(Fotografia: © Sarah Meyssonnier/La Vuelta) |
Dos quatro lugares até agora disponíveis, um foi ocupado com a subida da Cofidis a World Tour. Passam a ser 19 as equipas neste escalão. A nova regra determina que a melhor equipa Profissional Continental do ranking ganha acesso às três grandes voltas. A vencedora foi a Total Direct Energie, tal como a Cofidis, uma formação francesa. Com os percursos de Giro, Tour e Vuelta já conhecidos, agora falta saber quais serão as eleitas para completar o pelotão que continuará a ser de 22 equipas neste tipo de corridas.
Na Volta a Itália, de 9 a 31 de Maio, uma outra regra ajudou o director Mauro Vegni a respirar de alívio. Uma consequência da diminuição de convites, é que sem ter a perspectiva de uma presença na grande volta do país dessa equipa, é também difícil convencer patrocinadores a financiarem estruturas do segundo escalão. Para os italianos é ainda mais grave tendo em conta que neste momento não têm qualquer equipa World Tour.
Em 2017, por exemplo, a Androni ficou de fora porque a organização convidou duas equipas estrangeiras e apenas duas da casa: a polaca CCC e a russa Gazprom-RusVelo. Houve polémica. A Androni resolveu desde então essa questão vencendo a Taça de Itália, que dava entrada directa no Giro, ou seja, a equipa que ganhasse ficava com um convite. Isso acaba a partir de 2020. Nas duas últimas edições, a Israel Cycling Academy ficou com um wildcard o que atirou para fora do Giro uma das quatro formação italianas.
A situação já não era ideal, mas ia havendo esperança de um convite. Porém, com quatro equipas italianas e com as novas regras, ficava a certeza que não haveria espaço para todas. A Nippo Vini Fantini Faizanè fechou portas. Vegni continuava a ter de deixar uma equipa de fora e perante o panorama de ver importantes estruturas terminarem, deixar uma equipa italiana de fora começa a ter repercussões mais graves no ciclismo daquele país.
É aqui que entra uma das nova regras que poderá salvar a situação para as três sobreviventes Profissionais Continentais em Itália: Bardiani-CSF-Faizanè, Androni Giocattoli-Sidermec e Vini Zabú-KTM. A vencedora do ranking - neste caso a Total Direct Energie - pode abdicar da presença numa ou mais grandes voltas. Foi o que aconteceu. Os responsáveis da equipa francesa admitiram que não tinham condições para fazer um calendário tão exigente, já que têm de cumprir com as obrigações com os patrocinadores de competir muito em França. Alguns meios de comunicação social avançaram que Mauro Vegni terá ajudado a persuadir a esta escolha, inclusivamente dando dinheiro em troca. Algo não confirmado. Problema resolvido com esta renúncia, não esquecendo que a Israel Cycling Academy (Israel Start-Up Nation em 2020) também será World Tour depois de ter comprado a licença da Katusha-Alpecin, pelo que não entrará nas contas dos convites.
Viajando até França. No Tour (de 27 de Junho e 19 de Julho) a situação até nem se altera muito. Dos quatro convites, três estavam a ir para as equipas da casa, com a belga Wanty Groupe-Gobert (futura Circus-Wanty Gobert) a ficar com o quarto. A Delko Marseille sido excluída, mas é compensada com a presença em clássicas e em corridas por etapas da ASO, como o Paris-Roubaix e o Paris-Nice, por exemplo. Já a Vital Concept-B&B Hotels, criada em 2018, não ficou nada satisfeita por ficar de fora nas últimas duas edições.
Portanto, no Tour, a Cofidis e a Total Direct Energie eram crónicas convidadas, assim como a Arkéa-Samsic, que também não terá problemas em assegurar uma entrada para 2020. Portanto, a Vital Concept-B&B Hotels (o nome dos patrocinadores irá inverter-se a partir de Janeiro) e a Circus-Wanty Gobert estarão na luta pelo último wildcard, com a formação belga a já ter a garantia que estará nas clássicas, pois ao ser segunda do ranking, garantiu esses lugares. A Delko - que terá José Gonçalves no seu plantel - continua a "jogar por fora".
É em Espanha que a concorrência está maior. A Total Direct Energie não abdicou da sua entrada na Vuelta, pelo que só haverá mesmo dois convites. O director Javier Guillén tem estendido a mão às equipas espanholas que surgiram recentemente no segundo escalão, mas agora não o poderá fazer. Ou seja, havia a Caja Rural e nos últimos dois anos a Burgos-BH e Euskadi-Murias subirão ao segundo escalão e foram convidadas. A última não vai para a estrada em 2020, mas chegará a Fundação Euskadi, ou melhor Fundacíon-Orbea (a quarta convidada era a Cofidis, que apesar de ser francesa, a empresa tem muito peso no ciclismo espanhol, sendo, por exemplo, um patrocinador da federação).
Mas a francesa Arkéa-Samsic também quer estar na Vuelta e o seu reforço, Nairo Quintana, até foi à apresentação do percurso. E depois há Mathieu van der Poel. O holandês gostaria de se estrear numa grande volta em Espanha. Resultado, Javier Guillén já alertou que, apesar do orgulho em ter um ciclista como Van der Poel a querer ir à Vuelta, não haverá lugar para a Corendon. Guillén salientou que a prioridade irá para as equipas espanholas, o que criará problemas à Arkéa-Samsic.
