(Imagem: © Team Total Direct Energie) |
No ano em que começou a nova forma de apurar equipas do segundo escalão para as corridas World Tour, não sendo agora apenas por convite, a Total Direct Energie foi a melhor entre as Profissionais Continentais, mas não vai aproveitar a vaga que estava à sua espera para a Volta a Itália. O director da equipa francesa justifica a decisão com o facto de ter um número insuficiente de ciclistas que lhe permita atacar todas as provas do principal calendário, além do calendário mais caseiro que pretende fazer, ainda que não tenha adiantado se irá renunciar a mais alguma das participações a que tem direito.
"Depois de discutir com os responsáveis desportivos, decidimos não ir. Apesar de estarmos muito felizes pelo primeiro lugar no ranking Pro Continental em Outubro, o nosso recrutamento está quase completo. Não tivemos tempo suficiente para ajustar a nossa força de trabalho", salientou Jean-René Bernaudeau, no comunicado divulgado pela Total Direct Energie. O director da estrutura acrescentou: "Colocar-nos-íamos em perigo se fossemos lá [à Volta a Itália]. O plantel não é suficiente para ter sucesso na Milano-Sanremo, corridas da Flandres, o Giro e a Volta a França."
A possibilidade da Total Direct Energie renunciar à Volta a Itália já tinha sido avançada pelo jornal L'Equipe, que escreveu que o responsável pela prova italiana teria entrado em contacto com Bernaudeau para o persuadir a não ir ao Giro. Assim abriria uma vaga para que pudesse ser convidada uma equipa da casa. Vegni estaria também disponível a compensar financeiramente a formação francesa se renunciasse.
A compra da Total da empresa Direct Energie traduziu-se não só na continuidade do patrocínio à equipa de ciclismo, como um reforço no orçamento. A formação chegou a ser dada como uma das interessadas em subir ao escalão World Tour, sendo uma das favoritas para conseguir as duas novas licenças que então estavam disponíveis. No entanto, a Total Direct Energie optou por se manter como Profissional Continental e, como é tão natural nas formações deste país, a principal aposta é sempre as competições internas. A AG2R e a Groupama-FDJ estão há muito no World Tour e mesmo assim olham muito para a conquista de bons resultados nas provas francesas, sejam ou não da principal categoria.
A Total Direct Energie vai continuar a olhar para a Volta a França, ainda que a Vuelta deva entrar nos planos da equipa. Já na primeira fase da temporada, as clássicas serão objectivo, ainda mais quando tem um Niki Tepstra na equipa.
Em Itália, a notícia terá sido recebida com alívio pelas três equipas do país que restam no segundo escalão. A Androni Giocattoli-Sidermec, Bardiani-CSF-Faizanè e Neri Sottoli-Selle Italia não terão de lutar por dois convites. Vegni está mais do que interessado em ter as três no Giro numa altura em que o ciclismo italiano perdeu mais uma das equipas que era Profissional Continental. A Nippo-Vini-Fantini fechou portas, em parte por ter uma possibilidade reduzida de participar no Giro. E há que não esquecer que Itália não tem qualquer equipa no World Tour desde que a Lampre-Merida foi vendida à UAE Team Emirates, no final de 2016.
Num outro pormenor relativo à Total Direct Energie, a equipa apresentou há uns dias os novos equipamentos, que não sofreram alterações de maior comparativamente aos que foram adoptados com a chegada da Total. As mangas passam a ser vermelhas (como se pode ver na fotografia em cima), com a justificação que assim os adeptos poderão identificar mais rapidamente os ciclistas da formação francesa.
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