(Fotografia: © Photo News/Lotto Soudal) |
No ano pós-Greipel, no que diz respeito aos sprints a Lotto Soudal encontrou um sucessor que não demorou a dar garantias de vitórias e que mostrou que estava mesmo preparado para ir à Volta a França. Caleb Ewan é uma certeza nesta especialidade. Quanto às clássicas, foi uma época aquém, não ajudando que Tiesj Benoot continue a ser regular entre os primeiros, mas não consegue terminar com mais vitórias. Tim Wellens cumpriu e a Lotto Soudal tinha razões para estar satisfeita com a sua temporada, pois também via um dos seus jovens aparecer cada vez melhor. Bjorg Lambrecht estava em fase de afirmação e a sua morte marcou inevitavelmente a equipa.
O acidente aconteceu em Agosto, na Volta à Polónia e deste então que a Lotto Soudal teve de garantir que os seus ciclistas lidassem com uma situação de perda de um jovem de apenas 22 anos, um companheiro de equipa e para alguns também um amigo. Lambrecht estava a evoluir nas provas por etapas e era uma das esperanças belgas para ser uma figura entre a nova geração que está a a despontar no ciclismo. Venceu a classificação da juventude no Critérium du Dauphiné, o que deixou a equipa a pensar que poderia em pouco tempo ter um ciclista que pudesse apostar além de Tim Wellens, com Lambrecht a poder pensar mais nas gerais das grandes voltas do que o que faz o compatriota.
Estes planos foram tragicamente interrompidos, após uma temporada de sucesso para a Lotto Soudal. Porém, a Vuelta traria para a ribalta um ciclista desta equipa. Carl Fredik Hagen foi contratado à Joker Icopal do escalão Continental e, agora com 28 anos, acabou por ser uma das revelações de 2019. Foi fazendo boas exibições durante a temporada, inclusivamente no Critérium du Dauphiné e antes na Volta à Romandia, por exemplo
Talvez por a Lotto Soudal ser uma equipa que tendencialmente aposta na procura por vitórias de etapas, Hagen não foi muito valorizado quando entrou no top dez na 13ª etapa. No entanto, as exibições foram subindo de nível com o passar da Vuelta, terminou na oitava posição e agora vai ser certamente mais valorizado!
Talvez por a Lotto Soudal ser uma equipa que tendencialmente aposta na procura por vitórias de etapas, Hagen não foi muito valorizado quando entrou no top dez na 13ª etapa. No entanto, as exibições foram subindo de nível com o passar da Vuelta, terminou na oitava posição e agora vai ser certamente mais valorizado!
Ranking: 9º (8741,94 pontos)
Vitórias: 23 (incluindo duas etapas no Giro e três no Tour)
Ciclista com mais triunfos: Caleb Ewan (10)
Hagen poderá ser homem para geral, enquanto Wellens prefere as provas de uma semana e perseguir as etapas nas grandes voltas. Cinco vitórias em 2019 e o belga continua a ser uma garantia de bons resultados. Tal como Thomas de Gendt. Mais uma daquelas vitórias ao estilo como este ciclista tanto gosta. Um ataque no momento certo e uma capacidade enorme de fazer autênticos contra-relógios a manter toda a concorrência longe, é a receita de sucesso deste enorme corredor. Porém, fica a sensação que esta ideia de tentar bater o recorde do companheiro Adam Hansen de participações consecutivas em grandes voltas e sempre a terminar, está a tirar algum fôlego a De Gendt, que chegou esgotado à Vuelta.
No que a Lotto Soudal ficou aquém foi nas clássicas. E sendo uma formação belga, isso simplesmente não pode acontecer. Tiesj Benoot continua a ser um dos melhores no pavé, mas não conseguiu dar continuidade à vitória na Strade Bianche do ano passado. É ainda um ciclista com potencial para as provas por etapas, mas não foi um 2019 tão forte como desejaria. Benoot sentiu que estava na altura de mudar de ares e depois de cinco anos na Lotto Soudal, vai reforçar uma Sunweb à procura de uma figura principal, após a saída de Tom Dumoulin. Mesmo que possa sempre tentar mostrar o seu valor nas grandes voltas, é nas clássicas que o belga quer novamente apostar mais.
A precisar de mais nas corridas de um dia, a Lotto Soudal resolveu recorrer à experiência. Philippe Gilbert vai regressar à equipa na qual conquistou muitas das suas marcantes vitórias. E dele espera-se sempre algo de fenomenal. Já a contratação de John Degenkolb levanta muitas dúvidas. Quando parece que está a regressar ao seu melhor - como quando ganhou a etapa de Roubaix no Tour em 2018 -, o alemão volta a desaparecer no anonimato dos resultados banais. A oportunidade como a que a Lotto Soudal lhe está a dar pode não surgir muito mais vezes.
A equipa não foi tão forte nas clássicas como quer, mas Caleb Ewan compensou a falta de resultados nessas corridas nos sprints. Iria fazer esquecer Greipel? O alemão nunca será esquecido, mas pelo menos Ewan conseguiu que rapidamente se deixasse de falar na partida de Greipel e se falasse da sua chegada triunfal. Foi ao Giro ganhar duas etapas e depois conseguiu finalmente estrear-se no Tour. Na Mitchelton-Scott estava a ser preterido porque a equipa olhava mais para a classificação geral com os gémeos Yates. Foi isso que o fez mudar-se para a Lotto Soudal. Ganhou três etapas e não admira que considere que já deveria ter ido ao Tour mais cedo.
Tem apenas 25 anos e depois de ter assegurado que mais ninguém duvidasse que pode ganhar aos melhores e nos principais palcos - somou ao todo 10 vitórias -, segue-se um 2020 importante para que mostre que saberá lidar com a pressão de ser um dos favoritos.
De referir ainda que a Lotto Soudal apoiou Victor Campenaerts no seu objectivo de se tornar o recordista da hora. Mais uma aposta ganha, com o belga a bater a marca de Bradley Wiggins. Fez 55,089 quilómetros. O belga está de saída para a NTT (novo nome da Dimension Data), depois de uma temporada que, após alcançar o recorde, não decorreu como desejado a nível de resultados.
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