17 de maio de 2018

A dança de patrocinadores que poderá salvar a estrutura da BMC

Um dia depois de Jim Ochowicz, director da equipa BMC, ter dito que não havia limites para garantir o futuro da estrutura, surge a notícia que a situação poderá estar em vias de ficar resolvida. Talvez isso explique a aparente tranquilidade do responsável, que tem Richie Porte a ameaçar começar a procurar uma nova equipa, se não houver boas notícias até ao final do mês. A confirmar-se o que foi esta quinta-feira divulgado será uma autêntica dança de patrocinadores, que afectará outras duas equipas do World Tour.

As informações foram avançadas pelo jornal holandês De Telegraph e já com eco no Cycling Weekly. E a dança poderá ser assim: a BMC deixará a equipa do principal escalão, entrando a Giant e a Deloitte. A primeira, marca de bicicletas, deixará a Sunweb, enquanto a empresa de consultoria poderá não apoiar mais a Dimension Data. A Giant há cerca de dez anos que apoia a actual Sunweb - chegou a estar no nome oficial - que agora se tem tornado numa das mais importantes equipas do pelotão, principalmente desde que Tom Dumoulin ganhou o Giro, no ano passado, e também pela conquista dos títulos mundiais de contra-relógio (individual e colectivo). A Deloitte juntou-se à formação sul-africana quando esta subiu ao escalão do World Tour, ajudando a suportar o elevado custo que foi contratar Mark Cavendish.

Sai a Giant, entra a Cervélo. A marca holandesa também deverá deixar a Dimension Data e passará não só a fornecer as bicicletas para a Sunweb, como poderá mesmo ter o seu nome na equipa, ou seja, Sunweb-Cervélo. De recordar que recentemente a agência de viagens renovou contrato sem colocar um tempo limite na sua ligação ao ciclismo.

A Dimension Data fica assim um pouco mais desamparada. A equipa sul-africana não está a realizar uma temporada muito animadora (apenas três vitórias e nenhuma do World Tour) e já no ano passado a época não foi fácil: apesar das 25 vitórias, apenas três foram de corridas da principal categoria. A estreia no World Tour em 2016 foi muito prometedora, com 32 vitórias, cinco na Volta a França por intermédio de Cavendish, mas tem estado em quebra desde então.

A BMC volta aqui a ser falada, pois a marca poderá fornecer as bicicletas à equipa sul-africana, mas seria apenas a esse nível a sua colaboração. Há outra hipótese: a Bianchi estará à procura de mais uma equipa para colocar as suas bicicletas e assim ter uma maior presença no pelotão. Ou seja, além da Lotto-Jumbo - que para o ano será apenas Jumbo - a Bianchi forneceria a Dimension Data, em condições idênticas ao que faz na equipa holandesa.

Nenhuma destas informações foi confirmada por parte dos intervenientes, mas com o avançar da temporada e com a aproximação da fase em que os ciclistas e as próprias equipas gostam de começar a resolver a questão dos contratos para 2019, não deverá demorar muito a começar a perceber se esta dança de patrocinadores irá concretizar-se.

A boa notícia será principalmente que uma das melhores estruturas do ciclismo estará perto de garantir a sua continuidade. A chamar-se BMC ou com novo nome, o importante é que se mantenha na estrada.



Sem comentários:

Enviar um comentário