(Fotografia: Giro d'Italia) |
Não estava fácil a decisão, com o anúncio a ser adiado cerca de uma semana. Finalmente os convites para a Volta a Itália foram revelados e não foram boas notícias para uma das equipas da casa, ainda que tenha sido um alívio para outra. Este é o último ano em que as organizações podem atribuir os quatro wildcards para as grandes voltas, pois a partir de 2020 só terão dois, com os restantes a serem automaticamente garantidos pelas duas melhores equipas Profissionais Continentais do ano anterior.
A RCS Sport resistiu à tentação, por assim dizer, de garantir que as quatro formações italianas participassem no Giro, não esquecendo que actualmente o país não tem nenhuma do World Tour. A Israel Cycling Academy voltou a ser uma das eleitas. Se há um ano não surpreendeu a escolha, tendo em conta que a corrida começou em Israel, já em 2019 a escolha estava longe de ser óbvia. Não encantou na edição passada - o melhor foi o segundo lugar de Rubén Plaza numa etapa e a presença em algumas fugas - e nem é das equipas mais fortes do segundo escalão. Porém, a conhecida ambição de subir ao World Tour em 2020 - fala-se da possibilidade de ficar com a Sky - e com a Wanty-Groupe Gobert e a Cofidis mais interessadas no Tour, os dois factores podem ter ajudado a candidatura da formação israelita. E sempre tem três italianos no plantel: Davide Cimolai, Riccardo Minali e Kristian Sbaragli.
A preterida foi a Neri Sottoli-Selle Italia-KTM, novo nome da Wilier Triestina-Selle Italia. Desde 2010 que a equipa não falhava um Giro, o que ajudava o peso do patrocinador e também a presença de Filippo Pozzato. O veterano ciclista retirou-se e a estrutura teve ainda de procurar por um novo patrocínio. Contratou Giovanni Visconti e Dayer Quintana, mas não convenceu a RCS Sport. Agora poderá passar pelo susto da Androni Giocattoli-Sidermec, que ao ficar de fora do Giro viu o seu futuro tremido, pois afinal, os patrocinadores italianos olham muito para a possibilidade de ver o nome numa das mais importantes corridas de ciclismo.
Gianni Savio começou a apostar tudo na Taça de Itália. Quem a vence, fica automaticamente com um convite para o Giro, ainda que não se saiba se a política irá manter-se em 2020. Assim a Androni Giocattoli-Sidermec assegurou nos últimos dois anos o seu lugar. A Nippo Vini Fantini Faizanè também viveu o mesmo problema, mas a parceria entre Itália e Japão deu alguma segurança à estrutura que vai agora regressar à Volta a Itália, o que não deixará de ser um alívio. Há um ano, a ausência do convite fez com que Damiano Cunego não pudesse cumprir o seu desejo de despedir-se na corrida que venceu em 2004.
A Bardiani-CSF fecha o lote dos quatro convites, não havendo surpresas neste caso. Mesmo quando dois ciclistas foram suspensos um dia antes do arranque do Giro100 e apesar do director da corrida, Mauro Vegni, até ter chegado a ameaçar levar a equipa a tribunal caso considerasse que haviam sido feitos danos à imagem do Giro, no ano seguinte, em 2018, atribuiu novamente um convite à equipa. É normalmente das mais activas, justificando a escolha.
A Volta a Itália realiza-se entre 11 de Maio e 2 de Junho, com início em Bolonha e final em Verona, ambos os dias com um contra-relógio individual.
Foram esta sexta-feira anunciados também os convites para outras corridas da RCS Sport, ficando a faltar a Lombardia. A Neri Sottoli-Selle Italia-KTM foi, de certa forma, compensada pela ausência no Giro e terá lugar garantido na Strade Bianche, Milano-Sanremo e Tirreno-Adriatico.
Strade Bianche (9 de Março): Neri Sottoli-Selle Italia-KTM, Nippo Vini Fantini Faizanè e a francesa Vital Concept-B&B Hotels.
Tirreno-Adriatico (13 a 19 de Março): Bardiani-CSF, Neri Sottoli-Selle Italia-KTM, Israel Cycling Academy, a francesa Cofidis e a russa Gazprom-Rusvelo.
Milano-Sanremo (23 de Março): Androni Giocattoli-Sidermec, Bardiani-CSF, Neri Sottoli-Selle Italia-KTM, Israel Cycling Academy, as francesas Cofidis e Direct Energie e a americana Novo Nordisk.
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