(Fotografia: © Sarah Meyssonnier/La Vuelta) |
(Imagem: La Vuelta) |
É uma típica etapa desta grande volta, não muito longa - 170,7 quilómetros -, mas muito desgastante. A segunda categoria, logo nos primeiros quilómetros, será seguida de sobe e desce constante até à terceira categoria (ver gráfico em baixo). O pelotão poderá começar a partir muito antes dos 11,1 quilómetros finais, com uma média de 7,8% (imagem do lado direito). Não tem pendentes loucas, mas tem muitos quilómetros acima dos 10% e máxima de 16%.
Nesta fase da temporada as pernas pesam e mesmo os que apresentam uma boa forma e descansaram entre o Giro e Volta a Espanha, não deixam de estar numa fase final de temporada. Também por isso a Vuelta acaba por ser muito mais indefinida quanto a vencedores. Até a Jumbo-Visma, que se apresentou com um bloco fortíssimo, já sofreu uma baixa importante, consequência da referida queda. Steven Kruijswijk, líder a par de Primoz Roglic, abandonou. As dores no joelho não deixavam antever nada de bom quando as maiores dificuldades chegassem, pelo que o holandês jogou pelo seguro.
A quinta etapa também poderá ajudar a perceber precisamente como estão os blocos. A Astana não esteve bem na segunda tirada, enquanto a Movistar trabalhou um pouco, mais para Alejandro Valverde, com Nairo Quintana a surpreender ao fugir para ganhar a tirada. Na formação espanhola nunca se sabe muito bem o que esperar, pois Valverde poderá ir atrás da vitória, com 49 segundos a separá-lo da camisola vermelha de Nicolas Roche. Mas Quintana está a apenas dois segundos, mas já é difícil esconder - ou talvez já nem se tente fazê-lo - que é um homem algo isolado na Movistar.
Mas voltando à Astana, Miguel Ángel López começou bem a Vuelta, liderou, mas se no contra-relógio a equipa foi perfeita, na etapa em linha faltou mais união. Se López comprovar que está bem, Ion Izagirre terá de abdicar do seu objectivo pessoal. No segundo dia tentou atacar e depois quebrou quando o seu líder mais precisou dele. López também gostaria de ver Fuglsang mais próximo de si, mas o Tour pode prejudicar a força do dinamarquês, ainda que não o tenha terminado devido a queda.
Mas há uma equipa que está a gerar muita curiosidade. A EF Education First está a confirmar que o seu trio de colombianos foram a Espanha para lutar pela vitória. Daniel Martínez já perdeu 1:46 minutos, contudo, não é carta fora do baralho. Longe disso. Pode ser muito importante ao lado de Rigoberto Uran, terceiro, a oito segundos de Roche. Uran sofreu uma queda, mas aparentemente sem gravidade e tem outro ciclista que tanto o pode ajudar, como poderá lançar alguma "confusão" entre os adversários. É que Sergio Higuita não está a querer passar despercebido na sua estreia numa grande volta. 22 anos e tanto talento ainda por desenvolver.
Está a 37 segundos de Roche e é um trepador com muito potencial. Se este trio estiver bem, poderá ser o maior rival para a Jumbo-Visma de Roglic e para López e Quintana. Será que a Vuelta vai ser um esloveno entre colombianos?
Na Vuelta há tendência aos ciclistas apresentar-se mais livres de tácticas pré-definidas, o que potencia o espectáculo e uma luta mais acesa pela camisola vermelha. Não vai ser fácil para Roche mantê-la, já que terá de garantir que o líder da Sunweb, Wilco Kelderman, se mantém bem posicionado. Este holandês é sempre uma incógnita, mas foi em Espanha que se viu o seu melhor.
Na Vuelta há tendência aos ciclistas apresentar-se mais livres de tácticas pré-definidas, o que potencia o espectáculo e uma luta mais acesa pela camisola vermelha. Não vai ser fácil para Roche mantê-la, já que terá de garantir que o líder da Sunweb, Wilco Kelderman, se mantém bem posicionado. Este holandês é sempre uma incógnita, mas foi em Espanha que se viu o seu melhor.
Se Fabio Aru (UAE Team Emirates) e Pierre Latour (AG2R) são dois ciclistas a não perder de vista, pelo que mostraram na segunda etapa, atenção à Bora-Hansgrohe. Discretamente Emanuel Buchmann foi somando resultados regulares no Tour e fechou na quarta posição. O mesmo poderá acontecer agora. Davide Formolo quer despedir-se em grande da equipa (está a caminho da UAE Team Emirates) e Rafal Majka é outro Kelderman. Pode fazer muito, mas tem ficado tantas vezes aquém. Mas foi na Vuelta que fez pódio em 2015. Ambos estão no top dez, a 46 segundos, e esta Bora-Hansgrohe não aposta apenas em Sam Bennett nos sprints. Agora também olha sempre para a geral.
Fabio Jakobsen já vence nas grandes voltas
A poucos dias de completar 23 anos, Fabio Jakobsen está a confirmar que é um sprinter de topo. Ou quase a lá chegar. Desde que na época passada venceu a clássica Danilith Nokere Koerse que o jovem holandês não parou de somar boas exibições. A Deceuninck-QuickStep deu-lhe a oportunidade de se estrear numa grande volta nesta Vuelta e logo com a camisola de campeão nacional, que vestiu no final de Junho. Sam Bennett foi demolidor no primeiro sprint, mas Jakobsen foi superior na segunda tentativa.
A preparação da equipa foi perfeita e Max Richeze fez um trabalho fantástico, numa altura em que faz as últimas corridas pela equipa, já que vai juntar-se a Fernando Gaviria na UAE Team Emirates na 2020. Mas o seu profissionalismo é intocável e abriu caminho a Jakobsen, enquanto Bennett errou na trajectória numa rotunda e até ficou perto de uma recuperação total, mas a quarta etapa foi para um holandês. Vencedor em Lagos na Volta ao Algarve é um ciclista que cada vez mais se espera que se junte rapidamente ao lote de luxo de nomes do sprint mundial como Dylan Groenewegen, Gaviria, Peter Sagan, Caleb Ewan... E claro, Elia Viviani, que na próxima época será um rival de Jakobsen, pois está de partida para a Cofidis. Como sempre, o director Patrick Lefevere tem uma nova estrela pronta a assumir protagonismo, quando uma sai da equipa belga.
Classificação completa, via ProCyclingStats.
»»Uma Vuelta muito irlandesa««
»»Eis Nairo Quintana!««
(Imagem: La Vuelta) |
A preparação da equipa foi perfeita e Max Richeze fez um trabalho fantástico, numa altura em que faz as últimas corridas pela equipa, já que vai juntar-se a Fernando Gaviria na UAE Team Emirates na 2020. Mas o seu profissionalismo é intocável e abriu caminho a Jakobsen, enquanto Bennett errou na trajectória numa rotunda e até ficou perto de uma recuperação total, mas a quarta etapa foi para um holandês. Vencedor em Lagos na Volta ao Algarve é um ciclista que cada vez mais se espera que se junte rapidamente ao lote de luxo de nomes do sprint mundial como Dylan Groenewegen, Gaviria, Peter Sagan, Caleb Ewan... E claro, Elia Viviani, que na próxima época será um rival de Jakobsen, pois está de partida para a Cofidis. Como sempre, o director Patrick Lefevere tem uma nova estrela pronta a assumir protagonismo, quando uma sai da equipa belga.
Classificação completa, via ProCyclingStats.
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