26 de dezembro de 2016

Chris Froome mantém-se fiel ao habitual programa: apostar no Tour, fugir ao Inverno europeu e treinar na África do Sul

Froome quer a quarta vitória no Tour e explica como o filho mudou a sua vida
(Fotografia: Team Sky)
Um dia depois de Nairo Quintana ter dado uma grande alegria aos organizadores da Volta a Itália, Chris Froome não se deixou influenciar e anunciou que irá manter-se fiel ao seu habitual programa. Ou seja, a aposta será o Tour, onde procurará a sua quarta vitória, terceira consecutiva. Apesar dos elogios ao percurso da 100ª edição do Giro e de não parecer particularmente agradado com o da próxima edição da Volta a França, é claramente na prova gaulesa que o britânico quer continuar a deixar a sua marca e, quanto muito, tentará novamente fazer a dobradinha Tour-Vuelta, que este ano Quintana não deixou que acontecesse.

Froome não muda uma vírgula ao plano que fez em 2016. Vai começar o ano na Austrália, seguindo depois para o estágio de três semanas na África do Sul. O britânico quer "fugir" ao Inverno europeu e, por isso, só virá em Março, na Volta à Catalunha, ou seja, não estará nem no Paris-Nice, nem no Tirreno-Adriatico. A Volta à Romandia e o Critérium du Dauphiné voltam a estar na rota da sua preparação para o Tour. "É um programa a que estou habituado", explicou numa entrevista à Gazzetta dello Sport. Quanto a clássicas, Froome atacará a Liège-Bastogne-Liège, prova que entrou este ano para a história da Sky como o primeiro monumento ganho pela equipa. Mas foi Wout Poels o vencedor.

No entanto, apesar de voltar a focar a sua temporada na Volta a França, o seu discurso sobre o percurso da prova é pouco entusiasmante. "Digamos que é muito diferente do habitual no Tour. Só haverá três finais em alto e apenas um é longo e duro. Penso que tudo ficará decidido nesse dia, até porque os contra-relógios são muito curtos. Será uma corrida mais aberta e poderá ser mais espectacular de assistir", referiu.

O ciclista abordou ainda a forma como treina, dizendo que o faz de "modo feroz" todos os dias. "Muitos colegas dizem-me que nunca viram ninguém preparar-se assim. Não é fácil, às vezes a dureza é tremenda, mas é onde está a diferença entre a vitória e o pódio", explicou. E Froome aponta também aqueles que considera que serão os seus principais rivais em 2017: "Quintana faz-me sofrer muito nas subidas. Já Contador é difícil de enfrentar porque é muito imprevisível. Porém, pode ganhar. Tem cabeça, experiência e motivação e a mudança de equipa irá fazer-lhe bem."

Mont Ventoux, o momento do ano de Froome

A terceira vitória do britânico na Volta à França ficará sempre marcada pela corrida no Mont Ventoux, quando ficou sem bicicleta num acidente com uma moto. "Agora já me posso rir, mas foi um momento de loucos. Estava a pedalar para ganhar com o Mollema e o Porte, quando, de repente, estávamos no chão. Vi que a minha bicicleta estava fora de combate e sabia que o carro da equipa estava muito longe, por isso comecei a correr. Nem sequer escorreguei", brincou Froome ao recordar um momento que ficará para a história do Tour.

Chris Froome foi pai recentemente e considera que o filho mudou a sua vida. "Ele deu-me estabilidade a nível mental. Agora quando estou em casa... Estou em casa. A Michelle é uma mãe excelente e muito atenta. O Kellan dorme das sete da noite às sete da manhã. Temos sorte!" salientou.


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