(Fotografia: © Bettiniphoto/Bahrain-Merida) |
Vincenzo Nibali até pode ter pensado que 2018 era a sua última oportunidade para vencer por uma segunda vez o Tour. Contudo, aos 34 anos continua a ser um ciclista muito procurado e se a Bahrain-Merida vê nele novamente um líder para trazer mais umas grandes vitórias, a Trek-Segafredo está preparada para abrir os cordões à bolsa para o seduzir para a equipa em 2020, até lhe oferecendo já um emprego para quando decidir terminar a carreira. E ainda há uma Sky, que ouviu Nibali dizer que não se importaria nada de ir para a estrutura, só que a saída do patrocinador, faz com que seja a Trek-Segafredo que esteja na pole-position para contratar o ciclista.
O italiano já assumiu publicamente que está a ouvir propostas, ainda que a Bahrain-Merida já tenha oferecido os dois anos de contrato de renovação que Nibali quer. Porém, já percebeu que está a perder influência e que com o passar dos anos deixará de ser o ciclista número um, que chegou a ter liberdade para escolher quem queria a trabalhar com ele, como aconteceu quando aceitou entrar no novo projecto em 2017. Mesmo com Richie Porte, a Trek-Segafredo poderá estar tentada a dar praticamente tudo o que possa seduzir Nibali: um bom salário, tempo de vínculo, contrato para o irmão Antonio e a possibilidade de ficar já garantido o seu futuro pós-ciclista profissional.
Desde que a Segafredo de tornou co-patrocinador da equipa americana, que um dos objectivos tem sido contratar um dos melhores italianos no pelotão, principalmente para as grandes voltas. Fabio Aru foi um sonho que não se concretizou perante uma UAE Team Emirates sem problemas para satisfazer as exigências do ciclista. Nibali seria um sonho ainda maior, tendo em conta o mediatismo que este corredor tem e o currículo de fazer inveja a muitos, a começar por Aru! Vecendor das três grandes voltas, três monumentos (duas Lombardias e uma Milano-Sanremo), Tirreno-Adriatico, Giro del Trentino (actual Volta aos Alpes)...
O discurso que vem da Trek-Segafredo é, sem surpresa, que o importante é todos estarem concentrados na época que agora arrancou na Austrália (Nibali começa em Fevereiro, na Volta à Comunidade Valenciana). Contudo, o director Luca Guercilena admitiu que o interesse existe, já houve conversas e ficou a garantia que a idade não é um problema, ainda mais quando Alejandro Valverde (38 anos) se tornou no grande exemplo de como é possível estar ao mais alto nível até muito tarde.
Guercilena não dá nada como fechado, afinal ainda estamos em Janeiro, e até deixa a porta aberta para contratar outros italianos. Com a indefinição da Sky, Gianni Moscon poderá entrar nas contas da Trek-Segafredo.
Ordenados em atraso e uma improvável dobradinha Giro/Tour
Vincenzo Nibali confirmou à Gazzetta dello Sport que houve uma falha nos pagamentos dos salários de Dezembro. O ciclista terá mesmo optado por adiar receber o que lhe é devido até que a Bahrain-Merida possa resolver o problema de fundos, algo que é esperado que aconteça até ao final do mês.
O que Nibali mais quer é mesmo garantir mais uma vitória, daquelas que normalmente não se esquece. Em dois anos deu dois monumentos à Bahrain-Merida e a conquista da Milano-Sanremo, o monumento dos sprinters, em 2018 foi fenomenal. Fui tudo o que Nibali representa como ciclista. O Tour e o resto da temporada ficaram estragados por um adepto, que provocou uma queda grave a Nibali. Teve mesmo de ser operado às costas e agora só se espera que volte ao seu melhor. Há sua espera está o Giro e o sonho de uma terceira vitória. Irá depois à Volta a França, mas é o primeiro a dizer que não está a pensar em dobradinhas, exemplificando como as mais recentes tentativas - Alberto Contador, Nairo Quintana e Chris Froome - não terminaram bem.
E atenção a este ciclista nas clássicas. Além das "caseiras" Strade Bianche e Milano-Sanremo, Nibali vai regressar à Volta a Flandres e aposta forte na Liège-Bastogne-Liège, dois monumentos que não tem no currículo.
Nem sempre valorizado, pois algumas das suas vitórias mais importantes ficaram marcadas por abandonos dos principais adversários, o Tubarão de Messina, como é conhecido, ainda mantém a sua enorme ambição de vencer. Tal como Valverde até 2018, falta-lhe um título mundial, mas depois de em Innsbruck a lesão do Tour o ter impedido de lutar pela vitória, para já não fala de Yorkshire, mas aquela camisola arco-íris é um dos maiores desejos do italiano.
Sem comentários:
Enviar um comentário