26 de janeiro de 2019

Um ano depois do atropelamento Vakoc está de volta

(Fotografia: © Sigfrid Eggers/Deuceninck-QuickStep)
Nem sempre é preciso ser o primeiro a cortar a meta para se conquistar uma grande vitória. Petr Vakoc alcançou algumas no último ano, todas longe do ciclismo, mas necessárias para que este domingo regresse à competição depois de um ano de incertezas. Por momentos nem sabia se voltaria a andar, quanto mais fazer novamente da bicicleta a sua vida. Quanto teve permissão para os primeiros treinos, fê-lo com uma bicicleta pendurada ao contrário numas escadas, para que pedalasse deitado! Tudo isto porque num estágio como tantos outros um condutor abalroou Vakoc e Laurens de Plus, tendo Bob Jungels escapado sem saber muito bem como, num dia que marcou a vida dos três corredores.

Foi o checo quem ficou em pior estado. As fracturas nas vértebras obrigaram a três operações cirúrgicas e uma longa recuperação, sem se saber se seria possível Vakoc continuar no ciclismo. Patrick Lefevere nunca abandonou o seu corredor. Em final de contrato e com a equipa a certa altura a precisar de aliviar a folha salarial devido à falta de um patrocinador principal para 2019, o director assegurou que Vakoc teria o seu lugar se recebesse luz verde para competir.

Um ano depois do acidente na África do Sul, Vakoc viajou até à Argentina para, na Volta a San Juan, retomar a sua carreira. O que lhe espera não sabe, mas não tem dúvidas que qualquer dor que sinta nas corridas, não será pior do que a que sofreu quando foi atropelado. Por tudo o que passou, Vakoc até disse que espera que possa ser um ciclista melhor do que era antes, realçando como sempre recebeu o apoio dos companheiros de equipa e dos responsáveis da agora Deuceninck-QuickStep.

"Vou estar definitivamente animado, mas também nervoso. Não sei bem o que esperar quando começar a andar rápido. Penso que o meu corpo irá habituar-se", conta Vakoc, num vídeo publicado pela equipa belga (pode ver em baixo, em inglês). Nele, o ciclista de 26 anos, recorda tudo o que viveu nos últimos 12 meses, referindo que o facto de ter partilhado a sua recuperação através de vídeos, servia não só para ele próprio se sentir motivado, mas também para que pudesse eventualmente ser uma inspiração para outras pessoas.

Contou ainda como o importante era focar-se no que podia fazer e não no que não podia. "Mentalmente estou definitivamente mais forte e penso que as dores que vou sentir nas corridas, não serão tão más como as que senti há um ano", disse.

Ciclista de clássicas, Vakoc parecia estar a caminho da sua afirmação, depois de duas temporadas muito positivas, principalmente a de 2016. Agora é passo a passo. Corrida a corrida. Depois da Argentina, seguirá para a Colômbia e o seu calendário irá sendo definido à medida que se for percebendo o seu estado físico.

Para já, e perante tanta perseverança, só se pode dizer: bem-vindo de volta Petr Vakoc!


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