30 de maio de 2018

Betancur pode estar de saída da Movistar já em Agosto

(Fotografia: Movistar)
O mercado de transferências só abre a 1 de Agosto, mas a maioria dos ciclistas e das equipas gostam de resolver a próxima época antes da Volta a França. Alguns dos contactos até costumam ser feitos durante os dias de descanso do Giro. Também por isso começam a surgir nesta altura da temporada possibilidades de contratações e nem sempre apenas de quem está em final de contrato. No ciclismo é raro um corredor quebrar o vínculo, mas não é inédito. O nome de Carlos Betancur foi lançado como um hipótese para deixar a Movistar já em Agosto, contudo, o colombiano, afirmou que não sabe de nada e que só pensa em recuperar do esforço do Giro e regressar à competição a pensar na Vuelta e numa eventual presença nos Mundiais. Tem contrato até 2019.

Com a época de 2017 a terminar, Betancur não quis ficar na sombra de Nairo Quintana, Alejandro Valverde e do anunciado reforço para o ano seguinte, Mikel Landa. O colombiano tinha dado demonstrações que estava a recuperar a sua melhor versão (ou pelo menos uma melhor versão) e as imagens de Betancur com o rosto ferido, a cortar a meta em Cuenca, na Vuelta, como que serviram de prova para a mudança de atitude de um ciclista que quando esteve na AG2R chegou a nem sequer dar notícias à sua equipa do seu paradeiro e a deixar-se engordar.

Betancur aproveitou o estado de graça que tinha conquistado na Movistar com algumas vitórias e outros bons resultados, para pedir a oportunidade para liderar a Movistar numa grande volta. Entretanto renovou contrato por mais dois anos. Eusebio Unzué, que acreditou que poderia recuperar este ciclista - que chegou a ser dos mais promissores colombianos há cinco anos -, abriu-lhe as portas do Giro. Com ele iria o jovem talento Richard Carapaz. Betancur acabou completamente ofuscado pelo equatoriano e teve mesmo de ajudar o companheiro, que não só lutava pela camisola da juventude, como estava no top dez. E ganhou uma etapa.

Betancur foi 15º, a uns longíquos 41:48 minutos de Chris Froome. A performance abaixo do desejado poderá significar que o colombiano dificilmente terá uma nova oportunidade. Além do trio referido e de Richard Carapaz ser a próxima grande aposta da equipa, a Movistar tem ainda Marc Soler (vencedor do Paris-Nice) e Jaime Rosón está como que na "fase de formação" e a Volta Espanha poderá ser o palco em que o espanhol começará também ele a conquistar o seu espaço. A Betancur não restará nada mais do que o papel de gregário. A Gazzetta dello Sport escreve que o ciclista, de 28 anos, não verá com maus olhos uma possível mudança já em Agosto e que a Movistar não estará satisfeita com as recentes exibições do colombiano. O destino? A UAE Team Emirates, onde está o português Rui Costa.

Betancur até terá como primeira missão a de ajudar Fabio Aru, caso o italiano não vá ao Tour - que poderá ficar apenas para Daniel Martin - e seja escalado para a Vuelta. As deficiências colectivas da equipa dos Emirados ficaram completamente expostas no Giro e a má forma do seu líder também não ajudou. Aru acabaria mesmo por abandonar. Betancur poderá estar a ser visto não só como um homem importante para ajudar, mas para eventualmente ser mais uma opção para as grandes voltas. Ficaria como o terceiro na hierarquia, por assim dizer, atrás de Aru e Martin.

Porém, Betancur disse que só teve conhecimento deste alegado interesse pela notícia do jornal italiano. "Só penso em fazer um bom papel na  [Volta à] Polónia e logo verei a que outras corridas a equipa me levará. Espero que a Movistar esteja bem no Tour e eu gostaria de render bem na Vuelta e, quem sabe, assim ser seleccionado para os Mundiais", referiu o ciclista à Marca Claro Colombia. Já o seu empresário disse ao Cycling News que "todas as possibilidades estão em aberto".

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