28 de novembro de 2019

UCI quer repetir testes às amostras recolhidas em 2016 e 2017

(Fotografia: © Richard Masoner, via Flickr)
Os desenvolvimentos da Operação Aderlass estão a motivar a UCI a ir mais longe nas investigações que possam revelar ciclistas que tenham infringido o regulamento anti-doping em 2016 e 2017. Para já, seis foram envolvidos neste caso e o organismo vai pedir que as amostras recolhidas durante esses dois anos sejam submetidas a novos testes.

Os austríacos Georg Preidler (Groupama-FDJ) e Stefan Denifl (Aqua Blue Sport) foram os dois primeiros nomes da modalidade a serem envolvidos na Operação Aderlass quando esta foi tornada pública entre o final de Fevereiro e início de Março. Ambos acabariam suspensos por quatro anos, com Preidler a ter a suspensão dada como provisória, pois contestou a decisão.

Em Maio, Kristijan Durasek (UAE Team Emirates) foi afastado da Volta à Califórnia pela equipa ao ser envolvido no caso, tendo o mesmo acontecido com o esloveno Kristijan Koren (Bahrain-Merida) na Volta a Itália. A Bahrain Merida viu o nome de um dos seus directores desportivos surgir nas investigações. O eslovano Borut Bozic terminou a carreira como ciclista no final de 2018.

Koren e Bozic foram suspensos por dois anos, enquanto Durasek ficou com a sanção mais pesada: quatro anos. Um dos nomes mais mediáticos foi o de Alessandro Petacchi. O sprinter italiano foi suspenso por dois anos devido a violação do regulamento anti-doping em 2012 e 2013, sendo que terminou a carreira em 2015.

Com a excepção de Petacchi e de Denifl (este último estava sem equipa depois do final da Aqua Blue Sport, tendo anulado o contrato com a CCC ainda antes deste começar) e com Preidler a rescindir de imediato com a Groupama-FDJ, os restantes foram despedidos das respectivas equipas.

"Em virtude da informação e documentos enviados pelas forças de segurança austríacas sobre a operação Aderlass, a UCI anuncia que pediu à Fundação de Anti-Doping do Ciclismo* para proceder às necessárias novas análises das amostras recolhidas durante as temporadas de 2016 e 2017", lê-se no comunicado do organismo.

"Durante a investigação de Aderlass e graças à estreita colaboração entre a UCI e as autoridades austríacas, vários procedimentos foram iniciados devido à violação de regras anti-doping. Vários indivíduos, a maioria em actividade ao mais alto nível, foram sancionados", acrescentou. A UCI afirmou ainda que irá continuar a trabalhar com as autoridades da Áustria "com o objectivo de proteger os atletas honestos" e para "garantir um desporto limpo".

O caso Aderlass tem no centro da polémica o médico alemão Mark Schmidt, que já esteve no passado em equipas do principal escalão. Foram descobertos 40 sacos de sangue na cidade germânica de Erfurt. As primeiras notícias de envolvidos surgiram durante os Mundiais de esqui, com alguns atletas desta modalidade (com várias vertentes) a serem os primeiros a serem "apanhados". Mas de imediato surgiram notícias que a investigação estava a revelar um esquema de doping que envolvia outros desportistas, incluindo do ciclismo. Rapidamente a UCI quis seguir atentamente o que as autoridades austríacas estavam a desvendar.

*A Fundação de Anti-Doping do Ciclismo está integrada na UCI, mas tem total independência e poder de decisão.


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