(Fotografia: Facebook Burgos-BH) |
A Burgos-BH poderá não escapar a uma suspensão depois de dois ciclistas da equipa terem sido suspensos por doping, num período de 12 meses. O regulamento determina que esta situação pode resultar numa suspensão entre 15 a 45 dias. O caso está agora na Comissão Disciplinar da UCI, que irá decidir o tempo da suspensão.
Ibai Salas (27 anos) foi suspenso por quatro anos devido a irregularidades no seu passaporte biológico pela Organização Nacional de Anti-Doping espanhola, que informou a UCI do castigo. Em Dezembro, David Belda (35) tinha recebido igual sanção, mas por ter dado positivo por EPO. "Estes dois casos num período de 12 meses desencadeou a aplicação do artigo 7.12.1 do regulamento anti-doping da UCI que prevê a suspensão da equipa entre 15 a 45 dias", anunciou a UCI, em comunicado.
Porém, a equipa espanhola poderá ter ainda mais problemas, pois tem mais um ciclista suspenso provisoriamente. Igor Merino (28) aguarda pela resolução do caso, que se iniciou após uma análise positiva por uma hormona de crescimento. Se houver uma confirmação da suspensão, a Burgos-BH irá incorrer em nova sanção, com uma agravante. A equipa pertence ao Movimente por um Ciclismo Credível, que prevê uma suspensão em caso de um terceiro caso de doping.
O arranque de temporada poderá ficar em causa devido aos positivos de Belda e Salas, dois ciclistas que representavam a equipa há seis e cinco temporadas, respectivamente. Belda foi despedido após ser conhecida a suspensão. Merino também cumpriu este ano a sua quinta época na equipa.
A Burgos-BH subiu ao escalão Profissional Continental em 2018, o que lhe abria as portas a um convite para a Vuelta, que se confirmou. O caso de Salas chegou a ameaçar essa presença, mas a intervenção do Tribunal Arbitral do Desporto deixou então a equipa a respirar de alívio.
Nos casos recentes que resultaram em suspensões, o destaque vai para a equipa brasileira Funvic, que recebeu duas sanções devido aos vários casos de doping detectados. A segunda foi de 35 dias, depois de um castigo de 55. A italiana Bardiani-CSF cumpriu 30 dias longe das corridas, depois de dois ciclistas terem sido suspensos no dia antes do arranque da Volta a Itália, no ano passado, com as contra-análises a confirmarem o primeiro resultado de Stefano Pirazzi e Nicola Ruffoni. Ambos foram acusados de recorrer a uma substância hormonal que permitia uma melhor recuperação física.
Não foi uma temporada feliz para a Burgos-BH que contou com o português José Mendes nas suas fileiras. A única vitória foi na Volta ao Lago Qinghai, na China, por intermédio do espanhol Daniel López. Na Vuelta, alguns ciclistas entraram em fugas, mas foi uma exibição pálida da formação na grande volta.
No início de Outubro, quando a UCI divulgou a lista das equipas que tinham pedido licença para o escalão Profissional Continental para 2019, o nome da Burgos-BH não apareceu, o que não significa que não a venha a obter.
A suspensão da UCI poderá fazer com que a equipa falhe as corridas de um dia que marcam o arranque de temporada em Espanha. O futuro de José Mendes ainda não é conhecido (poderá regressar a Portugal), mas haverá outro português na equipa, com Ricardo Vilela a ser dado como reforço. Irá assim reencontrar Jetse Bol, holandês de quem foi companheiro na Manzana Postobón, mas que em Agosto deixou a equipa colombiana para rumar à Burgos-BH.
O sprinter britânico Matthew Gibson (22 anos, ex-JLT Condor), o espanhol Manuel Peñalver (19, Trevigiani Phonix-Hemus 1896) e o compatriota Ángel Madrazo (30, Delko Marseille Provence KTM, com passagem pela Movistar entre 2009 e 2013) foram contratados para o próximo ano.
A equipa vai continuar com dois ciclistas bem conhecidos no pelotão português: Diego Rubio (ex-Efapel) e Jesús Ezquerra, que representou o Sporting-Tavira e venceu uma etapa da Volta a Portugal em 2016.
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