(Fotografia: © Team Astana) |
O eritreu esteve recentemente em Portugal, a convite da comissária internacional portuguesa Isabel Fernandes, uma profunda conhecedora do ciclismo africano, com uma vasta experiência em corridas realizadas naquele continente. Kudus foi um dos ciclistas presentes na Gala dos 120 anos da Federação Portuguesa de Ciclismo, um momento de descontracção antes de começar o trabalho para 2020. A Astana demonstrou confiar em Kudus, o primeiro africano a representar esta formação, ao renovar o contrato por dois anos e o ciclista quer retribuir essa aposta com boas exibições e resultados.
Com Rui Costa e Ruben Guerreiro, por exemplo, também presentes na gala, Kudus deixou um elogio: "Os portugueses são dos ciclistas de maior nível no mundo, como se pode ver com o Rui Costa e outros corredores. São muito talentosos." Mas não hesitou em dizer ao Volta ao Ciclismo: "Em África também temos muitos ciclistas talentosos, mas não existem as oportunidades como as que existem na Europa. É uma diferença enorme." Kudus considera essencial que os jovens corredores possam "ter acesso ao básico". "Temos de passar por todos os passos desde os juniores, nos sub-23 e temos de nos adaptar a todas as condições."
Kudus teve essa possibilidade de adaptar-se a uma dura realidade como é a do ciclismo, com todo o apoio necessário, quando integrou a MTN-Qhubeka em 2014, estreando-se logo nesse ano na Vuelta, que entretanto já fez por quatro vezes. Em 2015 foi ao Tour - nesse ano o seu companheiro e compatriota Daniel Teklehaimanot fez história ao vestir a camisola da montanha durante quatro dias - e em 2016, já com a equipa como World Tour, o eritreu foi ao Giro. Evoluiu numa estrutura que tinha como objectivo abrir as portas aos ciclistas africanos. Mas a Astana foi um passo desejado.
"Foi uma grande mudança, pois há uma grande diferença entre as equipas. Na Dimension Data apostam mais nos sprinters e na Astana luta-se mais pelas classificações gerais. Claro que, dadas as minhas características, eu prefiro a Astana", salientou. Trabalhar com Alexander Vinokourov, o director da estrutura cazaque é "super fácil", segundo Kudus: "É muito fácil trabalhar com ele. Ele é muito directo e muito organizado."
A primeira temporada deste puro trepador na Astana foi positiva, vencendo duas etapas e a geral na Volta ao Ruanda, além de boas prestações em provas do World Tour, quase sempre na ajuda aos seus líderes. Contudo, não foi a nenhuma corrida de três smeanas. Por isso, para 2020 tem desde logo um objectivo: "Quero voltar a uma grande volta. Após o estágio vou saber o meu calendário, mas sim, quero estar numa das grandes voltas." E quando se fala do que mais gostaria de concretizar na carreira, Kudus responde rapidamente: "É muito difícil competir nestas corridas, principalmente tendo em conta que compito muito nas de World Tour. Mas o que eu gostaria era de ganhar uma etapa na Volta a França."
Perante a sua afirmação ao mais alto nível, as pedalas de Kudus são seguidas com atenção no seu país. O próprio contou que na Eritreia o ciclismo é das modalidades mais populares e que se procura saber as notícias sobre ele e outros atletas. "Estamos a inspirar os jovens para tentarem ser ciclistas", frisou.
Natnael Berhane (Cofidis) e Amanuel Ghebreigzabhier (Dimension Data), por exemplo, são outros compatriotas de sucesso e a Eritreia é o país africano que vai estando mais representado no ciclismo além da África do Sul. Neste caso, Daryl Impey (Mitchelton-Scott) ainda este ano venceu uma etapa na Volta a França, enquanto Louis Meintjes (Dimension Data) já fez top dez. Porém, fora deste país - da Dimension Data -, ainda há muito potencial por descobrir, mas aos poucos, ciclistas como Kudus vão abrindo caminho e mostrando o que o ciclista africano pode fazer aos mais alto nível se lhe for dada essa oportunidade.
E se o Ruanda conseguir organizar os Mundiais de 2025 - já apresentou a candidatura -, percebe-se porque tal é visto como um potencial ponto de viragem para o ciclismo africano.
»»"Espero continuar a ser um ciclista atacante e não perder a minha identidade"««
»»"Talvez seja das provas mais duras em que vou representar o meu país"««
"É muito fácil trabalhar com Alexander Vinokourov. Ele é muito directo e muito organizado"
Kudus teve essa possibilidade de adaptar-se a uma dura realidade como é a do ciclismo, com todo o apoio necessário, quando integrou a MTN-Qhubeka em 2014, estreando-se logo nesse ano na Vuelta, que entretanto já fez por quatro vezes. Em 2015 foi ao Tour - nesse ano o seu companheiro e compatriota Daniel Teklehaimanot fez história ao vestir a camisola da montanha durante quatro dias - e em 2016, já com a equipa como World Tour, o eritreu foi ao Giro. Evoluiu numa estrutura que tinha como objectivo abrir as portas aos ciclistas africanos. Mas a Astana foi um passo desejado.
"Foi uma grande mudança, pois há uma grande diferença entre as equipas. Na Dimension Data apostam mais nos sprinters e na Astana luta-se mais pelas classificações gerais. Claro que, dadas as minhas características, eu prefiro a Astana", salientou. Trabalhar com Alexander Vinokourov, o director da estrutura cazaque é "super fácil", segundo Kudus: "É muito fácil trabalhar com ele. Ele é muito directo e muito organizado."
A primeira temporada deste puro trepador na Astana foi positiva, vencendo duas etapas e a geral na Volta ao Ruanda, além de boas prestações em provas do World Tour, quase sempre na ajuda aos seus líderes. Contudo, não foi a nenhuma corrida de três smeanas. Por isso, para 2020 tem desde logo um objectivo: "Quero voltar a uma grande volta. Após o estágio vou saber o meu calendário, mas sim, quero estar numa das grandes voltas." E quando se fala do que mais gostaria de concretizar na carreira, Kudus responde rapidamente: "É muito difícil competir nestas corridas, principalmente tendo em conta que compito muito nas de World Tour. Mas o que eu gostaria era de ganhar uma etapa na Volta a França."
Perante a sua afirmação ao mais alto nível, as pedalas de Kudus são seguidas com atenção no seu país. O próprio contou que na Eritreia o ciclismo é das modalidades mais populares e que se procura saber as notícias sobre ele e outros atletas. "Estamos a inspirar os jovens para tentarem ser ciclistas", frisou.
Natnael Berhane (Cofidis) e Amanuel Ghebreigzabhier (Dimension Data), por exemplo, são outros compatriotas de sucesso e a Eritreia é o país africano que vai estando mais representado no ciclismo além da África do Sul. Neste caso, Daryl Impey (Mitchelton-Scott) ainda este ano venceu uma etapa na Volta a França, enquanto Louis Meintjes (Dimension Data) já fez top dez. Porém, fora deste país - da Dimension Data -, ainda há muito potencial por descobrir, mas aos poucos, ciclistas como Kudus vão abrindo caminho e mostrando o que o ciclista africano pode fazer aos mais alto nível se lhe for dada essa oportunidade.
E se o Ruanda conseguir organizar os Mundiais de 2025 - já apresentou a candidatura -, percebe-se porque tal é visto como um potencial ponto de viragem para o ciclismo africano.
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