5 de agosto de 2019

Livramento preparou caminho que Marque não concluiu com a vitória que o Sporting-Tavira tanto precisa

Livramento realizou uma excelente exibição para ajudar Marque e a equipa
a vencer a etapa que acabou por escapar (Fotografia: © Podium/Paulo Maria)
Se há um ciclista que merecia que se entregasse um prémio da combatividade, esse é David Livramento. É um daqueles atletas de quem pouco se fala, mas que muito trabalha. É um verdadeiro homem da casa no Tavira, equipa que já passou por diferentes nomes, mas sempre com Livramento a ser um dos ciclistas de confiança. Chegou a esta Volta a Portugal chamado à última hora para substituir Rinaldo Nocentini e, para aqueles que podem não notar tão bem a importância do trabalho de alguém como Livramento, esteve na frente de uma fuga que tinha mais sete ciclistas, mas foi ele quem andou a "puxar" sozinho durante tanto tempo, na procura de abrir caminho para uma vitória que o Sporting-Tavira tanto procura e precisa, com Alejandro Marque a ser a aposta do dia.

David Livramento fez mais do que manter a fuga viva. Na subida de segunda categoria o pelotão até deixou claro que não ia perseguir o grupo da frente, mas David Livramento, sozinho (há que continuar a salientar esse aspecto), conseguiu inclusivamente aumentar em alguns segundos a vantagem, que passou a rondou os três minutos. Tempo confortável para se disputar a etapa. O Sporting-Tavira bem precisava de uma exibição de nível numa Volta a Portugal na qual lutar pela geral já não é objectivo, pelo que está em marcha o plano B: apostar forte em ganhar uma etapa.

Depois da desilusão na Torre, Alejandro Marque tentou reconquistar algum ânimo, contudo, terminou novamente triste. O trabalho de Livramento foi fenomenal, mas acabou por também permitir que os adversários se poupassem, apesar de ter imposto um ritmo elevado. Marco Tizza andou quase sempre mais na retaguarda e guardou forças essenciais para bater um Marque que não conseguiu finalizar a preparação feita por Livramento. Na derradeira subida do dia - uma terceira categoria, com final em empedrado e com uma inclinação final que até foi feita por Tizza aos ziguezagues - Marque tentou isolar-se. Livramento já tinha terminado a sua missão e houve alguns ataques e contra-ataques antes do espanhol da formação algarvia ficar na frente.


(Fotografia: © Podium/Paulo Maria)
Tizza apareceu e passou directo por um Marque cujo o murro no guiador após cortar a meta espelhava bem o seu estado de alma. A última vitória de etapa na Volta a Portugal do Sporting-Tavira foi em 2016, por intermédio de Jesús Ezquerra. No ano passado, este aspecto foi atenuado pelo segundo lugar na geral de Joni Brandão. No entanto, nesta edição, Tiago Machado continua a perder tempo (está a 3:40 de Gustavo Veloso), Marque está a 7:09, sobrando o "senhor regularidade" Frederico Figueiredo, que a 2:08 pode ainda ambicionar ao top dez, mas que já foi afectado por quedas. José Mendes, campeão nacional de fundo, está "afundado" na classificação a mais de 26 minutos de Veloso.

Resultados precisam-se na equipa de Vidal Fitas que está a finalizar o contrato que liga o Clube Ciclismo de Tavira ao Sporting, sem garantia de continuidade.

Já a Amore & Vita-Prodir está a salvar a sua temporada na Volta a Portugal. Segunda vitória na corrida, a terceira da temporada. Depois de Davide Appollonio ter ganho a primeira etapa, o director Ivano Fanini avisou que a equipa queria mais. Foi um esforço tremendo de Tizza, que mal cortou a meta, não aguentou e ficou sentado junto às grades a tentar recuperar o fôlego.

O pelotão chegou 1:44 minutos depois. Houve um aceleramento na tentativa de provocar pequenos cortes e Joni Brandão (Efapel) ganhou dois segundos ao líder Gustavo Veloso (W52-FC Porto) e quatro ao segundo classificado João Rodrigues (W52-FC Porto) e ao terceiro Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano). Uma aproximação ao pódio, mas com os olhos postos na camisola amarela ainda tem 25 segundos para recuperar.

Os 158 quilómetros entre Oliveira do Hospital e Guarda foram os últimos da primeira fase da Volta, que esta terça-feira terá o seu dia de descanso com Daniel Mestre (W52-FC Porto) na liderança dos pontos, Emanuel Duarte na juventude e agora David Ribeiro na montanha, o que significa que a LA Alumínios-LA Sport veste duas camisolas.

Classificações completas, via ProCyclingStats.

6ª etapa: Moncorvo - Bragança, 189,2 km (quarta-feira)



O regresso à competição será o dia perfeito para os homens mais rápidos do pelotão aproveitarem a oportunidade para conquistar uma vitória, com as decisões na geral a começarem-se a jogar no dia seguinte, quinta-feira, na Serra do Larouco.

»»João Rodrigues perfeito, Veloso de amarelo, Mestre de verde. Domínio da W52-FC Porto intocável após a Torre««

»»Subida à Torre será enfrentada com ânimos diferentes««

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