10 de julho de 2017

Malori teve uma recuperação milagrosa, mas não recuperou a carreira

(Fotografia: Twitter @Movistar_Team)
Tricampeão nacional de contra-relógio, campeão mundial de sub-23 na especialidade e segundo classificado em 2015 na categoria de elite. Um ano antes venceu uma etapa na Vuelta, um contra-relógio, pois claro. Além de ser um dos melhores no esforço individual Adriano Malori era também um dos importantes homens de trabalho na Movistar e parecia ainda destinado a conquistar mais algumas vitórias importantes. No entanto, a 22 de Janeiro de 2016 a vida do ciclista italiano mudou para sempre. Uma queda deixou-o com graves danos neurológicos. Recuperou e os próprios médicos ficaram impressionados quando em Setembro regressou à competição. Porém, Malori ganhou a batalha, mas perdeu a guerra. Bem tentou, mas nunca mais conseguiu acabar uma corrida. Esta segunda-feira anunciou que estava na altura de admitir que já não dá. Ser ciclista profissional já não é uma hipótese. Aos 29 anos Malori tomou a difícil decisão: "O objectivo da tinha na vida era fazer algo especial no mundo do ciclismo. Se não o posso fazer como corredor, farei de outra forma."

Quando a 9 de Setembro partiu para o Grande Prémio do Quebeque, Adriano Malori tornou-se num exemplo de força e vontade. Chegou a estar em coma induzido após a queda no Tour de San Luis (Argentina) e durante algum tempo houve muitas dúvidas sobre o estado saúde do italiano. Em certos momentos, o regresso ao ciclismo parecia mesmo fora de questão. Malori contrariou os piores prognósticos, mas infelizmente não conseguiu recuperar a sua carreira. Além da corrida do Quebeque, esteve na clássica de Montreal, no Giro della Toscana, Coppa Sabatini, Milano-Torino (onde caiu e partiu a clavícula) e este ano na Volta ao Alentejo e na Volta a Castela e Leão. Na primeira completou apenas 80 quilómetros, na segunda abandonou ao fim de 30.

"Dei tudo para conseguir voltar a ser profissional, mas os resultados deste ano são muitos claros para todos. A única maneira que poderia saber era se tentasse. Posso continuar a andar de bicicleta, mas a competição não é mais para mim", salientou Malori numa conferência de imprensa dada no dia de descanso da Volta a França. O italiano realçou como os médicos continuam a considerar a sua recuperação impressionante, mesmo que não tenha conseguido regressar em pleno às corridas. "Isto é o importante na minha história: uma mensagem de esperança para todos, para que sigam acreditando, mesmo que eu não tenha podido voltar a ser ciclista", afirmou.

Começa agora uma nova fase da vida de Malori e poderá não ser longe do ciclismo. O italiano contou que já está a tirar o curso de treinador e tem sido ajudado pela federação do seu país: "A partir de hoje começa 'Adriano Malori 2.0'."


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