(Fotografia: Gruber Images/Dimension Data/Qhubeka) |
"Pensei que era um erro, mas não, o meu contrato não foi renovado", desabafou o ciclista, de 29 anos, ao L'Equipe. O projecto que começou como aquele que queria colocar o ciclismo africano no mapa da modalidade, dando oportunidade a atletas daquele continente, evoluiu até contratar um dos melhores sprinters do mundo. Paralelamente tinha um lado social. A segunda parte mantém intocável e todos os anos são oferecidas bicicletas a muitas crianças de África. A primeira perdeu-se um pouco com a chegada da equipa ao World Tour, ainda que os ciclistas africanos continuem a ter uma forte presença, mas passaram a competir cada vez mais com o mediatismo de contratações como a de Mark Cavendish, Igor Anton, Stephen Cummings, Edvald Boasson Hagen, Omar Fraile ou Tylar Farrar. O último retirou-se em 2017, enquanto o espanhol foi para a Astana, mas são a prova como a estrutura começou a ter uma política de contratações a pensar em chegar a outro nível e receber também outro tipo de atenção, ainda quando estava no escalão Profissional Continental.
Mesmo com uma maior "internacionalização" do plantel, Teklehaimanot, Natnael Berhane, Merhawi Kudus e Louis Meintjes eram os rostos da ascensão africana da então MTN-Qhubeka. Aquele Tour de 2015 foi histórico quando Teklehaimanot vestiu a camisola "das bolinhas", com Stephen Cummings a ganhar uma etapa. A equipa podia não vencer muito, já que a sua primeira grande vitória tinha dois anos, mas quando o fazia, era grande. Em 2013, Gerard Ciolek deixou um então jovem explosivo Peter Sagan e um experiente Fabian Cancellara a pensar como tinham perdido um monumento. A história daquela Milano-Sanremo escreveu-se com frio, chuva, prova encurtada e a certo ponto neutralizada, mas a MTN-Qhubeka entrou definitivamente no léxico ciclístico.
Em 2015 já se preparava a subida ao World Tour e depois do sucesso na Volta a França, veio mais uma vitória de etapa na Vuelta, por intermédio do italiano Kristian Sbaragli. Passou a ser a Dimension Data, mas o projecto Qhubeka mantém-se a nível Continental. Os triunfos são todos dos "estrangeiros", mas a aposta no núcleo africano até ganha novamente força com o regresso do filho pródigo: Louis Meintjes deixou a UAE Team Emirates para ganhar uma grande volta com a equipa que o criou.
Porém, Teklehaimanot ficou sem espaço num conjunto que precisa de uma revitalização depois de uma época pouco conseguida - não ajudou a mononucleose de Mark Cavendish - e que acabou no último lugar do ranking. A qualidade de trepador é inegável, mas o eritreu debateu-se por alcançar consistência. Tanto aparece bem, como desaparece por completo em largos período de tempo. Não chegaram as vitórias nos campeonatos nacionais e africanos, nem as classificações da montanha no Critérium du Dauphiné e aqui e ali boas classificações em etapas. Tornou-se uma incógnita saber o que esperar de Teklehaimanot.
"Não percebo o que aconteceu", disse o ciclista sobre a não renovação do contrato. Sinto que é uma injustiça porque parece-me que trabalhei muito para a equipa desde que me contrataram. Competir numa equipa africana era um sonho, mas nunca pensei que terminasse assim, sem qualquer razão", salientou. Teklehaimanot disse que só em Outubro soube que não ficaria na Dimension Data e considera que não recebeu propostas de outras formações porque ninguém sabia que estava "no mercado". "Quero regressar ao pelotão o mais cedo possível. Podem confiar em mim."
É o apelo de um ciclista que pensou ter um lugar garantido na elite e que agora se vê remetido a pedir um contrato. A BMC poderá estar interessada, mas nada é oficial. Por isso, equipa procura-se para Teklehaimanot.
»»Uma Dimension Data a precisar de mudanças««
»»Louis Meintjes com a Volta ao Algarve na agenda««
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Mesmo com uma maior "internacionalização" do plantel, Teklehaimanot, Natnael Berhane, Merhawi Kudus e Louis Meintjes eram os rostos da ascensão africana da então MTN-Qhubeka. Aquele Tour de 2015 foi histórico quando Teklehaimanot vestiu a camisola "das bolinhas", com Stephen Cummings a ganhar uma etapa. A equipa podia não vencer muito, já que a sua primeira grande vitória tinha dois anos, mas quando o fazia, era grande. Em 2013, Gerard Ciolek deixou um então jovem explosivo Peter Sagan e um experiente Fabian Cancellara a pensar como tinham perdido um monumento. A história daquela Milano-Sanremo escreveu-se com frio, chuva, prova encurtada e a certo ponto neutralizada, mas a MTN-Qhubeka entrou definitivamente no léxico ciclístico.
Em 2015 já se preparava a subida ao World Tour e depois do sucesso na Volta a França, veio mais uma vitória de etapa na Vuelta, por intermédio do italiano Kristian Sbaragli. Passou a ser a Dimension Data, mas o projecto Qhubeka mantém-se a nível Continental. Os triunfos são todos dos "estrangeiros", mas a aposta no núcleo africano até ganha novamente força com o regresso do filho pródigo: Louis Meintjes deixou a UAE Team Emirates para ganhar uma grande volta com a equipa que o criou.
Porém, Teklehaimanot ficou sem espaço num conjunto que precisa de uma revitalização depois de uma época pouco conseguida - não ajudou a mononucleose de Mark Cavendish - e que acabou no último lugar do ranking. A qualidade de trepador é inegável, mas o eritreu debateu-se por alcançar consistência. Tanto aparece bem, como desaparece por completo em largos período de tempo. Não chegaram as vitórias nos campeonatos nacionais e africanos, nem as classificações da montanha no Critérium du Dauphiné e aqui e ali boas classificações em etapas. Tornou-se uma incógnita saber o que esperar de Teklehaimanot.
"Não percebo o que aconteceu", disse o ciclista sobre a não renovação do contrato. Sinto que é uma injustiça porque parece-me que trabalhei muito para a equipa desde que me contrataram. Competir numa equipa africana era um sonho, mas nunca pensei que terminasse assim, sem qualquer razão", salientou. Teklehaimanot disse que só em Outubro soube que não ficaria na Dimension Data e considera que não recebeu propostas de outras formações porque ninguém sabia que estava "no mercado". "Quero regressar ao pelotão o mais cedo possível. Podem confiar em mim."
É o apelo de um ciclista que pensou ter um lugar garantido na elite e que agora se vê remetido a pedir um contrato. A BMC poderá estar interessada, mas nada é oficial. Por isso, equipa procura-se para Teklehaimanot.
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