15 de novembro de 2019

O ano em que se voltou a acreditar em Pinot

(Fotografia: Facebook Groupama-FDJ)
2019 ficará como a época em que a Groupama-FDJ não conseguirá afastar a sensação de que poderia ter sido "o" ano. Aquele que muito se aguarda em França: um francês vencer o Tour. Thibaut Pinot afastou rapidamente todas as dúvidas depois de tantas dificuldades em dar continuidade ao pódio de 2014. E muito se sonhou este Verão naquele país perante as fortes exibições do ciclista que, depois de duas temporadas sem o Tour ser o principal objectivo, ressurgiu forte no que mais lhe faltava: mentalmente. Porém, foi a parte física que fez todo o trabalho de meses acabar em lágrimas. Lesão maldita na perna que ainda hoje o corredor diz não saber bem o que aconteceu.

Tal como a AG2R, também a Groupama-FDJ foi muito de consumo interno a nível de vitórias, mas alcançou não só mais, como mais importantes. 14 dos 24 triunfos foram em casa, entre eles a etapa no Tour por Pinot e logo no mítico Tourmalet, para juntar ao Alpe d'Huez (2015). E grande parte da temporada da equipa foi em torno de Thibaut Pinot. Aos 29 anos era necessário que o líder regressasse ao Tour e mostrasse de vez se pode de facto ter aspirações a suceder a Bernard Hinault, o último francês a vencer a camisola amarela, em 1985. Pinot teve uma ascensão meteórica quando surgiu na equipa. A pressão tornou-se demasiada, mas finalmente está no ponto certo, depois de um final de 2018 muito forte: ganhou duas etapas na Vuelta, a Milano-Torino e o monumento da Lombardia.

Um problema muscular terminou com o grande Tour que Pinot estava a realizar. Foi na 19ª etapa que abandonou em lágrimas, numa desilusão que se estendeu aos adeptos daquele país, depois de uma Volta a França memorável, com a ajuda de outro francês: Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep).
Ranking: 12º (7319 pontos) 
Vitórias: 24 (incluindo uma etapa no Giro e no Tour) 
Ciclistas com mais triunfos: Thibaut Pinot, Arnaud Démare e Marc Sarreau (5)
A época, mesmo acabando desta forma, pelo menos trouxe a crença que é possível Pinot lutar pela vitória no Tour. E mais importante, Pinot acredita novamente que o pode fazer. O que de bom trouxe o ano para este ciclista, trouxe o oposto para Arnaud Démare. Preterido no Tour para a equipa se concentrar em Pinot, Démare lá ganhou uma etapa no Giro, mas este é um sprinter que convence cada vez menos. Somou cinco triunfos, mas tem dificuldades em alcançá-los no frente-a- frente com os principais nomes da especialidade.

Se Démare não melhorar, arrisca-se a perde estatuto para Marc Sarreau. Também somou cinco vitórias e está a crescer como sprinter, não surpreendendo se a Groupama-FDJ começar a chamá-lo cada vez mais para as principais corridas. E depois há David Gaudu, esse um trepador que dificilmente ficará muito mais tempo como o gregário de luxo, que se tornou imprescindível para Pinot. No entanto, um ciclista com a qualidade de Gaudu (tem apenas 23 anos) está destinado a muito mais. Mais um nome para a nova geração de tanto talento que em 2019 se afirmou.

O director da Groupama-FDJ, Marc Madiot, está tão confiante que tem uma equipa para o presente e com ciclista para aparecer no futuro próximo, que para 2020 se concentrou principalmente em manter quase todos os seus corredores, reforçando-se com dois da equipa de desenvolvimento, Alexys Brunel e Simon Guglielmi, e foi buscar um suíço de 26 anos à equipa Continental daquele país, a IAM Excelsior.

Já há algum tempo que a confiança na Groupama-FDJ não estava tão em alta e depois deste 2019, há razões para tal.


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