24 de outubro de 2019

Giro com última semana de muita e boa montanha. Haverá contra-relógio a triplicar

(Imagem: Giro d'Italia)
O que o Tour tira, o Giro dá. Não vai faltar contra-relógio na Volta a Itália, com três etapas para os ciclistas mais fortes neste especialidade. Também não falta uma última semana de poderosa montanha e corredores como Tom Dumoulin ou Primoz Roglic terão gostado do que viram. Geraint Thomas também. E Peter Sagan não se assustou com os dias finais e vai estrear-se nesta grande volta, algo que já se suspeitava, até porque foi à apresentação do percurso, esta quinta-feira. O eslovaco, a primeira grande confirmação do Giro2020, pensará mais na camisola dos pontos e nos sprints, enquanto Richard Carapaz, o vencedor de 2019, pode não ter um percurso à sua imagem, mas com tanta montanha, poderá ter possibilidade de fazer diferença para contra-balançar o ser mais fraco no contra-relógio.

De Budapeste (Hungria) a Milão (de 9 a 31 de Maio, 3579,8 quilómetros), o que saltou logo à vista foram os três contra-relógios. Enquanto no Tour só serão 36 quilómetros no penúltimo dia, no Giro serão 58,8 divididos por três e não há contra-relógio colectivo. Depois, aquela última semana... Muita da principal da acção poderá ficar guardada para o final, mesmo que na quinta tirada o Etna volte a entrar no percurso, mas surge muito cedo para ser uma subida com poder de decisão na geral.

Como já havia sido anunciado, o Giro viaja à Hungria para os três primeiros dias. Além do contra-relógio a abrir, será o momento dos sprinters aparecerem, com duas das seis etapas para este tipo de ciclistas. Depois o pelotão viaja para a Sicília, para então começar o périplo por Itália, país que que espera ver Vincenzo Nibali mostrar que ainda tem mais um fôlego para dar naquela que será a sua nova equipa, a Trek-Segafredo.

Com etapas complicadas, a exigirem muita atenção para não se cair em armadilhas de subidas que podem cortar o pelotão e, claro, o vento pode sempre marcar presença, numa grande volta que é ainda a que mais sofre com o mau tempo, é no segundo fim-de-semana que haverá um início do melhor que poderá acontecer no Giro. Chega o segundo dos contra-relógios e uma tirada de montanha para aquecer a última semana.

Monte Bondone, Passo dello Stelvio (será o ponto mais alto, Cima Coppi, a 2758 metros de altitude), Colle dell'Agnello, Col d'Izoard (numa visita a França), e chegadas em alto a Piancavallo e Madonna di Campiglio fazem com que não haja margens para erros ou quebras físicas. Em qualquer dos dias pode-se perder muito tempo, se alguém não estiver bem. Há que esperar que a neve não pregue partidas e leve a mudanças de última hora no percurso. Sempre um risco neste tipo de subidas em Maio.

O Colle dell'Agnello é um regresso bem-vindo. Talvez não para Steven Kruijswijk, mas o holandês deverá pensar mais no Tour, do que no Giro, deixando Itália para Roglic, ou o seu novo companheiro, Dumoulin (que trio este da Jumbo-Visma para 2020).



A última vez que se subiu o Colle dell'Agnello (21,3 quilómetros) foi em 2016, quando Kruijswijk parecia tão bem encaminhado para vencer o Giro. Mas Nibali teve outras ideias e não ajudou o holandês cair no início da descida e perder ali a maglia rosa. Até um merecido pódio escaparia.

De salientar que nesta última semana brutal, todas as etapas em linha têm 200 ou mais quilómetros, com o fecho do Giro a ser novamente com um contra-relógio, de 16,5 quilómetros em Milão. Este percurso final concorre com o do Tour para ver quais as etapas mais difíceis, numas grandes voltas que vão ficando cada vez mais impiedosas até mesmo para os puros trepadores.

As etapas e a indicação do tipo de percurso:

1ª etapa (9 de Maio): Budapeste - Budapeste (9,5 quilómetros, contra-relógio individual)

2ª etapa (10): Budapeste - Györ (193, plana)

3ª etapa (11): Székesfehérvár - Nagykanizsa (197, plana)

4ª etapa (12): Monreale - Agrigento (134, acidentada)

5ª etapa (13): Enna - Etna (150, montanha)

6ª etapa (14): Catania - Villafranca Tirrena (138, acidentada)

7ª etapa (15): Mileto - Caigliatello Silano (223, acidentada)

8ª etapa (16): Castrovillari - Brindisi (216, plana)

9ª etapa (17): Giovinazzo - Vieste (190, acidentada)

Dia de descanso (18)

10ª etapa (19): San Salvo - Tortoreto Lido (212, acidentada)

11ª etapa (20): Portgo Sant'Elpidio - Rimini (181, plana)

12ª etapa (21): Cesenatico - Cesenatico (206, acidentada)

13ª etapa (22): Cervia - Monselice (190, plana)

14ª etapa (23): Conegliano - Valdobbiadene (33,7, contra-relógio individual)

15ª etapa (24): Rivolto - Piancavallo (183, montanha)

Dia de descanso (25)

16ª etapa (26): Udine - Valdobbiadene (226, montanha)

17ª etapa (27): Bassano del Grappa - Madonna di Campiglio (202, montanha)

18ª etapa (28): Pinzolo - Lago di Cancano (209, montanha)

19ª etapa (29): Morbegno - Asti (251, plana)

20ª etapa (30): Alba - Sestriere (200, montanha)

21ª etapa (31): Cernusco di Naviglio - Milan (16,5, contra-relógio individual) 




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