(Fotografia: © Podium/Paulo Maria) |
E como é no contra-relógio que todos já estão a pensar, então fale-se dele. 30 anos depois o Porto recebe o final da Volta. O director da corrida Joaquim Gomes, venceu nesse 1989. A derradeira tirada liga Gaia ao Porto num percurso que não se adapta ao contra-relogista que gosta mais de rolar. Tem subidas que vão quebrar o ritmo e tem descidas em que haverá de ponderar entre o risco para não perder tempo e o cuidado para evitar algum dissabor.
É um contra-relógio que agrada a Joni Brandão, 29 anos - já duas vezes segundo na Volta -, que tanto tem trabalhado esta especialidade e até ganhou a crono-escalada do Grande Prémio Jornal de Notícias. Mas também João Rodrigues adapta-se bem ao percurso. Há um ano, numa conversa com o ciclista, o algarvio explicou ao Volta ao Ciclismo como estava a tentar evoluir no esforço individual. Pouco depois demonstrou como todo o trabalho estava a dar frutos quando foi segundo no contra-relógio final da Volta a Portugal em Fafe.
Em 2019, esse treino pode ter um outro resultado bem mais importante e o ciclista, que aos 24 anos está cada vez mais completo, já teve um marcante: a primeira vitória como profissional de João Rodrigues foi no contra-relógio da Volta ao Alentejo, corrida que acabaria por conquistar.
Partir em igualdade para a última etapa é inédito, segundo a organização da Volta a Portugal, tal como será uma estreia se um destes ciclistas ganhar, a não ser que Veloso (39 anos) consiga um contra-relógio de luxo para alcançar uma terceira vitória que já não se acreditava que viria a lutar. Para quem ficou de fora dos eleitos da W52-FC Porto e foi chamado após a exclusão de Raúl Alarcón devido a lesão, foi uma prestação de nível do veterano corredor. Tem estado em quebra desde a queda de Bragança, mas continua na luta.
Ao contrário de Vicente García de Mateos, outro bom contra-relogista e que terminou no pódio nas duas últimas edições da Volta a Portugal. Desta feita, não a vai concluir. Uma indisposição obrigou o espanhol da Aviludo-Louletano a abandonar na etapa deste sábado. Os companheiros Oscar Hernandez e André Evangelista seguiram o exemplo.
Aliás, a nona tirada teve nove abandonos, a maioria devido a uma queda na descida após passar pelo Viso, uma segunda categoria que antecedeu as três de primeira, em 133,5 quilómetros muito intensos. Uma das vítimas foi Unai Cuadrado (Fundação Euskadi), líder da juventude. Emanuel Duarte saltou do terceiro lugar nesta classificação para o primeiro, para vestir novamente a camisola branca. Tem 56 segundos de vantagem sobre outro basco, Urko Berrade (Euskadi-Murias), para tentar segurar o que pode ser uma enorme vitória para a LA Alumínios-LA Sport, equipa Continental sub-25 e 100% portuguesa.
W52-FC Porto ao ataque e duas classificações fechadas
(Fotografia: © Podium/Paulo Maria) |
Joni Brandão ficou sozinho, mas até quase que chegou. Gustavo Veloso não teve pernas para acompanhar o camisola amarela e só João Rodrigues não largou a roda do líder da Efapel e da Volta. O ciclista da W52-FC Portou contra-atacou nos metros finais para eliminar o segundo que o separava de Brandão e quase apanhava o companheiro António Carvalho, o vencedor do dia.
E são quatro etapas para a equipa azul e branca: Samuel Caldeira (prólogo), Daniel Mestre (quarta), João Rodrigues (quinta, chegada à Torre) e agora Carvalho na Senhora da Graça. A W52-FC Porto também tem garantida a camisola verde dos pontos. Daniel Mestre só tem de cumprir o contra-relógio. Tem uma costela partida após a queda em Bragança e está a realizar feito um grande esforço para continuar em prova e assim subir ao pódio na Avenida dos Aliados.
Luís Gomes também já assegurou o seu lugar no pódio final ao ser o rei da montanha. O ciclista da Rádio Popular-Boavista não teve para brincadeiras e começou a somar pontos na primeira subida de quarta categoria, logo a abrir a etapa. Antes da Senhora da Graça já tinha fechado as contas. A equipa trabalhou muito este sábado e até Joni Brandão tentou que o pudesse ajudar à falta de companheiros da Efapel. Chegou ao ponto de ir buscar água para entregar aos ciclistas da Rádio Popular-Boavista. O esforço dos corredores de José Santos não rendeu uma terceira vitória de etapa, mas ajudou a manter a liderança na classificação colectiva. Tem 2:51 minutos sobre a W52-FC Porto.
Classificações completas, via ProCyclingStats.
Horários do contra-relógio
Domingo cai o pano numa Volta a Portugal que se esperava que, perante o difícil e montanhoso percurso e a boa forma de Joni Brandão, pudesse significar mais emoção e uma ameaça ao domínio da W52-FC Porto. Estamos a ter tudo isso e até se pode dizer que a corrida está a superar expectativas.
James Fourie (ProTouch) será o primeiro a sair para o contra-relógio às 14:57. Na luta pela juventude, Urko Berrade partirá às 16:22 e Emanuel Duarte às 16:23. O top dez vai para a estrada às 16:32 com Henrique Casimiro. Na discussão pela camisola amarela, Gustavo Veloso arranca às 16:46, João Rodrigues às 16:48 e Joni Brandão às 16:50.
»»W52-FC Porto ao ataque, Efapel à defesa e a Rádio Popular-Boavista a intrometer-se««
»»Um segundo chegou para Joni Brandão colocar a W52-FC Porto numa posição pouco habitual««
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