15 de dezembro de 2019

Rádio Popular-Boavista com razões para celebrar e a contratar para a montanha

(Fotografia: © João Fonseca Photographer)
A época foi boa. Muito boa. A Rádio Popular-Boavista foi combativa praticamente toda a temporada, com Luís Mendonça a destacar-se e a aproveitar a oportunidade de não ter de partilhar lideranças. Quando chegou a Volta a Portugal, as individualidades destacaram-se à vez, dando força a um colectivo que conseguiu que a experiência triunfasse, mas com a juventude a confirmar ser uma aposta ganha.

Com a Volta a ser o palco de eleição para as equipas portuguesas, uma das mais antigas do pelotão nacional realizou uma corrida para mais tarde recordar. Luís Gomes (foi também rei da montanha) e João Benta conquistaram etapas. Só a W52-FC Porto foi superior na classificação por equipas, pois a Rádio Popular-Boavista terminou a corrida com três ciclistas no top dez: Benta (6º e uma presença habitual), David Rodrigues (7º) e Daniel Silva (9º). Além destes resultados, foram constantes as presenças em fugas dos corredores, sempre à procura de mais e melhor.

Nada de novo na forma de competir desta equipa. E foi por isso que Luís Mendonça encaixou tão bem na Rádio Popular-Boavista, depois de dois anos na Aviludo-Louletano. Não sentiu minimamente a responsabilidade de preencher a vaga deixada pelo ciclista que tantas vitórias deu em 2018: Domingos Gonçalves (seis). Mendonça é um corredor que gosta de estar bem praticamente toda a temporada e apesar de ter somado vários segundos lugares (prova de como está sempre disponível para lutar por vitórias em quase todo o tipo de terreno, sendo mais forte ao sprint), conseguiu conquistar a Taça de Portugal, a primeira etapa e a geral do Troféu O Jogo. A pequena frustração aconteceu na Volta. Foi importante no trabalho para a equipa, mas continua a faltar-lhe a etapa que tanto persegue. Vai agora à procura dessa vitória na Efapel.

Daniel Silva fecharia a contagem de vitórias da equipa em 2019 no Grande Prémio de Mortágua, naquele que foi a melhor temporada desde o seu regresso. E aos 34 anos vai continuar a ser uma das vozes de liderança de uma Rádio Popular-Boavista que poderá não ter os mesmo argumentos financeiros de uma W52-FC Porto ou Efapel, mas que reforçou-se a pensar ainda mais na montanha. Chegará um dos ciclistas mais consistentes do pelotão: Luís Fernandes. Depois de Sporting-Tavira e Aviludo-Louletano, é numa equipa do Porto que irá ter mais espaço para mostrar o que já se conhece deste atleta. É dos melhores trepadores em Portugal e aos 32 anos não lhe falta experiência e aquele espírito combativo que tanto agrada a José Santos.

Fernandes juntar-se-á a Benta, Silva e Rodrigues, num bloco muito interessante, sem esquecer o jovem Hugo Nunes. E este ciclista vai ter a companhia de Gonçalo Carvalho. Ambos representaram a Miranda-Mortágua, mas Carvalho optou por competir em França em 2019, no UC Mónaco. Volta agora para o seu país, sendo mais um trepador de talento, que tem sido presença regular nas selecções jovens.

Mas destaque-se Hugo Nunes, um dos exemplos de como a aposta na juventude compensou. Chegou à Rádio Popular-Boavista cotado como um dos melhores enquanto sub-23 e não desiludiu. Aproveitou este passo para evoluir junto a trepadores de referência como João Benta e Daniel Silva. Fiável no trabalho para os companheiros, não deixou de agarrar os momentos em que lhe era concedida mais liberdade. É um ciclista a seguir em 2020, tal como Carvalho e Afonso Silva. No seu primeiro ano como sub-23, o alentejano mostrou que está a adaptar-se bem pelotão de elite.

Para 2020, José Santos irá começar a aproveitar o projecto de formação sub-23 da JV Perfis-Gondomar Cultural. Vinício Rodrigues é o primeiro a dar o salto. Já Pedro Silva, do Seissa-Roriz, passará directamente do escalão de juniores para a Rádio Popular-Boavista e difere das características de muitos companheiros. É um bom rolador e forte no sprint.

A maior surpresa nos reforços chama-se Alberto Gallego. O espanhol cumpriu quase quatro anos de suspensão por doping, depois da sua defesa de contaminação não ter convencido a UCI. Após boas prestações precisamente na Rádio Popular-Boavista (foi terceiro no Troféu Joaquim Agostinho, por exemplo), Gallego preparava-se para representar a Caja Rural, mas foi suspenso ainda antes da primeira corrida pela nova equipa. Aos 29 anos recebe agora um voto de confiança por parte de um director que o conhece tão bem e será mais um ciclista para a montanha.

Com as corridas no calendário nacional a terem a maioria dificuldades montanhosas, à Rádio Popular-Boavista não lhe faltam alternativas para mais uma vez ser muito combativa toda a temporada, mesmo com as saídas de elementos importantes como Mendonça e Luís Gomes (Kelly-InOutBuild-UDO). E claro, os olhos estão bem postos em chegar novamente ao pódio na geral da Volta a Portugal, com Daniel Silva a ter sido o último em 2016.

Equipa para 2020: João Benta, Daniel Silva, David Rodrigues, Afonso Silva, Hugo Nunes, Luís Fernandes (Aviludo-Louletano), Gonçalo Carvalho (UC Mónaco), Vinício Rodrigues (JV Perfis-Gondomar Cultural), Pedro Silva (Seissa-Roriz), Alberto Gallego (sem equipa).

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