André Carvalho foi o mais recente português a entrar na equipa
que tantos ciclistas coloca no World Tour (Fotografia: © Davey Wilson/Hagens Berman Axeon) |
Esse pouco será principalmente nas corridas. Entrar numa Volta à Califórnia, por exemplo, poderá ser mais complicado. Sendo uma prova World Tour, as equipas Continentais dificilmente recebem um convite. "O programa [de formação] que oferecemos é muito especial. Não se pode comparar com um programa europeu. Não se pode comparar com um programa americano. É realmente o melhor dos dois mundos, por isso, vamos continuar", salientou Axel Merckx ao Cycling News.
A razão que justifica esta provável descida de escalão é financeira. O belga explicou que as mudanças da UCI vão obrigar as equipas Profissionais Continentais a ter 20 ciclistas. Actualmente a Hagens Berman Axeo tem 16. "Se assim for, serão mais 200 mil dólares [cerca de 180 mil euros] e ainda nem se começou a competir", referiu Merckx.
Há dois anos, a firma de advogados Hagens Berman passou a ser o patrocinador principal e o aumento de investimento ajudou a equipa a subir de escalão, algo importante para precisamente garantir a presença na Volta à Califórnia, a principal corrida nos Estados Unidos e ter as portas ainda mais abertas para outras provas. Axel Merckx agradece o apoio de Steve Berman e não esconde que até ambiciona que o programa de formação possa expandir ao ciclismo feminino, ainda que não seja para já: "Será preciso dinheiro, mas penso que é uma parte do desporto que está a desenvolver e seria bom ter algo similar [ao programa masculino]."
Na estrada desde 2009, a Hagens Berman Axeon - começou como Trek-Livestrong - quer continuar a marcar a diferença. Merckx referiu parte do "segredo" do sucesso: "Isto é mais do que apenas uma equipa. É mais do que uma marca. É uma família de rapazes que gostam de pedalar juntos, de se sacrificarem uns pelos outros e que dá grandes oportunidades a gente jovem." Outro pormenor essencial para que os ciclistas consigam desenvolver as suas capacidades é a forma como é gerida a pressão. Merckx disse que os juniores que sobem a sub-23 e que entram no programa sabem que não precisam de mostrar resultados logo no primeiro ano. No entanto, há exemplos de sucesso, o que para o responsável também motiva esses jovens que querem entrar na Hagens Berman Axeon a acreditar que é possível realizar exibições de grande nível em pouco tempo.
Seja como Continental ou como Profissional Continental, a garantia desta equipa é que quer continuar a colocar ciclistas no World Tour. Por lá, está mais um português à procura de seguir o exemplo de Ruben Guerreiro ("saltou" para a Trek-Segafredo e está na Katusha-Alpecin), dos gémeos Oliveira (UAE Team Emirates) e de João Almeida - foi recentemente quarto na Volta ao Utah e vencedor da juventude -, que em 2020 vai representar uma das melhores equipas do mundo: a Deceuninck-QuickStep. André Carvalho, de 21 anos, procura ser um dos próximos a entrar na impressionante lista de ciclistas que fizeram a sua formação com Merckx e estão hoje em grandes equipas.
»»Parecia ser inevitável e foi mesmo: João Almeida entra no World Tour por uma porta enorme««
»»Rui Costa com final de época definido. E 2020?««
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