Contudo, se o critério caseiro subsistir, qual ficará de fora? A Caja Rural tem uma década de história e tal terá o seu peso. A Fundacíon-Orbea pode só agora chegar ao nível de Profissional Continental, mas o entusiasmo em redor desta equipa e a força do ciclismo basco poderá dar argumentos para lutar com a Burgos-BH, mesmo que esta última tenha feito uma boa Vuelta em 2019 (Ángel Madrazo venceu uma etapa e andou vários dias com a camisola de líder da montanha).
Sendo a última grande volta (de 14 de Agosto a 6 de Setembro), é possível que os convites só sejam atribuídos no mês de Abril, ou seja, a temporada que as equipas estiverem a realizar será outro dos argumentos de peso.
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Em 2017, por exemplo, a Androni ficou de fora porque a organização convidou duas equipas estrangeiras e apenas duas da casa: a polaca CCC e a russa Gazprom-RusVelo. Houve polémica. A Androni resolveu desde então essa questão vencendo a Taça de Itália, que dava entrada directa no Giro, ou seja, a equipa que ganhasse ficava com um convite. Isso acaba a partir de 2020. Nas duas últimas edições, a Israel Cycling Academy ficou com um wildcard o que atirou para fora do Giro uma das quatro formação italianas.
A situação já não era ideal, mas ia havendo esperança de um convite. Porém, com quatro equipas italianas e com as novas regras, ficava a certeza que não haveria espaço para todas. A Nippo Vini Fantini Faizanè fechou portas. Vegni continuava a ter de deixar uma equipa de fora e perante o panorama de ver importantes estruturas terminarem, deixar uma equipa italiana de fora começa a ter repercussões mais graves no ciclismo daquele país.
É aqui que entra uma das nova regras que poderá salvar a situação para as três sobreviventes Profissionais Continentais em Itália: Bardiani-CSF-Faizanè, Androni Giocattoli-Sidermec e Vini Zabú-KTM. A vencedora do ranking - neste caso a Total Direct Energie - pode abdicar da presença numa ou mais grandes voltas. Foi o que aconteceu. Os responsáveis da equipa francesa admitiram que não tinham condições para fazer um calendário tão exigente, já que têm de cumprir com as obrigações com os patrocinadores de competir muito em França. Alguns meios de comunicação social avançaram que Mauro Vegni terá ajudado a persuadir a esta escolha, inclusivamente dando dinheiro em troca. Algo não confirmado. Problema resolvido com esta renúncia, não esquecendo que a Israel Cycling Academy (Israel Start-Up Nation em 2020) também será World Tour depois de ter comprado a licença da Katusha-Alpecin, pelo que não entrará nas contas dos convites.
Viajando até França. No Tour (de 27 de Junho e 19 de Julho) a situação até nem se altera muito. Dos quatro convites, três estavam a ir para as equipas da casa, com a belga Wanty Groupe-Gobert (futura Circus-Wanty Gobert) a ficar com o quarto. A Delko Marseille sido excluída, mas é compensada com a presença em clássicas e em corridas por etapas da ASO, como o Paris-Roubaix e o Paris-Nice, por exemplo. Já a Vital Concept-B&B Hotels, criada em 2018, não ficou nada satisfeita por ficar de fora nas últimas duas edições.
Portanto, no Tour, a Cofidis e a Total Direct Energie eram crónicas convidadas, assim como a Arkéa-Samsic, que também não terá problemas em assegurar uma entrada para 2020. Portanto, a Vital Concept-B&B Hotels (o nome dos patrocinadores irá inverter-se a partir de Janeiro) e a Circus-Wanty Gobert estarão na luta pelo último wildcard, com a formação belga a já ter a garantia que estará nas clássicas, pois ao ser segunda do ranking, garantiu esses lugares. A Delko - que terá José Gonçalves no seu plantel - continua a "jogar por fora".
É em Espanha que a concorrência está maior. A Total Direct Energie não abdicou da sua entrada na Vuelta, pelo que só haverá mesmo dois convites. O director Javier Guillén tem estendido a mão às equipas espanholas que surgiram recentemente no segundo escalão, mas agora não o poderá fazer. Ou seja, havia a Caja Rural e nos últimos dois anos a Burgos-BH e Euskadi-Murias subirão ao segundo escalão e foram convidadas. A última não vai para a estrada em 2020, mas chegará a Fundação Euskadi, ou melhor Fundacíon-Orbea (a quarta convidada era a Cofidis, que apesar de ser francesa, a empresa tem muito peso no ciclismo espanhol, sendo, por exemplo, um patrocinador da federação).
Mas a francesa Arkéa-Samsic também quer estar na Vuelta e o seu reforço, Nairo Quintana, até foi à apresentação do percurso. E depois há Mathieu van der Poel. O holandês gostaria de se estrear numa grande volta em Espanha. Resultado, Javier Guillén já alertou que, apesar do orgulho em ter um ciclista como Van der Poel a querer ir à Vuelta, não haverá lugar para a Corendon. Guillén salientou que a prioridade irá para as equipas espanholas, o que criará problemas à Arkéa-Samsic.
Contudo, se o critério caseiro subsistir, qual ficará de fora? A Caja Rural tem uma década de história e tal terá o seu peso. A Fundacíon-Orbea pode só agora chegar ao nível de Profissional Continental, mas o entusiasmo em redor desta equipa e a força do ciclismo basco poderá dar argumentos para lutar com a Burgos-BH, mesmo que esta última tenha feito uma boa Vuelta em 2019 (Ángel Madrazo venceu uma etapa e andou vários dias com a camisola de líder da montanha).
Sendo a última grande volta (de 14 de Agosto a 6 de Setembro), é possível que os convites só sejam atribuídos no mês de Abril, ou seja, a temporada que as equipas estiverem a realizar será outro dos argumentos de peso.
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