7 de agosto de 2019

Queda de Veloso e Rodrigues aumenta incerteza na véspera de subir a Serra do Larouco

(Fotografia: © Podium/Paulo Maria)
Regresso à estrada, após o dia de descanso, com algum nervosismo, muita chuva e uma queda que Gustavo Veloso parecia adivinhar. De um momento para o outro, a Volta a Portugal ganha uma nova incerteza. Já perto da meta, em Bragança, uma queda deixou no chão o camisola amarela, o segundo classificado João Rodrigues e o camisola verde Daniel Mestre. Todos apresentaram queixas físicas e os últimos dois foram ao hospital após a etapa. Joni Brandão (Efapel) também caiu, com Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano) a ser o único dos quatro primeiros a sair incólume do caótico final de etapa. Esta quinta-feira é dia de subir a Serra do Larouco, numa das tiradas mais importantes da corrida e as sequelas das quedas poderão ser determinantes, quando as diferenças estão tão curtas.

Gustavo Veloso bem avisava antes do arranque em Moncorvo que seria uma etapa que teria de ser feita com muita atenção. Depois do calor veio a chuva e aumentou o risco de quedas, que nesta edição da Volta têm sido frequentes. O camisola amarela só queria que todos chegassem bem a Bragança. Mais parecia um prenúncio. Numa rotunda, bastou cair um que vários se seguiram, incluindo os três homens da W52-FC Porto, que estavam juntos. Gerou-se alguma confusão, com os ciclistas a chegarem a conta gotas à meta, nada preocupados com o tempo, já que a queda deu-se nos três quilómetros finais, mas se Brandão pareceu estar relativamente tranquilo, Veloso apresentava queixas e Rodrigues não conseguiu esconder um esgar de dor enquanto era ajudado a terminar a etapa por Daniel Mestre e Luís Gomes, o corredor da Rádio Popular-Boavista.

João Rodrigues, que está a 15 segundos de Veloso na geral, explicou que as dores eram na perna. A equipa escreveu no seu site que tanto o algarvio, como Daniel Mestre foram transportados para o hospital, mas não apresentavam "cuidados de maior". Já Rúben Pereira garantiu que Joni Brandão está bem, assim como Henrique Casimiro e Bruno Silva. "Apesar da queda final, onde grande parte da equipa ficou envolvida, não houve males de maior nem mazelas", afirmou o director desportivo.

Serra do Larouco ainda mais decisiva

É uma das etapas mais difíceis e com potencial para se fazerem diferenças. No entanto, perante os acontecimentos desta quarta-feira, ganha ainda mais importância, pois será essencial perceber como estão os dois principais ciclistas da W52-FC Porto. A meta coincide com uma primeira categoria de 9,2 quilómetros, com uma pendente média de 5,8%. Antes, a cerca de 40 quilómetros do final, está colocada outra dificuldade de primeira categoria, em Torneiros, com 4,5 quilómetros e inclinação média de 8,7%.

Até ao quinto classificado, Henrique Casimiro, há 45 segundos de diferença e até ao 10º, Luís Fernandes (Aviludo-Louletano), são 1:33 minutos de diferença. Em qualquer das subidas, quem passar mal pode perder tempo que fará mossa na classificação geral. A W52-FC Porto poderá sofrer mais ataques do que o esperado dado o que aconteceu, mas continua a ter outra arma: Edgar Pinto. Caiu na Serra da Estrela, mas parece estar bem e a 1:14 minutos não será uma carta fora do baralho se for preciso tentar sacar um ás, caso Veloso e/ou Rodrigues não estejam bem.

A Efapel tem dois homens no top dez, tal como a Aviludo-Louletanto e a Rádio Popular-Boavista, com David Rodrigues (esteve muito bem na Serra da Estrela) e João Benta. Mesmo com a Senhora da Graça à espera de todos no sábado, a etapa desta quinta-feira tem potencial para mexer com a geral, com uma maior dúvida a surgir agora que uma queda abanou uma W52-FC Porto que tem controlado a Volta a Portugal.

A etapa começa em Bragança às 12:55, no Parque Quinta da Braguinha e terá 156,2 quilómetros.

Dia movimentado de Moncorvo a Bragança

(Fotografia: © Podium/Paulo Maria)
A sexta etapa, de 189,2 quilómetros, foi tudo menos calma. Com três contagens de montanha logo nos primeiros 55, houve tantas movimentações que, na última subida, o pelotão partiu-se e ficaram os candidatos à geral na frente, com alguns companheiros de equipa e os restantes corredores atrasaram-se. A W52-FC Porto estava praticamente completa e aproveitou para garantir pontos para Daniel Mestre na classificação da camisola verde. Entretanto, Luís Gomes já tinha assegurado a azul da montanha, tirando-a por um ponto a David Ribeiro, da LA Alumínios-LA Sport. O pelotão acabaria por se voltar a juntar.

Os últimos 100 quilómetros foram mais "normais" até à fase final algo caótica, muito porque a chuva tornou perigosa a passagem por Bragança. A fuga triunfou, com a Euskadi-Murias a conquistar a segunda vitória de etapa, agora com o espanhol Hector Saez. Foi a primeira vitória como profissional deste ciclista de 25 anos, que foi campeão nacional de juniores em 2010.

Vários portugueses estavam na fuga e quando o grupo começou com ataques e contra-ataques a 15 quilómetros da meta, só Rafael Lourenço conseguiu ficar numa posição de discutir uma etapa que valeria ouro para a UD Oliveirense-InOutBuild. Contudo, tornou-se a primeira vítima das condições meteorológicas. Caiu e o sonho ficou adiado.

Classificações completas, via ProCyclingStats.

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