10 de novembro de 2018

Van Aert arrisca perder época de 2019

(Fotografia: © Kristof Ramon/Red Bull Content Pool)
A decisão de quebrar contrato com a Veranda’s Willems-Crelan poderá ter um custo elevado. Wout van Aert arrisca falhar a temporada de 2019, pois a Sniper Cycling (detentora da equipa) não abdica de receber uma indemnização, caso o ciclista assine por outra formação. A Lotto-Jumbo fechou por três anos com o ciclista a partir de 2020, já que Van Aert ainda tinha uma época de contrato com a equipa que representava. O desejo do ciclista é juntar-se já à formação do World Tour e certamente que os responsáveis da Lotto-Jumbo também não se importariam nada que tal se concretizasse. Contudo, com o caso da rescisão em tribunal e com a previsão de poder demorar meses até ficar resolvido, o futuro próximo de um dos ciclistas revelação de 2018 poderá passar por assistir de fora às corridas, se não houver um acordo ou uma intervenção da UCI.

O caminho que o seu advogado está a explorar é precisamente o da UCI. Walter van Steenbrugge espera que o organismo considere que Van Aert não tenha de cumprir o contrato com a Veranda’s Willems-Crelan, ficando assim livre de assinar pela Lotto-Jumbo. "Se o acordo com a UCI chegar, não haverá nada que evite que Wout van Aert assine pela Jumbo [nome da equipa em 2019]. Espero novidades durante o mês de Novembro", afirmou o advogado ao jornal belga Het Laatse Nieuws.

Um acordo com a Sniper Cycling parece estar fora de questão, segundo Van Steenbrugge, o que coloca então um ponto de interrogação sobre a próxima temporada para Van Aert. 

Os problemas começaram em Agosto quando foi avançada a hipótese de fusão da Veranda’s Willems-Crelan com a irlandesa Aqua Blue Sport. Tal não aconteceu. No entanto, houve mesmo fusão, mas com a Roompot-Nederlanse Loterij.

Van Aert rapidamente demonstrou o seu desagrado como as negociações decorreram, sem que ele, ou os restantes ciclistas, fossem informados do que estava a acontecer. O corredor belga, de 24 anos, nunca gostou de não ter conhecimento de nada, ainda mais quando era constantemente questionado sobre o assunto, já que, sendo o rosto da equipa, acabava por estar completamente exposto a nível mediático sempre que ia competir. 


É uma das estrelas em ascensão no ciclismo. Nasceu para as clássicas do pavé, ainda que separar-se do ciclocrosse não é algo que esteja para já nos seus planos. É tricampeão do mundo e também foi campeão mundial de sub-23 da especialidade. Aos poucos tem feito a passagem para a estrada e este ano foi uma das sensações de início de época. O terceiro lugar na Strade Bianche foi o mote para uma época de clássicas que deixou as equipas do World Tour loucas pelo belga. No pavé foi sempre muito regular. Nos monumentos foi nono na Volta a Flandres e 13º no Paris-Roubaix. E representava uma equipa Profissional Continental.

É senhor do seu destino, deixando claro como gosta de gerir a sua carreira, a sua época e como quer conciliar o ciclocrosse com a estrada, pelo menos por agora. Ser um ciclista muito desejado no World Tour, reforçou o estatuto dentro da que era a sua equipa. Quando em Setembro anunciou a rescisão, disse apenas que dias antes tinham acontecido factos que tornavam impossíveis uma cooperação. A Sniper Cycling reagiu, explicando que chegou a oferecer um contrato melhorado para 2019, mas que Van Aert recusou. O pedido de rescisão foi para tribunal e poderá demorar até um ano a ficar resolvido.

A época de ciclocrosse está a decorrer, mas se a UCI não decidir a favor de Van Aert, em 2019 não se verá um dos ciclistas que mais se quer voltar a ver em acção nas corridas do pavé.

»»O cowboy solitário tinha ameaçado e quebrou mesmo contrato««

»»Tafi encontrou equipa para estar no Paris-Roubaix aos 52 anos««

Sem comentários:

Enviar um comentário