(Fotografia: Bahrain-Merida) |
Ainda faltam seis meses, com muito por discutir até aos Mundiais de Innsbruck. Porém, o percurso muito montanhoso fez com que a camisola do arco-íris se tornasse objectivo para alguns dos principais trepadores do pelotão, como Vincenzo Nibali e Mikel Landa, por exemplo. E o italiano está determinado em juntar mais uma grande vitória a um currículo que este ano já conta com mais um monumento, a Milano-Sanremo, depois de ter vencido duas Lombardias. Para quem também venceu as três grandes voltas é normal que olhe para os Mundiais como a prova que lhe falta vencer.
Por isso mesmo, Nibali já está a preparar essa participação e foi até Innsbruck conhecer o que lhe espera. A reacção? "Esperava um percurso difícil, mas após o reconhecimento fiquei ainda com mais respeito. Muitos outros ciclistas vão ficar surpreendidos como eu!"
Nibali esteve na Áustria juntamente com Alessandro De Marchi e Franco Pellizotti. A equipa italiana testou as duas subidas que vão ser determinantes. A última é mesmo apelidada de "secção infernal", ou simplesmente "o inferno". Os oito quilómetros de Igls, com uma pendente média de 5,7% vão ser passados sete vezes durante a prova e depois será o momento de atacar a fase final a caminho de Gramart, onde estará à espera dos ciclistas uma pendente que chega aos 28%. "Espero uma corrida dura com muito para se ponderar: onde aplicar a minha força, quando comer, qual o equipamento a usar. E o factor decisivo será também a escolha certa dos companheiros de equipa por parte do seleccionador", salientou Nibali, citado pela federação italiana.
Davide Cassani admitiu ter ficado impressionado com o percurso quando o foi ver pela primeira vez e tirar as impressões necessárias para começar a escolher os ciclistas que irão acompanhar Vincenzo Nibali. O seleccionador levou De Marchi e Pellizoti para este reconhecimento, com o segundo a ser um veterano de 40 anos, mas é um homem de confiança que Nibali levou para a Bahrain-Merida. Experiência também não falta a De Marchi (31 anos). O homem da BMC afirmou que poder-se-á muito bem estar perante os mais difíceis Mundiais da história. A grande questão será que papel terá Fabio Aru, que também está muito interessado em aparecer forte em Innsbruck. Não admira que Nibali vá falando na importância na escolha da equipa, pois ter ajuda quando a corrida for atacada poderá fazer toda a diferença.
Desde 1995 que não se via uns Mundiais assim. Na altura foi Duitama, na Colômbia, que recebeu uns Mundiais direccionados aos trepadores, com Abraham Olano a vencer, deixando o compatriota espanhol Miguel Indurain em segundo e o italiano Marco Pantani a fechar o pódio. Em Innsbruck serão 265 quilómetros, com um desnível total a ultrapassar os cinco mil metros.
Além de Nibali e Landa, este será um ano em que Daniel Martin, Rafal Majka, o fortíssimo bloco colombiano com Nairo Quintana e Rigoberto Uran à cabeça, Tom Dumoulin, Romain Bardet... aqueles nomes que estamos habituados a ver lutar nas grandes voltas, irão atrás da camisola do arco-íris que Peter Sagan veste há três anos e já avisou que não a vai de deixar de lutar por mais uma, só porque o percurso não é o ideal para ele. E há outro nome a ter em conta. Landa dificilmente será líder indiscutível na selecção espanhola, pois a Alejandro Valverde também lhe falta este título no impressionante currículo. Faltam seis meses, mas este Mundiais estão a criar uma enorme expectativa desde cedo esta época.
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