aquele Chris Froome dominador, mas no Col d'Izoard foi um Froome que bastou para um Bardet curto de forças e um Uran a jogar à defesa. Não é bonito ver um ciclista agir assim, mas há que ter em conta que o colombiano da Cannondale-Drapac nem ao top dez era apontado, pelo que um pódio é simplesmente fenomenal. Sabe a vitória para Uran e para uma equipa que até recentemente estava há dois anos sem vitórias no World Tour e agora venceu uma etapa no Giro, no Tour e prepara-se para estar no pódio, falta saber se em segundo ou terceiro.

Romain Bardet conseguiu bonificar, o que lhe permitiu passar Uran. Estavam ambos a 27 segundos, mas assim sempre são 23 que separam o francês da AG2R de Froome a 29 entre Uran e o líder (perdeu dois segundos no sprint final no Izoard). Os rivais sabem que o Tour está praticamente entregue, mas o britânico também sabe que o ciclismo prega umas partidas de vez em quando e opta por um discurso cauteloso. "Eles ainda têm tudo para correr. Estão muito próximos. O Rigo parece ser a maior ameaça no contra-relógio, mas ainda há dois dias de corrida e tudo pode acontecer. Tenho de fazer tudo para estar a salvo na frente e levar esta camisola até Paris", afirmou Chris Froome, que ficou muito satisfeito com o trabalho da equipa na etapa desta quinta-feira.

Com Fabio Aru em quebra, Mikel Landa subiu à quarta posição, mas o pódio será difícil, já que também não é nada forte no contra-relógio. Ainda tentou ganhar a etapa, mas não conseguiu chegar à frente e foi mesmo apanhado por Froome, Uran e Bardet. O líder da Sky tem sempre o cuidado de ser o mais politicamente correcto possível, fazendo tudo para que o ambiente se mantenha saudável na equipa. Tenta ser um cavalheiro, portanto. Talvez por isso, no final, não chegou agradecer o trabalho do espanhol, disse mesmo que acredita que Landa poderá vencer a Volta a França no futuro. Se se confirmar a transferência para a Movistar, até é bem possível que Landa venha a ser um rival em 2018.

Dia feliz para a Sunweb

É um Tour espectacular para a Sunweb. Aliás, as duas primeiras grandes voltas do ano ficarão para a história da equipa. Venceu o Giro com Tom Dumoulin, tem quatro vitórias de etapas em França, com Warren Barguil a tornar-se no primeiro ciclista a vencer no topo do Izoard. Apesar de ser uma subida mítica, nunca a corrida lá tinha terminado. Barguil fechou com chave de ouro a questão da camisola do rei da montanha. Michael Matthews tem outras duas vitórias e ainda tem mais duas etapas para tentar somar mais alguma enquanto exibe a camisola verde. Brilhante a todos os níveis para uma equipa que até recentemente dependia muito de Marcel Kittel e John Degenkolb para somar triunfos.

Simon Geschke esteve no Giro e está no Tour. O alemão não escondeu a alegria pelo sucesso da Sunweb.


Enquanto uns festejam, outros ficam a pensar como hão-de conseguir finalizar com sucesso todo um enorme trabalho. John Darwin Atapuma parecia estar encaminhado para finalmente conquistar uma etapa numa grande volta, mas voltou a "bater na trave". O triunfo esteve ali tão perto, mas este Barguil escolheu 2017 para confirmar todas as expectativas que se tinham criado sobre ele.

Etapa para a fuga, mas com tensão no pelotão



Três terceiras categorias serão as dificuldades que o mapa mostra, além de mais uma maratona de 200 quilómetros. É um bom dia para quem quiser tentar fazer vingar uma fuga, ainda que homens rápidos como Michael Matthews, John Degenkolb ou Sonny Colbrelli, que passam bem algumas subidas podem ter outras ideias. Não se esperam movimentações dos homens na geral, mas deverá haver um certo nervosismo. Todos quererão estar bem colocados para não ser apanhados em algum corte. Com as diferenças tão pequenas, é proibido errar.

Veja aqui a classificação após a 18ª etapa da Volta a França.


Résumé - Étape 18 - Tour de France 2017 por tourdefrance


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