(Fotografia: © João Fonseca Photographer/Volta ao Algarve) |
Mantém a génese, mas "baralha" as etapas, proporcionando um fim-de-semana de tiradas decisivas. A Volta ao Algarve não sofrerá grandes alterações quanto ao percurso, nem nos locais de partida e chegada, contudo, o contra-relógio surgirá no último dia, após a subida ao Alto do Malhão, que em anos recentes tem fechado a prova. A mudança poderá obrigar a uma alteração de táctica tanto entre os ciclistas que não são especialistas no esforço individual, como nos que fazem desta vertente um (ou mesmo o) ponto forte.
Lagoa voltará a ser o palco do contra-relógio, como nas últimas duas edições, com 20,3 quilómetros para definir o vencedor da 46ª edição da Algarvia, entre 19 e 23 de Fevereiro. As etapas serão as seguintes:
- Portimão-Lagos
- Sagres-Alto da Fóia
- Faro-Tavira (mais de 200 quilómetros)
- Albufeira-Alto do Malhão
- Lagoa-Lagoa (20,3 quilómetros)
As distâncias e mais pormenores sobre o percurso ficaram guardados para serem divulgados mais tarde, mas a Volta ao Algarve continuará a ter duas etapas para sprinters (primeira e terceira), duas para trepadores (segunda e quarta) e um contra-relógio. Ou seja, agrada aos diferentes estilos de ciclistas, o que tem sido um ponto forte na altura de seduzir as grandes equipas e alguns dos principais nomes da modalidade a escolherem a corrida portuguesa.
A crescente concorrência em Fevereiro de provas, principalmente no Médio Oriente, não facilita as organizações das corridas europeias, mas é novamente esperado na Algarvia um pelotão muito interessante, com várias figuras do World Tour. Michal Kwiatkowski, por exemplo, já admitiu que a Algarvia está nos seus planos provisórios para o arranque de temporada. O polaco venceu em 2014 e 2018 e foi segundo em 2015 e 2017. A confirmar-se, significará que a Ineos continuará a marcar presença numa corrida que tanto gosta de ganhar. Mas para saber que equipas World Tour e Profissionais Continentais estarão presentes, também terá de se esperar mais um pouco.
Quanto ao percurso, Portimão repetirá o ponto de partida da Volta ao Algarve, depois de ter sido o local escolhido para tal em 2019. Os pontos de chegada mantêm-se inalterados, mas o contra-relógio estava colocado a meio da corrida e o Alto do Malhão tem decidido o vencedor. Em 2020, as duas passagens pela curta mas difícil subida da Serra do Caldeirão (2,5 quilómetros com inclinação média de 9,9%) serão no sábado e "divididas" por um percurso mais curto do que o que tem sido escolhido. Terá cerca de 20 quilómetros. O objectivo passa por tentar que a etapa seja ainda mais atacada, do que normalmente já é.
Para quem não é tão forte no contra-relógio, poderá estar obrigado a tentar ganhar no Malhão a maior distância possível para os especialistas, dependendo, claro, do que já terá sido feito na tradicional subida ao Alto da Fóia, na Serra de Monchique. Para esta etapa a organização desvendou também um pormenor: os ciclistas terão de subir o Alferce e Pomba, antes da Fóia e a Pomba estará muito mais perto da dificuldade final. É uma ascensão de 3,9 quilómetros com pendente média de 7,1%, cujo topo estará a apenas sete quilómetros do início da subida à Fóia. Esta terá oito quilómetros a uma média de 6,3% de inclinação. Em 2019, quase 30 quilómetros separaram a Pomba da Fóia.
A última vez que o contra-relógio decidiu o vencedor, a Algarvia foi ganha por um dos maiores especialistas de sempre: o quatro vezes campeão mundial, Tony Martin. O alemão ganhou em 2011 e 2013. No primeiro ano tirou a amarela no contra-relógio final a Steve Cummings e no segundo a Sergio Henao, tendo ganho a etapa em ambas as ocasiões.
Em 2019, o vencedor foi o jovem Tadej Pogacar, naquele que foi o arranque de uma temporada de estreia no World Tour para recordar do esloveno, umas das novas estrelas em ascensão do ciclismo mundial, que tem apenas 21 anos.
De referir que o Algarve Granfondo também já tem data marcada e em 2020 irá realizar-se no dia da última etapa da corrida, no domingo de Carnaval, em Lagoa.
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