(© João Fonseca/Federação Portuguesa de Ciclismo) |
Em 2018, a Algarvia foi transmitida em 120 países e este ano é outro número que poderá crescer. O canal irá também fazer a distribuição para mercados nos quais não está presente, segundo explicou a Federação Portuguesa de Ciclismo em comunicado. As transmissões começarão por volta das 15:45, sendo que a 20 e 21 de Fevereiro, as duas primeiras etapas, a Volta ao Algarve terá então honras de transmissão no Eurosport 1. Nos três dias seguintes, o directo regressará ao Eurosport 2, mas a etapa será repetida no 1 às 20:30. A previsão é que a corrida passe de uma audiência de 88 milhões para 148 milhões de lares. A TVI24, o parceiro nacional, também fará transmissão directa, além da cobertura nos blocos noticiosos.
Com a subida à categoria 2.HC, que faz da Volta ao Algarve a corrida portuguesa mais importante a nível internacional, chegou também a muito desejada transmissão televisiva. Se passar na televisão portuguesa já seria algo positivo, ter o Eurosport a fazer a transmissão para tantos países é algo essencial para não só eventualmente ajudar a crescer a corrida, mas principalmente para manter o estatuto conquistado. Para já, essa consolidação é essencial, ainda mais tendo em conta a concorrência que vai surgindo nesta fase do calendário. Não bastava a Ruta del Sol ser na mesma data, como agora entra a nova UAE Tour, ou Volta aos Emirados Árabes Unidos, que começa a 24 de Fevereiro, o último dia da Algarvia.
Numa perspectiva das equipas do World Tour e de algumas Profissionais Continentais, a exposição mediática a nível mundial pode ter um peso decisivo na escolha de uma corrida. Por exemplo, em datas idênticas, numa prova que tenha transmissão televisiva e outra que não tenha, a escolha poderá pender para a que tem, precisamente para haja essa exposição mediática. Quanto se fala em transmissão no Eurosport, então qualquer organizador quer ver a sua prova neste canal. Não só há o lado de apresentar as regiões onde decorrem a corrida, como há o lado de chamar grandes equipas e são poucas as provas que conseguem manter-se muito tempo longe desta realidade.
A chegada a UAE Tour - uma fusão entre a prova do Dubai e de Abu Dhabi - eleva a questão financeira a outro nível. Os cachets são bem mais elevados e bem mais apetecíveis numa modalidade que vive de patrocinadores e da eterna insegurança do que pode acontecer quando alguém resolve deixar de investir (BMC, Lampre, em breve a Sky, para falar de exemplos mais recentes).
Estamos a falar de plantéis bem maiores do que os vistos em Portugal e que faz com que as equipas possam estar em várias corridas com calendários idênticos, mas não é garantia de nada para corridas como a Volta ao Algarve ou a Ruta del Sol.
O trabalho feito nos últimos anos da Algarvia merece todo o reconhecimento. Ano após são muitas as melhores equipas que estão presentes e trazem alguns dos seus melhores ciclistas. Para juntar ao lote de grandes ciclistas portugueses que venceram a prova, temos Alberto Contador, Geraint Thomas, Tony Martin, Richie Porte, Michal Kwiatkowski e Primoz Roglic, para nomear os mais recentes. Uma lista de vencedores de enorme prestígio.
Para a 45ª edição já estão pré-inscritos Fabio Aru, Arnaud Démare, Dylan Gronewegen, Enric Mas... A lista ainda está a ser actualizada, mas já promete tanto para a luta pela geral, como para os sprints. E este ano teremos ainda o bónus de ver novamente uma equipa portuguesa competir como Profissional Continental, a W52-FC Porto. Por cá estarão então 12 equipas do World Tour, na Ruta del Sol estão para já apenas confirmadas seis, com a Sky a ser uma das ausências mais notadas.
O reforço da transmissão televisiva do Eurosport é uma excelente para quem organiza, para quem compete e, claro para quem assiste. Podemos ver a "nossa" corrida no canal que continua a aumentar a sua aposta no ciclismo. Mas fica o desafio para quem puder ir até ao Algarve e estar perto das grandes figuras que durante o ano se vai ver no ecrã. Viver o ambiente do melhor do ciclismo é algo inesquecível e imperdível quando em Portugal só acontece numa vez por ano.
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