12 de dezembro de 2019

Domingos Gonçalves suspenso provisoriamente pela UCI

Domingos Gonçalves foi suspenso provisoriamente depois de terem sido detectada anomalias no seu passaporte biológico entre os anos de 2016 e 2018. Esta situação coloca a Caja Rural sob alçada da Comissão Disciplinar da UCI, pois é o segundo caso de violação do regulamento anti-doping num espaço de 12 meses (2016 e 2017), o que pode resultar numa suspensão da equipa entre 15 a 45 dias.

"A União Ciclista Internacional (UCI) anuncia que o ciclista português Domingos Gonçalves foi notificado da violação de uma regra anti-doping de uso de uma substância proibida baseada em anomalias detectadas no seu passaporte biológico entre 2016 e 2018", lê-se no comunicado do organismo.

O corredor de Barcelos representou a equipa espanhola este ano, mas a suspeita de doping remonta à sua primeira passagem pela Caja Rural, em 2016 e às duas temporadas que passou na Rádio Popular-Boavista. No início deste ano, Jaime Rosón foi suspenso por razão idêntica que agora deixa Gonçalves fora de competição. Apesar de estar na Movistar, as anomalias remontavam ao ano de 2017, quando representava a Caja Rural. A UCI explicou em comunicado que ambos os casos ocorreram num espaço de 12 meses, o que activa o artigo que defende a suspensão das equipas. Rosón, que sempre clamou inocência, cumpre uma suspensão efectiva de quatro anos.

Gonçalves, de 30 anos, poderá defender-se, mas enfrenta a possibilidade de ter de cumprir uma longa suspensão, caso não prove que não cometeu qualquer irregularidade. Depois de um 2016 discreto, o corredor de Barcelos regressou a Portugal para tentar reavivar a sua carreira na Rádio Popular-Boavista. E assim foi. Principalmente 2018 foi uma temporada fortíssima de Domingos Gonçalves. Venceu os títulos nacionais de estrada e contra-relógio (este pela segunda vez consecutiva), ganhou a sexta etapa da Volta a Portugal em Boticas, sendo depois nono na classificação geral, somando ainda vitórias na Clássica da Primavera, Circuito de São Bernardo e Circuito da Malveira.

As exibições levaram a Caja Rural a dar uma segunda oportunidade ao ciclista português, mas a época ficou marcada por uma queda grave na Volta à Catalunha, no final do mês de Março. Quando regressou, realizou exibições que levaram os responsáveis a colocá-lo entre os oito eleitos para a Vuelta, naquela que foi a sua primeira grande volta. Porém, abandonou após a 13ª etapa, depois de já não ter concluído a Volta a Portugal. Chegou a ser falado um possível regresso à Rádio Popular-Boavista, mas a carreira de Domingos Gonçalves fica agora em suspenso até ser conhecida a decisão final quanto às suspeitas de doping.

Se se confirmar a suspensão da Caja Rural (o caso vai ser analisado), será a segunda equipa espanhola Profissional Continental a enfrentar uma sanção deste tipo num curto espaço de tempo, depois da Burgos-BH ter ficado 21 dias impedida de competir, entre 16 de Janeiro e 5 de Fevereiro deste ano.


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