(Fotografia: Jérémy-Günther-Heinz Jähnick/Wikimedia Commons) |
Tentar ficar ligado ao ciclismo é algo bastante natural para quem durante anos fez da modalidade a sua profissão. Bradley Wiggins, Tom Boonen, Alberto Contador, foram algumas das mais recentes despedidas da estrada, que se mantêm no ciclismo, mas aproveitam para apostar noutras experiências. As exigências são bem diferentes agora que deixaram o profissionalismo, por isso há tempo para querer ir aos Jogos Olímpicos como atleta de remo (ideia que entretanto Wiggins abandonou), piloto de automóveis e comentador, no caso dos três ex-corredores referidos. Filippo Pozzato também quer manter a ligação às bicicletas, mas resolveu retomar o que em Itália estão a apelidar do primeiro amor do ciclista que se retirou no final de 2018: hóquei em patins.
Em Novembro, Pozzato tinha colocado fotografias, devidamente equipado, a treinar e a equipa Bassano, confirmou agora que o italiano irá mesmo estrear-se já este domingo. Pozzato, de 37 anos, jogará pela segunda equipa, na Serie B, contra o Valdagno. Tendo em conta a sua popularidade, não é de estranhar que no Facebook do Bassano seja feito o convite a todos para irem assistir ao primeiro jogo do italiano.
Pozzato jogou hóquei em patins dos quatro aos 13 anos, quando o ciclismo acabou por tornar-se na sua principal aposta. Aos 18 já estava a representar a histórica Mapei-QuickStep, tendo naquele ano 2000 sido companheiro de equipa de atletas como Johan Museeuw, Paolo Bettini, Óscar Freire e o actual ciclista do Sporting-Tavira Rinaldo Nocentini. De referir que mais para o final de época houve um jovem estagiário a juntar-se à estrutura, um tal Fabian Cancellara!
O italiano era uma grande promessa para as clássicas e em 2006, já na segunda passagem na equipa belga, Pozzato conquistou a sua grande vitória: a Milano-Sanremo, um dos cinco monumentos. Ganharia ainda na carreira duas etapas no Tour, representando a Fassa Bortolo, Liquigas, Katusha, Lampre-Merida e também por duas ocasiões a Wilier Triestina-Selle Italia, na qual terminou na carreira.
Sempre se esperou muito de Pozzato e, na despedida, admitiu que não alcançou tudo o que gostaria. No ano passado, preparava-se para o seu oitavo Giro, quando acabou por regressar de urgência a Itália - a corrida começou em Israel - para estar com o pai, que acabaria por falecer. O italiano não escondeu a influência que esta morte teve na época que realizou, pois considerava o pai um dos pilares da sua vida, juntamente com a mãe.
Filippo Pozzato afirmou então que iria dedicar-se à equipa que está a construir para ajudar os jovens italianos a evoluir no ciclismo. Disse que ao ser ciclista durante 19 anos tinha concretizado um sonho de criança e agora parece que vai realizar outro. Apesar de em Novembro no Twitter ter colocado a hashtag #hobby, dois meses depois parece que o hóquei em patins se tornou bem mais sério.
— Filippo Pozzato (@PippoPozzato) 29 November 2018
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