(Fotografia: © Team Ineos)
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Durante os primeiros meses, o foco foi como iria a Ineos gerir Froome e Geraint Thomas, o justíssimo vencedor do Tour de 2018. O galês queria ser líder, Froome é o líder por defeito e tanto ele como a Ineos querem ficar na história com uma quinta vitória, igualando o recorde. Ambos estiveram discretos toda a primeira fase da temporada. Era a aposta total na Volta a França. Entretanto, olhava-se para Bernal. Uma queda antes do Giro tirou-o da corrida. Uma pena, pensou-se então. O melhor estava para vir. Outra queda tirou Froome do Tour. A gravidade foi assustadora e ainda agora o britânico continua a ser submetido a intervenções cirúrgicas para tirar as placas que foram colocadas para ajudar à sua recuperação.
Sem Froome, Thomas assumiu uma liderança que a Ineos não escondeu muito que estava a dar a Bernal. Nada de novo para o galês. Já assim tinha sido em 2018, mas com Froome como "rival". Porém, a forma física de Thomas foi bem diferente da de há um ano e nem foi preciso um super Bernal para o Tour continuar a ser ganho pela Ineos, novo nome de uma Sky que perdeu o patrocinador e por umas semanas deixou algumas equipas a pensar que se terminasse, haveria muito bom ciclista disponível para contratar. Mas não. A Sky/Ineos não só continua, como realizou com sucesso a passagem de testemunho para uma nova geração, cujos muitos dos talentos estão precisamente na estrutura britânica.
Bernal é o expoente máximo (além do Tour, conquistou o Paris-Nice e a Volta à Suíça). Apesar de ter apenas 22 anos, a sua maturidade permite que seja um líder que dá toda a confiança para uma corrida como a Volta a França. Mas em 2019 a Ineos também ficou com a certeza que Pavel Sivakov (vencedor da Volta aos Alpes, da Polónia e top dez no Giro) e Tao Geoghegan Hart podem ter papéis importantes, estando prontos para a responsabilidade. A Vuelta não correu de feição a Hart em termos de classificação geral, aliás foi uma grande volta atípica na Ineos que teve uma prestação fraca, com o britânico a ser a figura ao ficar perto, mais do que uma vez, de ganhar uma etapa. Mas ainda há um Eddie Dunbar, um Jhonatan Narváez e um Iván Ramiro Sosa cuja evolução está a ser interessante e prometedora após um ano de Ineos.
Ranking: 6º (10547,08 pontos)
Vitórias: 26 (incluindo a geral no Tour, Paris-Nice, Volta à Polónia, Volta aos Alpes e Volta à Suíça)
Ciclista com mais triunfos: Egan Bernal (5)
A desilusão chama-se Gianni Moscon. Falou muito no início de temporada em estar bem nas clássicas e no Giro, onde até queria tentar liderar. Depois esteve muito mal nas clássicas e nem foi à Volta a Itália. Este ano até esteve mais bem comportado, sem suspensões ou expulsões, mas assim, com estas exibições Moscon poderá ser sempre um homem de trabalho importante, mas, por agora, dá poucas garantias para ser um líder. Com tantos e bom ciclistas na Ineos, Moscon sabe que 2020 pode ser decisivo para definir um estatuto mais relevante na equipa.
Os responsáveis da Ineos estarão mais preocupados para a próxima temporada em saber se Froome poderá recuperar um nível que lhe permita perseguir o grande objectivo de carreira nesta fase, a tal quinta vitória no Tour. Com Bernal está assegurada a sucessão do trono, que Thomas nunca alcançará. Aos 33 anos, o galês vai à procura de poder ainda ganhar um Giro ou eventualmente a Vuelta, ainda que Bernal esteja aos poucos a tentar impor a sua palavra. Porém, dada a sua idade, nem a vitória no Tour ainda lhe confere essa força. Por enquanto.
O colombiano não esconde que gostaria de tentar ganhar a Volta a Itália, deixando o Tour para Froome, mas a equipa não quer arriscar e não está a querer ceder à vontade do jovem colombiano. Como quase sempre - excepção feita em 2018 quando Froome foi ao Giro - na Ineos é tudo e tudo pelo Tour. Se o britânico não conseguir estar a 100%, então a Ineos quer Bernal preparado. O colombiano é que já não está muito convencido em ser um plano B. O que se entende.
O colombiano não esconde que gostaria de tentar ganhar a Volta a Itália, deixando o Tour para Froome, mas a equipa não quer arriscar e não está a querer ceder à vontade do jovem colombiano. Como quase sempre - excepção feita em 2018 quando Froome foi ao Giro - na Ineos é tudo e tudo pelo Tour. Se o britânico não conseguir estar a 100%, então a Ineos quer Bernal preparado. O colombiano é que já não está muito convencido em ser um plano B. O que se entende.
O problema de Thomas poderá mais chamar-se Richard Carapaz. Chega da Movistar como o vencedor precisamente do Giro. Tantos líderes! Na Movistar foi uma receita desastrosa, mas a Ineos lá vai gerindo a situação, ainda que para 2020 comece a parecer que alguém não vai gostar das decisões e Thomas é, para já, o elo mais fraco nesta cadeia de liderança.
De referir que quanto a reforços, apesar de se falar de Andrey Amador e Rohan Dennis também já ter sido dado como estando a caminho da Ineos, para já, além de Carapaz, a Ineos contratou dois jovens talentos: um colombiano, Brandon Rivera (23 anos) e um espanhol que a equipa disse ser dos maiores talentos da sua geração, Carlos Rodriguez. Tem apenas 18 anos e é mais um corredor a conseguir entrar no World Tour após apenas um ano na Kometa de Alberto Contador e Ivan Basso. Neste caso nem chegou à equipa principal, pois estava ainda nos juniores.
De referir que quanto a reforços, apesar de se falar de Andrey Amador e Rohan Dennis também já ter sido dado como estando a caminho da Ineos, para já, além de Carapaz, a Ineos contratou dois jovens talentos: um colombiano, Brandon Rivera (23 anos) e um espanhol que a equipa disse ser dos maiores talentos da sua geração, Carlos Rodriguez. Tem apenas 18 anos e é mais um corredor a conseguir entrar no World Tour após apenas um ano na Kometa de Alberto Contador e Ivan Basso. Neste caso nem chegou à equipa principal, pois estava ainda nos juniores.
Certo é que como Sky esta equipa sobre crescer e tornar-se na referência em provas por etapas, contribuindo para uma mudança na forma de encarar o ciclismo. Após uma década de existência, a agora Ineos mostrou como se faz uma mudança de geração sem perder capacidade de vencer. Talvez não domine tanto como outrora, também porque as outras equipas começaram a "perder o respeito", por assim dizer. Mas relativamente à corrida que todos querem ganhar, o Tour, já lá vão sete vitórias em oito anos: quatro para Froome e uma para Bradley Wiggins, Thomas e Bernal (Vincenzo Nibali intrometeu-se em 2014, numa edição em que Froome abandonou após queda). A pergunta continua a ser: quem bate a Ineos?
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