(Fotografia: © Podium/Paulo Maria) |
Um jovem Rodrigues, de apenas 18 anos, viveu uma experiência que não esqueceu quando em 2015 fez a estreia na Volta a Portugal. Sofreu, mas terminou. Desde logo ficou a vontade de trabalhar mais e melhor para um dia regressar e cumprir o sonho de ser o campeão. Deixou a equipa da sua região, o Tavira, quando a W52-FC Porto o chamou para lhe permitir evoluir e explorar o potencial que os responsáveis viam em Rodrigues. Durante duas temporadas, o algarvio foi sendo preparado, em corridas em que tinha a responsabilidade de trabalhar para colegas, mas sem a pressão de apresentar resultados.
(Fotografia: © Podium/Paulo Maria) |
Esta época deram-lhe liberdade na "sua" Volta ao Algarve e João Rodrigues fez nono, um ano depois de até ter ido ao pódio para vestir a camisola azul da montanha, ainda que só por um dia. Nesse top dez ficaram nomes como Wout Poesl (Ineos), Enric Mas (Deceuninck-QuickStep) e Sam Oomen (Sunweb), por exemplo, sem esquecer o vencedor Tadej Pogacar (UAE Team Emirates), um dos jovens que este ano se afirmou no World Tour.
Rodrigues continuou a afirmar-se por cá. Por agora... A W52-FC Porto apostou nele para a Clássica da Arrábida, mas um azar na subida final, tirou-o da discussão. Foi à Volta ao Alentejo alcançar finalmente a sua primeira vitória como profissional. Um contra-relógio, uma especialidade que nos últimos dois anos tanto tem trabalhado. Venceu mesmo a geral e até lhe custava acreditar no que tinha acabado de alcançar. Mal ele sabia que um fantástico 2019 estava apenas a começar! Seguia-se a possibilidade de se mostrar numa corrida World Tour. Ficou doente e a Volta a Turquia ficou fora do seu calendário, para sua enorme desilusão.
(Fotografia: © Podium/Paulo Maria) |
A Volta deu mesmo uma volta, com Joni Brandão a aparecer em grande e a W52-FC a fraquejar um pouco. Só um pouco. Rodrigues respondeu na Senhora da Graça ao segundo de desvantagem e partiu de igual para igual com Brandão para o contra-relógio. A especialidade que tanto tem trabalhado acabou por lhe render duas conquistas no ano em que se tornou definitivamente uma figura do pelotão nacional. 27 segundos ficaram a separar os dois após 19,5 quilómetros entre Gaia e Porto. Não ficaram dúvidas de quem era o mais forte, tal como não ficam dúvidas que Rodrigues é o mais recente valor nacional a despontar e logo com a vitória mais desejada.
(Fotografia: © Podium/Paulo Maria) |
João Rodrigues tem 24 anos, faz 25 a 15 de Novembro. Vão colocar-se questões sobre o seu futuro. Vai a W52-FC Porto colocá-lo como líder indiscutível para a Volta de 2020, ou irá partilhar o estatuto de Alarcón? Irá Rodrigues ficar por Portugal? Apesar de sair para equipas com outros potenciais ser objectivo para qualquer ciclista, também é verdade que alguns valores nacionais têm feito carreira por cá: Joni Brandão (Efapel) e Frederico Figueiredo (Sporting-Tavira) são dois exemplos disso mesmo.
Haverá tempo para responder às questões sobre o futuro deste ciclista tão completo e ainda com margem para continuar a evoluir. Agora é altura de celebrar um triunfo especial por ser a Volta a Portugal, por ser a primeira conquista em apenas três participações e por ter sido numa das melhores, mais difícil e mais emocionante edições dos últimos anos. Não era para ser já, mas para a W52-FC Porto e para o seu director desportivo, Nuno Ribeiro, acabou por ser o momento certo! Ficou a confirmação que a aposta e a crença no potencial do jovem Rodrigues foram completamente acertadas.
Classificações completas, via ProCyclingStats.
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