17 de novembro de 2019

Trek-Segafredo com final de temporada memorável no ano de ascensão de Ciccone

(Fotografia: Facebook Trek-Segafredo)
Uma boa parte do melhor da Trek-Segafredo foi guardada para o final da temporada. Não tendo sido uma época ganhadora, 2019 demonstrou que os jovens que a equipa tem contratado, podem mesmo ser apostas ganhas, ainda que no final foram os mais experientes a salvar os números fracos da formação americana. Com a excepção de um. Quando menos se esperava, um desses jovens ciclistas - mas que não tinha estado bem até então - surpreendeu tudo e todos ao sagrar-se campeão do mundo. Mads Pedersen estavam bem encaminhado para ser uma das desilusões da temporada, depois de um 2018 de revelação. Antes Giulio Ciccone tinha sido a grande figura, numa primeira época no World Tour simplesmente brilhante, enquanto a fechar Bauke Mollema conquistou um monumento.

Começando por Pedersen, o próprio admitiu que não teve um bom ano, mas como basta um dia muito bom para tudo mudar, inclusivamente uma carreira, Pedersen teve esse dia no temporal de Yorkshire. Foi uma vitória pela selecção dinamarquesa, mas é a Trek-Segafredo que vai tirar o maior dos proveitos ao ter a camisola do arco-íris e toda a notoriedade que traz a quem a usa e aos patrocinadores.

Poderá servir de motivação para Pedersen recuperar os níveis de 2018 e continuar a evoluir, ainda que a pressão será exponencialmente maior. Tem 23 anos e nas clássicas ninguém o vai menosprezar. Entre Setembro e Outubro a Trek-Segafredo alcançou cinco das suas 11 vitórias na temporada, ao que se soma o título mundial. Se até então nomes como Matteo Moschetti (23 anos), Ryan Mullen (25) e claro Giulio Ciccone (24) eram dos mais falados - principalmente o de Ciccone - por estarem a demonstrar ser ciclistas de futuro, Bauke Mollema, Edward Theuns e Jasper Stuyven mostraram que a experiência também continua a valer e muito à Trek-Segafredo.
Ranking: 10º (8268 pontos)  
Vitórias: 11 (incluindo uma etapa no Giro - acresce o título mundial ganho por Pedersen)  
Ciclistas com mais triunfos: Bauke Mollema e Giulio Ciccone (2)
Estes ciclistas terminaram a época a vencer, ao contrário de um John Degenkolb que praticamente caiu no esquecimento. Aposta completamente falhada da equipa, com o alemão a estar de partida para a Lotto Soudal, para tentar recuperar uma carreira em queda livre. Richie Porte também não consegue reencontrar-se com a sua melhor versão e não terá muitas mais oportunidades, ainda mais com a chegada de Vincenzo Nibali.

Mollema pode estar a ser ultrapassado na hierarquia para as grandes volta, mas vencer um monumento é sempre um marco na carreira e a vitória na Lombardia ajuda a que não se possa dizer que tudo foi mau na temporada para a Trek-Segafredo.

A equipa precisa de continuar a sua reestruturação e apesar de ter contratado um dos veteranos do pelotão, Nibali é para resultados imediatos, também muito a pensar em agradar o patrocinador italiano, Segafredo. Aos poucos, a equipa americana vai construir um bloco que faça de Ciccone o sua figura nas provas por etapas - Kenny Elissonde (Ineos) pode ser um reforço importante para o papel de gregário -, enquanto Pedersen e Mullen serão apostas nas clássicas, sem esquecer o super regular Stuyven - não vence muito, mas está quase sempre entre os melhores -, enquanto no sprint Moschetti e Jacopo Mosca vão ter maior protagonismo.

E haverá ainda um outro campeão do mundo, mas de sub-23, que irá concentrar algumas atenções. O americano Quinn Simmons vai começar a evoluir ao mais alto nível nas provas por etapas. Já agora, Mollema também foi campeão mundial, mas de contra-relógio por equipas misto.

O ano pode ter acabo bem, mas esta equipa precisa de fazer melhor durante toda a temporada tendo em conta os investimentos que faz. As grandes contratações não têm trazido os resultados ambicionados, mas os de jovens talentos que têm chegado estão a mostrar que pode ser muito bem sucedidos. Ciccone foi a maior prova disso, com uma etapa ganha no Giro, a camisola da montanha e ainda foi ao Tour vestir dois dias a amarela. Numa primeira fase de 2020 vai estar ao lado de Nibali na Volta a Itália, mas se continuar a mostrar o mesmo elevado nível, vai ter a sua oportunidade de liderança ainda em 2020.


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