25 de outubro de 2019

Director do Giro quer convencer Egan Bernal a escolher a grande volta italiana

(Fotografia: © Team Ineos)
Peter Sagan confirmar que se vai estrear na Volta a Itália é um momento de alegria para Mauro Vegni. Poucos ciclistas rivalizam com o eslovaco quanto a mediatismo e é um ciclista que não vai para uma corrida com outro pensamento que não seja somar vitórias. Porém, se a parte dos sprints e luta pela camisola dos pontos já tem um grande nome para começar, o director do Giro deseja contar com a nova estrela das grandes voltas e até espera juntar os corredores que poderão vir a ser os seus rivais nos próximos anos. Depois de há dois anos Chris Froome ter sido o pretendido, Vegni vira as suas atenções para Egan Bernal e está disposto a pagar para ter o colombiano em Itália.

Richard Carapaz esteve na apresentação do percurso, na quinta-feira, e deixou indicações de que poderá regressar para tentar vencer novamente a grande volta. Vai trocar a Movistar pela Ineos, pelo que o equatoriano sabe que seja qual for a corrida em que esteja, haverá sempre outro forte ciclista a poder disputar o estatuto de líder. Se Chris Froome recuperar das lesões da grave queda de Junho, irá ao Tour e Bernal deixou em aberto a possibilidade de eventualmente não ir a França, apesar de ter ganho este ano a grande volta aos 22 anos. Vegni sabe que poderá ter argumentos para convencer o colombiano e a Ineos.

"Se isso acontecer [Froome for ao Tour], então não sei se o Bernal é o ciclista ideal para o ajudar... Poderá haver outras opções. Penso que a decisão da Ineos irá depender da saúde e forma dos seus corredores", referiu Vegni. O director do Giro ainda não iniciou qualquer conversação com a Ineos, mas a hipótese de oferecer uma verba para garantir Bernal poderá ser uma forma de ter o colombiano em Itália. Era suposto ter competido este ano, mas uma queda levou-o a mudar os planos. Foi ao Tour e ganhou!

Vegni terá oferecido cerca de 1,4 milhões de euros para ter Froome na edição de 2018, depois do britânico ter ganho o Tour e a Vuelta. E não se arrependeu. O responsável da corrida ainda passou por momentos difíceis com as suspeitas que Froome teria utilizado indevidamente uma substância para a asma na Volta a Espanha, num episódio longo e nada benéfico para ninguém. Foi ilibado pouco antes do Giro começar e aquela etapa de Bardonecchia (80 quilómetros de fuga pela montanha) será sempre um dos momentos marcantes do ciclismo. E venceu o Giro.

Além de Bernal, Vegni gostaria ainda de juntar Geraint Thomas para assim ter um trio muito forte da Ineos. A expectativa até é que o galês vá mesmo ao Giro e para enfrentar a equipa britânica, o percurso com três contra-relógios poderá ter deixado a Jumbo-Visma a pensar em juntar Primoz Roglic ao seu reforço para 2020, Tom Dumoulin. Depois de desiludir no Tour, Romain Bardet e a AG2R terão ponderado em mudar de ares e apostar no Giro, mas com três contra-relógios, Itália não é a melhor das opções se o plano for para lutar pela geral.

Mas é a nova geração que a Volta a Itália gostaria de poder juntar. Remco Evenepoel poderá estrear-se em grandes voltas pela Deceuninck-QuickStep no Giro e Tadej Pogacar, terceiro na Vuelta, também poderá ser aposta da UAE Team Emirates. Todos nomes que Vegni não se importaria de ver na lista de inscritos e assim ter no Giro o primeiro grande embate entre os ciclistas do futuro, que já são bem o presente, depois do que fizeram em 2019.

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