17 de maio de 2018

Não há descanso nesta Volta a Itália

(Fotografia: Giro d'Italia)
Descansar no Giro? Pura ilusão. Se alguém foi para a etapa desta quinta-feira a pensar em recuperar algumas forças para o fim-de-semana, foi bem enganado. As palavras de Simon Yates resumem bem o que tem acontecido na Volta a Itália, recheada de acção: "É difícil dizer se alguma vez recuperas durante uma grande volta. Todos os dias são difíceis. Não há dias fáceis aqui no Giro."

A etapa era novamente acima dos 200 quilómetros (214), mas só o final criava maiores preocupações com uma quarta categoria e uma descida que se tornou mais perigosa devido à chuva. E essas preocupações até seriam mais para os sprinters na habitual guerra da colocação. No entanto, o circuito final, que incluiu o autódromo de Imola onde estava instalada a meta, acabou por provocar mais problemas do que o esperado, também devido à "ajuda" do mau tempo que marcou os quilómetros finais. O pelotão chegou a partir-se em diversos grupos. Houve quem apanhasse um valente susto, como foi o caso de Domenico Pozzovivo (Bahrain-Merida), Richard Carapaz (Movistar) e Miguel Ángel López (Astana), mas todos os outros tiveram de trabalhar muito para garantir que não ficavam em nenhum corte.

Elia Viviani pode não pensar na geral, mas tinha a obrigação de estar na frente. Ficou cortado e acabou mesmo sem a ajuda da Quick-Step Floors que percebeu que uma perseguição seria infrutífera. Apostou antes em Zdenek Stybar. Ataque, contra-ataque, um corte aqui, um corte ali, fecha espaço... Quando finalmente os ciclistas cortaram a meta foi um respirar de alívio. Nenhum dos candidatos ao top dez perdeu tempo, com o português José Gonçalves (Katusha-Alpecin) a entrar também com o grupo principal. Pode conferir aqui as classificações.

No sprint, Sam Bennett deixou todos a léguas. Sem Viviani, o irlandês não desperdiçou a oportunidade de empatar em vitórias com o italiano (também Yates tem duas) e aproximou-se na luta pela camisola ciclamino (dos pontos). São apenas 22 os pontos que os separam, com Viviani a manter a liderança nesta classificação, que ganhou novo interesse. Esta sexta-feira, Bennett e Viviani poderão ter a oportunidade de desempatar. A etapa entre Ferrara e Nervesa della Battaglia terá 180 quilómetros e haverá novamente uma quarta categoria perto do final. Mas será bem mais simpática, ainda que tenha uma extensão de cerca 11 quilómetros. A pior rampa terá no máximo 9% de pendente. Serão depois 20 quilómetros, parte a descer e a fase final em plano, até à meta.



Poder-se-ia dizer que seria um bom dia para respirar, dentro do possível, a pensar no fim-de-semana que terá um Zoncolan à espera e uma etapa de domingo de muita montanha. Porém, perante tudo o que tem acontecido, em que praticamente todos os dias os homens da geral são chamados a muito trabalho... Um dia tranquilo até seria estranho! E se os ciclistas não se importariam de o ter, por parte de quem assiste à corrida, esta está a ser uma Volta a Itália emotiva. Não houve grandes motivos para bocejar durante as etapas, até agora! Muito pelo contrário!




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