3 de novembro de 2018

Mont Ventoux terá a sua clássica para atrair os grandes trepadores

(Fotografia: BlueBreezeWiki/Wikimedia Commons)
Já não será preciso esperar que o Mont Ventoux seja incluído no percurso da Volta a França ou no do Critérium du Dauphiné para se ter todos os anos uma corrida que não só incluia a icónica subida, como é criada a pensar nela. O Mont Ventoux Dénivelé Challenge vai completar um fim-de-semana que já contava com um granfondo, mas agora terá uma prova para os profissionais e desde já tenta seduzir os grandes nomes do ciclismo.

Pertence ao calendário europeu (Europe Tour) e será de categoria 1.1. A chave do sucesso poderá começar por estar na data escolhida: 17 de Junho, no dia seguinte ao final do Critérium du Dauphiné. Sendo esta uma competição que atrai muitos daqueles que vão disputar a vitória na Volta a França, o Mont Ventoux Dénivelé Challenge é um convite a mais um dia de preparação para o Tour.

Vencer nesta subida é sempre algo que marca a carreira de qualquer ciclista. Naturalmente que o simbolismo de vencer no Mont Ventoux no Tour será sempre diferente, mas esta é uma corrida que dá agora os primeiros passos, a pensar em um dia, talvez, ser uma clássica de referência.

Primeiro é preciso "arrancar" com o projecto que vai então chegar à estrada em 2019. Serão 185 quilómetros, que irão começar em Vaison-la-Romaine, no mesmo local onde no dia antes terá início o Santini Granfondo Mont Ventoux. Serão 4400 metros de desnível acumulado, o que não deixa dúvidas que tipo de ciclistas serão atraídos para a prova, que passará pelo Col des Aires e Col de L’Homme Morte, antes dos 21 quilómetros finais no Mont Ventoux.


Por dez ocasiões uma etapa da Volta a França terminou no topo de uma subida que nem sempre se consegue fazer. Foi o que aconteceu em 2016. Thomas de Gendt (Lotto Soudal) venceu, mas a etapa foi encurtada devido ao forte vento, com rajadas a ultrapassarem os 100 quilómetros hora. A meta foi colocada em Chalet Reynard, não se chegando a ver a paisagem "lunar" que é a imagem mais marcante do Mont Ventoux. Esse dia será recordado pela queda de Chris Froome, já na subida final, devido a uma moto que ficou sem espaço para passar quando o público encheu a estrada. A bicicleta do britânico ficou danificada, pelo que o ciclista começou a correr a pé para minimizar perdas. A organização acabaria por atribuir a Froome o tempo contabilizado por Bauke Mollema e Richie Porte, que estavam com o britânico no momento da queda, mas puderam seguir após a queda.

Froome acabaria por conquistar o seu quarto Tour naquele ano e o ciclista já venceu no Mont Ventoux, em 2013. Charly Gaul (1958), Raymond Poulidor (1965), Eddy Merckx (1970), Bernard Thévenet (1972), Jean-François Bernard (1987), Marco Pantani (2000), Richard Virenque (2002) e Juan Manuel Gárate (2009) são os nomes que fazem parte da lista de vencedores no Mont Ventoux.

Em 1967, o britânico Tom Simpson morreu durante a etapa, nesta subida. O memorial construído em memória do ciclista é ainda hoje um local de paragem para muitos dos ciclistas que enfrentam o Mont Ventoux, amadores ou profissionais.

Como foi referido, no dia antes, 16 de Junho, realizar-se-á mais uma edição do granfondo, com um percurso de 135 quilómetros e outro de 78. Se estiver interessado neste desafio, então pode ver mais informações no site oficial. Fica aqui o vídeo da edição deste ano.




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