3 de novembro de 2019

Mais um pódio e mais uns pontos rumo aos Jogos Olímpicos

(Fotografia: © Federação Portuguesa de Ciclismo)
Rui Oliveira, Iúri Leitão e Maria Martins estão numa missão de garantir que nas competições de pista deste final de 2019 Portugal consegue colocar-se cada vez mais numa posição que permita levar pela primeira vez um ciclista tanto na vertente masculina, como na feminina, aos Jogos Olímpicos. Depois da boa prestação nos Europeus, o trio voltou cumprir na Taça do Mundo em Minsk, na Bielorrússia. Nos últimos três dias, o destaque foi para Rui Oliveira que subiu a mais um pódio, com o terceiro lugar no omnium, uma das provas olímpicas que Portugal procura marcar presença em Tóquio2020.

No sábado, o ciclista de Gaia começou com um segundo lugar em scratch, foi o quarto na corrida tempo e sexto em eliminação. Com estes resultados, Rui Oliveira começou a corrida por pontos no segundo lugar da geral. E mais uma vez esteve entre os melhores, ganhando duas voltas ao pelotão, acrescentando 47 pontos ao seu total. Foram 149 ao todo, o que lhe garantiu o bronze, atrás de um tal Elia Viviani! O sprinter italiano, um especialista na pista e campeão olímpico do omnium, somou 154 pontos, sendo batido pelo britânico Matthew Walls (163).

"Queríamos distanciar-nos da Alemanha e do Cazaquistão. Além de conseguirmos esse objectivo, o Rui ainda esteve na discussão da corrida. Foi um excelente desempenho", afirmou um satisfeito seleccionador nacional, Gabriel Mendes. “Comecei bem no scratch e na corrida tempo, o que me deixou sempre perto da frente. A confiança aumentou para a corrida por pontos, onde dei tudo. Este novo formato, com as corridas muito compactadas, com as quatro corridas em pouco mais de duas horas e meia, agradou-me. Sendo um corredor de estrada, penso que acaba por beneficiar-me. Tenho trabalhado muito, nestas últimas semanas e este resultado é o reflexo disso", disse Rui Oliveira, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

Este domingo, Rui Oliveira fez dupla com Iúri Leitão na prova de madison, a outra corrida olímpica que ainda não se perdeu a esperança de ser possível alcançar a qualificação. Os cinco pontos somados valeram o 10º lugar em Minsk e a aproximação à Bielorrússia, Hong Kong e Áustria no apuramento olímpico, ficando a Irlanda e Rússia um pouco mais longe.

O pódio de madison ficou preenchido pelos dinamarqueses Lasse Norman Hansen e Michael Morkov, que conquistaram a medalha de ouro (52 pontos), pelos franceses Bryan Coquard e Benjamin Thomas (44) e pelos espanhóis Albert Torres e Sebastián Mora (41). 

Quanto a Maria Martins, continua a sua missão solitária de chegar a Tóquio para disputar o concurso de omnium. Em Minsk teve um percalço na prova de eliminação, mas a bem conhecida determinação desta ciclista veio ao de cima e saiu da Bielorrússia com razões para sorrir.

Foi oitava no scratch e sexta na corrida tempo. O mau desempenho em eliminação – 23º e penúltimo lugar – fez Maria Martins partir para a corrida por pontos no nono posto. Foi atrás do prejuízo e terminou o omnium com 57 pontos, o que correspondeu ao 11º lugar, ultrapassado assim a China e a Irlanda no ranking para os Jogos Olímpicos e não deixou que nenhum país passasse por Portugal. A medalha de ouro ficou para a americana Jennifer Valente, a prata para a italiana Letizia Paternoster e o bronze para a britânica Laura Kenny.

Recorde do mundo para rival de Ivo Oliveira... duas vezes num dia

Filippo Ganna tem como (mau) hábito ganhar a Ivo Oliveira, ciclista português que está a recuperar forma depois de uma longa paragem, devido a uma grave queda durante um treino. Tem por isso estado ausente das recentes competições na pista e Iúri Leitão tem sido o eleito para marcar presença na perseguição individual, de forma a garantir que Portugal tenha o seu lugar garantido quando chegarem os Mundiais.

Para Iúri Leitão está a ser uma importante oportunidade de ganhar experiência e cumpriu os quatro quilómetros em 4.52.714 minutos, longe do tempo histórico Ganna, o actual grande especialista na vertente. Na qualificação começou por estabelecer uma nova marca mundial com um 4:04.252. Não satisfeito, na final tirou mais de um segundo: 4:02.647.

Não há muito tempo para recuperar para o trio português que no próximo fim-de-semana segue para Glasgow. A cidade escocesa vai receber mais uma Taça do Mundo. Maria Martins e Rui Oliveira vão continuar a sua missão no omnium, enquanto se aguarda para saber se haverá vaga no madison. Portugal é a primeira selecção de reserva, só sendo chamada caso uma das efectivas não se inscreva.

»»Um pouco mais de história agora no feminino e Tóquio2020 está a ficar mais perto««

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