(Fotografia: Filip Bossuyt/Wikimedia Commons) |
Portanto, nada melhor do que fazer a questão directamente a Alberto Contador. "Há corredores jovens como o Enric Mas ou o Marc Soler que podem vir a ser das principais referências do ciclismo nacional no futuro. Porém, agora é tempo de esperar e ver o que acontece", afirmou o antigo ciclista. Das palavras de Contador há que destacar o cuidado que teve de não tornar as suas palavras numa forma de pressão para dois ciclistas que já demonstraram ter talento, mas que ainda estão numa fase de crescimento. Mas lá que devem motivar, isso certamente que sim!
Contador conhece bem Enric Mas, pois antes de assinar pela Klein Constantia em 2016, passou pela estrutura da fundação de El Pistolero, que este ano se tornou Continental e tem o nome de Polartec-Kometa. No ano passado, Patrick Lefevere contratou o espanhol (23 anos) e foi cuidadosamente colocando-o nas corridas, sem grande pressão, apenas para se adaptar ao mais alto nível. E mesmo assim já não há grandes dúvidas que Espanha tem um ciclista com um futuro muito (mas mesmo muito) promissor. Como curiosidade, Mas até tem o seu nome ligado a uma corrida portuguesa, pois ganhou a Volta ao Alentejo em 2016.
Quanto a Marc Soler (24 anos), a Movistar "agarrou-o" em 2015 e escolheu muitas vezes corridas menos mediáticas, ou mesmo de sub-23, para dar rodagem a este talentoso espanhol. Em 2017 chegou a altura de testá-lo em provas de maior importância. E o que é que Soler fez? Começou logo o ano a terminar no pódio na Volta a Catalunha (terceiro, atrás de Alejandro Valverde e Alberto Contador), foi quinto no Grande Prémio Miguel Indurain e oitavo na Volta à Suíça, uma corrida onde muitas das principais figuras preparam o Tour. Na Vuelta, numa Movistar sem líder, Marc Soler tentou agarrar a oportunidade de ter liberdade e bem tentou entrar em fugas e conquistar uma vitória, mas o melhor que conseguiu foi o terceiro lugar. Não tendo sido uma corrida muito feliz para a equipa, certamente que a experiência que Soler viveu será importante na sua evolução.
De vez em quando aparecem jovens ciclistas a surpreender os mais experientes e a ganhar grandes voltas - que o diga Contador -, contudo, no futuro imediato, o antigo ciclista (ainda parece algo estranho tratar assim Contador!) salientou como é preciso estar atento a Alejandro Valverde (37 anos), que deixou boas indicações no Challenge de Maiorca, tendo inclusivamente sido terceiro numa das corridas. E, claro, a Mikel Landa (28).
Sem se alongar muito sobre estes dois ciclistas, a verdade é que é para Landa que os espanhóis mais olham na esperança de levar Espanha novamente à conquista de uma grande volta. E se é sempre bom ter um ciclista da casa ganhar a Vuelta, é o Tour que mais ambicionam. Mikel Landa também!
Numa segunda linha aparecem David de la Cruz (28) - foi para a Sky e quanto muito poderá ter um papel mais livre na Vuelta - e os irmãos Izagirre (Gorka, 30 anos, e Ion, 28), que ao voltarem a estar juntos, agora na Bahrain-Merida, revelam uma enorme motivação para mostrarem que podem mesmo ser muito mais do que gregários de luxo. Aliás, Ion já teve essa liberdade em 2017, mas, tal como Valverde, caiu no contra-relógio inicial do Tour e a temporada terminou ali.
Enquanto se espera pelo sucessor de Contador, ele próprio vai ajudando a preparar novas figuras do ciclismo com a sua equipa, com a qual tem treinado, o que deve ser absolutamente fantástico para o grupo de jovens corredores que compõem a Polartec-Kometa.
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