8 de novembro de 2018

Tafi encontrou equipa para estar no Paris-Roubaix aos 52 anos

(Fotografia: Eric Houdas/Collection personnelle/Wikimedia Commons)
O improvável estará mais próximo de se tornar realidade. Quando anunciou que gostaria de competir no Paris-Roubaix em 2019 e assim celebrar o 20º aniversário da sua vitória no monumento, parecia ser uma ideia de loucos. Para o fazer, Andrea Tafi teria de ser contratado por uma equipa. Aos 52 anos, percebe-se porque se pensaria que tal era improvável. O regresso "a casa" seria algo perfeito, mas por mais que Patrick Levefere respeite Tafi, na Quick-Step Floors a ambição é demasiado grande para dar um lugar ao italiano. "Por sorte, encontrei outra grande equipa", anunciou. Qual? Teremos de esperar mais um pouco para saber.

"Infelizmente, não posso dizer qual. Ainda não", salientou ao jornal belga Het Laatste Nieuws. Em 1999, Tafi venceu o Paris-Roubaix pela Mapei-Quickstep, pelo que representar novamente a equipa foi algo que o motivou a falar com Lefevere, o mítico director desportivo, que só em Roubaix conta com 11 triunfos. "Disse-me que tinha uma grande equipa e que gostava do que quero fazer, mas era impossível receber-me, já que qualquer ciclista [da equipa] que parte para Roubaix, fá-lo para ganhar", explicou Tafi, que afirmou compreender perfeitamente a posição de Lefevere.

Apesar de saber bem o que é fazer o Paris-Roubaix - competiu em 13 edições e terminou-as todas -, fazer este monumento aos 52 anos será completamente diferente. Mas não é por acaso que é conhecido como o Gladiador. "Eu sei o quanto é difícil. Vou treinar e ver como será", afirmou. No entanto, Tafi recusa  a ideia de estar a cometer uma loucura. "Todo o mundo pensa que estou louco, mas eu não acho. Sigo o meu coração. Quero saber quais são os meus limites", referiu. Acrescentou que não vai dizer que terminará em determinado lugar: "Não sou hipócrita."

A confirmar-se a presença de Tafi, o italiano será, sem surpresa, o ciclista mais velho a alguma vez competir no Paris-Roubaix. O mais velho a ganhar o monumento francês foi um ciclista da casa: Gilbert Duclos-Lassalle, em 1993. Tinha 38 anos, naquela que foi a sua segunda vitória no Inferno do Norte.

Tafi retirou-se em 2005, mas não deixou de pedalar e este ano até participou numa corrida húngara, com classificação 1.2 da UCI, tendo terminado na 37ª posição. Foram 157,6 quilómetros a 48 quilómetros por hora de média. Além da questão da equipa, o italiano terá de cumprir os requisitos da UCI, algo que o antigo ciclista explicou, quando anunciou a sua intenção, que já tinha contactado o organismo devido ao passaporte biológico que é obrigado a ter.

Andrea Tafi foi um dos maiores especialistas italianos de clássicas. Além do Paris-Roubaix, venceu ainda a Volta a Flandres em 2002 e seis anos antes havia conquistado a Lombardia. Foi o único ciclista do seu país a vencer o Roubaix e a Flandres.

Seja qual for a equipa que terá aceite contratar por uma corrida apenas Tafi, tem garantida uma forte cobertura mediática. A confirmar-se a presença do italiano no Paris-Roubaix será, inevitavelmente, um dos destaques. Não só receberá muita atenção por parte dos meios de comunicação social antes e depois da corrida, como deverá ter direito a algum tempo de antena na transmissão televisiva. Ou seja, o patrocinador ou patrocinadores vão ter o seu destaque numa das provas mais populares do ciclismo mundial.

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