André Greipel mandou calar ao celebrar 150 vitórias

Aos 35 anos, André Greipel já não consegue esconder que entrou numa fase descendente da carreira. Isso não significa que não continue a ganhar, que não tenha capacidade para ainda alcançar uma ou outra grande vitória e que não se mantenha tão ambicioso como quando venceu a sexta etapa da Volta à Dinamarca, a 8 de Agosto de 2005, naquela que foi a sua primeira vitória como profissional. Greipel ainda não vai baixar os braços e para que ninguém duvide que devem continuar a temê-lo, voltou a vencer depois de estar dois meses a recuperar de uma clavícula partida na Milano-Sanremo. E só para tornar um pouco mais especial o momento, Greipel somou a 150ª vitória da carreira.

Os festejos do triunfo na segunda etapa dos 4 Dias de Dunkerque não passaram despercebidos. Greipel não os explicou, mas ao cortar a meta mandou calar. Alguém em especial? Muitas têm sido as dúvidas se Greipel ainda tem capacidade para estar na discussão dos sprints frente aos principais rivais, alguns com menos dez anos que ele. Os seus número caíram no ano passado. Entre 2008 e 2017, só em 2011 o alemão não tinha alcançado pelo menos a dezena de triunfos. No ano passado ficou-se pelos cinco, falhando o objectivo no Tour, apesar de ter alcançado um no Giro. Ficar em branco em França significou que interrompeu uma impressionante senda de 12 grandes voltas sempre a ganhar pelo menos uma etapa.

O festejo em causa

Será no Tour que Greipel irá jogar praticamente toda a sua temporada, até porque aproxima-se a altura para renegociar um contrato que termina no final do ano. Durante a grande volta, o ciclista irá celebrar o seu 36º aniversário (16 de Julho). "É sempre um alívio ganhar, especialmente porque estive fora da competição durante sete semanas. Atingimos o nosso objectivo ao ganhar uma etapa. Viemos para aqui para treinar o comboio para o Tour. Precisamos de nos habituar aos mecanismos nas próximas semanas. Hoje [quarta-feira] foi um sucesso", salientou, citado pela sua equipa, a Lotto Soudal.

Para o alemão é ainda mais motivante o triunfo ter surgido logo no segundo dia de regresso às corridas. Até admitiu que ficou surpreendido. Foi a terceira vitória em 2018, depois das duas etapas no Tour Down Under, em Janeiro, no que parecia ser o regresso em força do Gorila, como é conhecido, o que acabou por não se confirmar.

Pode-se não saber se queria mandar calar alguém em específico, mas 150 vitórias não deixam dúvidas que se está perante um ciclista que marcou os sprints, que começou por se destacar como lançador de Mark Cavendish, antes de procurar ser ele o protagonista. 11 etapas no Tour, sete no Giro, mais quatro na Vuelta são o seu principal cartão de visita. E não se pode deixar de ter em conta que se debateu com dois dos grandes sprinters da história: Cavendish e Marcel Kittel.

Greipel nunca virou a cara a uma luta e não vai virar a mais uma. O alemão ainda quer viver mais uns grandes momentos antes de eventualmente começar a pensar em terminar a carreira. O ciclista alemão irá estar na Volta à Bélgica e à Suíça antes de atacar o Tour.

Entretanto, a corrida francesa dos 4 Dias de Dunkerque prosseguiu hoje com mais um ciclista a parecer querer deixar uma mensagem. Um dia depois de ter sido publicada a notícia que Nacer Bouhanni terá estado envolvido em agressões com um director desportivo da Cofidis e do responsável máximo da equipa, Cédric Vasseur, o ter avisado que não tinha o lugar garantido no Tour, o francês finalmente venceu em 2018. Não chega, mas é um sinal de reacção de Bouhanni no sítio certo. É na estrada que tem de lutar.

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