20 de janeiro de 2019

Porte foi o rei de Willunga Hill... Mas perdeu outra vez para Impey

(Fotografia: © Getty Images/Trek Segafredo)
Quem bate Richie Porte em Willunga Hill? Seis anos sempre a vencer na subida que marca o Tour Down Under. São cerca de três quilómetros com uma pendente média de 7,3, com a máxima a atingir os 9,4%. É feito a fundo e a acelerar (o possível, claro), pois a meta está no topo. A jogar em casa, Porte confirmou o estatuto de rei de Willunga Hill, ainda que não necessariamente da corrida. Essa foi conquistada pela segunda vez por Daryl Impey, um sul-africano da equipa australiana Mitchelton-Scott. Ou seja, as principais vitórias ficam para quem está bem habituado às temperaturas tórridas do Verão naquele lado do planeta. Um calor que Ruben Guerreiro parece gostar. Segundo top dez, depois de se ter estreado no World Tour com um 18º lugar em 2016.

Tem sido o ponto comum das temporadas de Ruben Guerreiro no principal escalão do ciclismo. Começa sempre bem. Mudou-se este ano para a Katusha-Alpecin, equipa pela qual espera não ter muitos mais pontos em comum com as duas épocas na Trek-Segafredo, que acabaram marcadas por quedas, problemas de saúde, sempre algo que quebrou o seu ritmo e prejudicou as suas exibições.

Mais uma vez Ruben Guerreiro realizou uma corrida muito consistente, terminando na oitava posição, a 40 segundos de Impey. Também mais uma vez ficou entre os melhores jovens, tendo sido batido por apenas sete segundos por Chris Hamilton (Sunweb). O ciclista português, de 24 anos, segue agora para a Cadel Great Ocean Road Race, tal como Ivo Oliveira, um estreante nestas andanças.

O gémeo esteve preso ao trabalho para os colegas de equipa, mas viu o seu esforço e da UAE Team Emirates premiado com a vitória na quinta etapa de Jasper Philipsen, belga que acompanhou Ivo na subida ao World Tour, depois da passagem pela Hagens Berman Axeon. Ajudou ainda Diego Ulissi a ficar no top dez (foi nono, a 40 segundos). Ivo Oliveira fechou o Tour Down Under na 88ª posição, a 22:04 minutos de Impey. Estão dadas as primeiras pedaladas do gémeo no World Tour.

Regressando então a uma das figuras da competição australiana. Apesar de ser habitual vencer em Willunga Hill, não deixou de ser importante Richie Porte vencer na "sua" subida, pois significou começar bem com a sua nova equipa, a Trek-Segafredo. O próprio assim o admitiu, tal como confessou como foi um triunfo bem mais difícil do que esperava. Os ataques dos homens da Sky, Wout Poels e Kenny Elissonde, deixaram Porte em sentido.

"Não tinha companheiros de equipa naquela altura, por isso tive de ir atrás deles. Tive uma motivação extra ao saber pelo rádio que estavam todos a sofrer, mas os últimos 300 metros são provavelmente os mais longos. Doeu mesmo muito. Foi uma doce vitoria", salientou o australiano. Apesar de conquistar novamente Willunga Hill, não conseguiu vencer o Tour Down Under. Ganhou em 2017, mas já no ano passado Daryl Impey foi superior no final das seis etapas e a história repetiu-se este ano. Porte referiu que a existência de mais uma etapa com maiores dificuldades seria benéfico para os ciclistas com características de trepadores, como ele.

O sul-africano venceu assim pela segunda vez, depois de ter sido terceiro na derradeira etapa. Deixou Porte a 13 segundos e ficou com o troféu que Patrick Bevin tanto ambicionava. Na nova vida da BMC, agora a polaca CCC, o neozelandês está mais livre para disputar corridas, até porque Porte mudou-se para a Trek-Segafredo. Bevin venceu uma etapa, estava a liderar, mas sofreu uma queda aparatosa na penúltima tirada. O pelotão esperou que reentrar-se para não perder tempo, mas em Willunga Hill foram mais de cinco os minutos perdidos. Ainda assim, já garantiu uma vitória das 20 que a equipa quer somar em 2019.

No top dez do Tour Down Under, destaque ainda para outro homem da casa. Rohan Dennis, que se estreou com a camisola da Bahrain-Merida com um sexto lugar. Elia Viviani (Deceuninck-QuickStep), o ciclista que mais venceu em 2018, ganhou uma etapa, tal como o inevitável Peter Sagan (Bora-Hansgrohe). Já Caleb Ewan (Lotto Soudal) foi desclassificado por sprint irregular, num triunfo que ficou para o jovem Philipsen.

O Tour Down Under abriu a época World Tour, com a Cadel Evans Great Ocean Road Race a realizar-se no próximo domingo.


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